Final feliz?

1.4K 192 171
                                    

(Julho)

Shivani Paliwal

A luz do sol invade minhas vistas embaçadas assim que acordo, aposto que Bay esqueceu novamente a perciana aberta na noite anterior.

— Bom dia princesa — ele diz, afogando seu rosto na curva de meu pescoço.

— Bom dia amor — eu respondo de volta.

Parece até um sonho, saber que tudo está bem, que Jack não está mais nesse mundo, com certeza irá pagar uma pena imensa no inferno.

Aos poucos a nossa rotina antiga está voltando, tudo se ajeitando, voltando aos eixos.

Acho que a vida ficou com pena de mim, e resolveu me dar esse desconto.

Faz duas semanas que voltamos do México, no começo tudo era uma grande confusão, mas como eu disse, aos poucos, estamos nos reacostumando a nossa vida antiga.

Bom, sempre existe uma luz no fim do túnel, não é mesmo?

Bailey se resolveu com Joalin, ele reconheceu que tudo o que ela fez foi porque estava sendo pressionada por Jack.

May também me explicou que Rick não existia, e que era simplesmente o meu ex disfarçado.

Sim, fiquei sabendo da panelada que Sabina deu em meu homem, confesso que esse sempre foi o meu sonho desde que assisti Rapunzel pela primeira vez.

Após Bay se recuperar Sabi passou um bom tempo dando uma bronca nele, disse que não deveria ter saído sozinho para enfrentar os caras da pesada.

Conheci Arthur, ele disse que Bailey seria um ótimo traficante, ficamos tentados, mas não aceitamos.

Agora sobre Noah, ele ainda está na mesma, conseguimos transferi-lo para um hospital aqui de Los Angeles, onde ainda está em coma, torcemos sem parar para sua recuperação.

No final de tudo eu ainda estirei um tapa bem dado na cara de Havani, ela poderia até ser linda, uma quase Heather em minha vida, mas ainda assim sentiu o peso de minha mão, talvez algum dia eu explico para vocês o motivo de ter acertado aquela sua cara enjoada.

É bom estar de volta, mas ao mesmo tempo estranho, contratei um psicólogo e talvez isso me ajude com meus traumas.

Sabi e Joalin dizem sentir nossa falta, também sentimos as delas, mas Sabina é quem mais sente, seu drama é incalculável, coisa de outro mundo.

— Tudo bem? — Bailey me distrai de minha narração quando aparece em cima de mim com um sorrisinho lindo de bom dia.

— Sim — eu sussurro — Recebi ontem uma mensagem de Vick, apesar de tudo ela está bem — meu coração se aquece.

Quando tudo acabou ela ainda estava viva.

Eu realmente voltei para ajudá-la.

— E parece que o carro de Taylor teve o mesmo fim que o de Jack — Bay começa a traçar um carinho por meu rosto.

Eu assinto em concordância.

Dois carros capotados e dominados pelo fogo.

Seria esse um fim digno?

— Lamar e Heyoon vão vir para o jantar, tá bem? — ele da um beijinho em minha bochecha.

— Tá bom — eu sorrio, estava mesmo com saudades deles — Como está se sentindo? — eu olho para o seu braço.

— Spring — ele suspira — Já me recuperei.

Eu suspiro de volta e concordo.

— Nunca mais leve um tiro por mim — encaro seus olhos com certeza e ele nega.

— Sinto muito, mas isso não será possível — seus lábios encontram a pele de meu rosto em forma de vários beijos fofos — Eu te amo muito para concordar com isso.

Eu dou uma risada e afasto o rosto do mesmo, sua barba por fazer estava deixando cócegas.

— Tudo bem — suspiro em um sorriso — Eu também te amo — puxo sua boca pra perto e pressiono meus lábios aos deles em um selinho demorado — Mas então prometa que nunca mais vai dar xícaras de açúcar a novos vizinhos.

Ele ri desesperadamente, me fazendo sentir algo bom.

— Eu prometo dona Paliwal — ele usa um tom engraçado e logo em seguida morde a ponta do meu queixo.

E mesmo sabendo que não poderia fazer esforço Bailey me pega em seu colo.

— Amor — dou um tapinha em seu braço e rimos juntos.

Ele anda até o banheiro, onde abro a porta ao chegarmos e entramos.

— Hora do banho — Bay declara firme e eu assinto.

Depois de tudo o que aconteceu, de eu quase ter o perdido estamos mais próximos.

Ainda tenho problemas.

Mas todos eles desaparecem quando estou com Bailey, com o meu lar.

~

— E como você e Lamar estão? — devolvo a pergunta para Heyoon que abre um sorriso largo.

— Bem — ela suspira — Vamos para Londres na próxima semana, aproveitar o tempo juntos, nos embebedar, enfim, fazer coisas de casais.

— Coisas de casais — eu a imito divertida e rimos juntas.

Estamos conversando a tempos enquanto os garotos juram que estão preparando um jantar incrível.

A verdade é que já faz tantas horas que foi o suficiente para secarmos uma garrafa inteira de vinho.

— Eu me sinto estranha — digo um pouco baixo.

— Não te julgo, vocês tiveram dias horríveis — ela bebe seu último gole de vinho.

— Não é isso — eu sussurro.

— Porque está sussurrando? — Yoon arqueia uma de suas sobrancelhas.

— Eu não sei — rio, suspirando em seguida — É só que sinto algo diferente, no meu corpo.

Os últimos dias foram corridos, mas desde quando chegamos a Los Angeles eu venho me sentindo mais estranha que o normal.

A todo minuto estou com sono, minha cabeça dói e no começo até pensei que era por tudo que passamos no México.

Mas ontem tive vontade de comer melancia com hambúrguer, não pode ser normal.

— Shiv você está me deixando confusa, Bailey fez algo? — seu tom de voz fica abafado e eu nego prontamente.

— Não, é só que em uma das noites que passamos no México, acabamos transando sem camisinha e....

— Aí meu Deus — ela grita sem nem me deixar terminar de falar — Você está grávida?

— Que? Não, claro que não — aquela hipótese nem ao menos passava por minha cabeça.

— Melhor assim — ela parece sorrir aliviada e então me observa — Também já aconteceu comigo e o Lamar, mas a pílula resolveu qualquer efeito colateral.

Eu mordo meu lábio inferior ao me lembrar desse detalhe.

Merda.

— O que? — Yoon percebe e me questiona.

— Não teve pílula — um filme passa por minha mente — Eu estava indo comprar com Joalin, mas então tudo aconteceu e minha nossa — me levanto do sofá um pouco desesperada.

— Calma — a coreana se levanta também — Não é o fim do mundo.

Eu respiro fundo em concordância.

Mas e todos os enjôos dos últimos dias, é claro que não seria apenas pela viagem ou por ter passado por fortes emoções.

Eu estava grávida?

Um sorrisinho me escapa entre o desespero.

Estaria esperando um filho de Bailey?

//💜

Um teto para dois //ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora