Entre mentiras

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(Junho)

"É incrível como uma simples mentirinha, pode se tornar a pior coisa de sua vida"

Bailey May

Estaciono o carro em frente ao hospital exatamente as oito e cinquenta e cinco da manhã, assim como sempre faço.

Agora já são nove e trinta, porém Paliwal não apareceu, o que me deixa confuso, pois ela sempre sai às nove em ponto.

Disco seu número pela quinta vez, mas não está nem chamando, onde ela deve ter se enfiado?

Seja lá onde for já estou ficando preocupado.

Saio do carro e logo estou na recepção principal.

— Bom dia — cumprimento a recepcionista — Sabe me informar se a doutora Paliwal ainda está por aqui?

— Bom dia — ela sorri para mim e parece procurar algo em seu computador — Não, ela saiu ontem a noite antes das onze.

Estreito os olhos.

— Tudo bem, obrigada.

Ela assente com a cabeça e então volto para o carro.

— Onde você está? — pergunto em um sussurro para mim mesmo.

Engulo seco e parto em direção o apartamento.

Sinto minha mente girar por alguns segundos e o assunto sobre Noah invadir novamente meus pensamentos.

Ontem a noite tive que sair para resolver uns assuntos e acabei não voltando para casa.

Será que....é claro, ela só pode estar em casa.

Um alívio me percorre mas meus músculos ainda estão tensos.

Estou mantendo contato com Sabina e infelizmente Noah ainda não acordou.

Pensei em falar para minha mãe que seu filho está hospitalizada por causa de três tiros.

Mas não importa quão sério seja o caso do meu irmão, ela não se importaria.

Isso me deixa incrivelmente agitado, como é possível? Não se preocupar, fingir ser uma boa mãe mas na verdade ser a pior de todas.

Não entendo o porque de tanta mentira e falsidade.

Mas só tem uma coisa que ainda não se encaixou.

O que Noah foi fazer no México?

~

Abro a porta e logo um sorrisinho é deixado por mim ao ver minha garota dormindo no sofá.

Ela está encolhida, provavelmente pelo frio e tem um sono tão leve que parece um pequeno anjinho.

Me abaixo ao seu lado tocando seu rosto, rosto que só quando aproximo o meu percebo que está inchado.

— Vida? — passo os fios de seu cabelo para trás — Acorda.

A chamo tão baixo que seria impossível da mesma escutar.

Portanto quando menos espero ela abre os olhos e se senta rapidamente.

Assustada.

— Bailey, você me assustou — ela fecha os olhos e eu me sento ao seu lado.

— Me desculpa, não era minha intenção — suspiro me aproximando, mas ela recua.

Fico confuso com sua atitude, porém permaneço calado.

Um teto para dois //ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora