Maldito Jack

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(Junho)

"A vida nem sempre é justa"

Shivani Paliwal

Tarde demais.

Senti quando alguém atrás de mim me empurrou com força para o meio da sala e a porta foi fechada com um barulho alto.

Travei meus pés sob o piso e logo encarei o rosto cínico de Taylor atrás de mim.

Ele se afastou e parou ao lado de seu amigo que agora estava em pé.

Um barulho extremamente fino tomou meus ouvidos quando ele balançou a chave em sua mão.

A porta estava trancada.

Fechei minhas mãos na intensão de acalmar uma corrente de raiva que passava em mim com movimentos bruscos.

Ver o rosto desse homem me fez ter uma vontade significante de mata-lo.

De fazer ele passar por tudo o que me fez.

Cada dor, choro, pensamentos sombrios, sensações ruins.

Mas eu era mais do que ele.

Bailey me ensinou o que realmente é o amor de verdade.

Tudo que sinto por Jack é nojo.

Mas não deixo de me sentir amedrontada.

Indefesa.

Só que em vez de está chorando e gritando igual a uma doida por dois homens terem invadido minha casa.

Eu estava rindo descontroladamente.

Como uma louca.

Os dois homens me encaravam perplexos.

Foi quando recuperei meu ar.

A verdade é que Taylor estava com uma cicatriz na boca, um ponto velho em sua sobrancelha e saber quem fez isso estava me matando de rir.

— Parece que o meu homem fez um bom trabalho em você — fixei os olhos do mais novo e ele abaixou a cabeça — Que foi? O bebê está envergonhado? — ele avançou um passo em minha direção, mas Jack o impediu de se aproximar mais.

— Que eu saiba, o seu único homem aqui sou eu — ouvir ele dizer isso me fez voltar a gargalhar.

Na verdade, eu não estava achando graça alguma.

Meu corpo estava tomado pelo medo, pelas lembranças.

Porém, quanto mais desespero eu demonstrasse, mais vulnerável ficaria.

— Você já não é mais o meu homem a tempos — encarei o verde dos seus olhos.

— Ah, claro que não, porque assim, de uma hora para outra você me deixou por um fracassado, olha para isso — apontou para ele mesmo — eu sou bem mais do que esse que você está agora.

Neguei rapidamente.

Senti minha garganta se fechar e a raiva se formar em mim.

— Você não chega nem aos pés do Bailey — dei um passo em sua direção — E é melhor não o chamar de fracassado outra vez.

Ele mandou um olhar cúmplice para Taylor e os dois riram da forma mais nojenta que existe.

Estavam zombando de mim.

— Quando aprendeu a ficar tão valente assim? — foi sua vez de se aproximar.

— Não é da sua conta — levantei meu queixo cruzando meus braços.

Um teto para dois //ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora