A vida dele pela minha

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(Junho)

Shivani Paliwal

Era para ser eu.

Era a minha vida.

O meu risco.

Mas quem se arriscou foi ele, por mim, pela minha vida.

Ele quem levou o tiro que estava destinado a tomar o meu corpo.

O mundo agora já não existe, minha arma caiu longe com o impacto, todos os meus pensamentos se desfez.

Bailey está caído, em meus braços, sangrando ao lado da costela.

Bem onde o tiro que veio da arma de Taylor o acertou.

Meus olhos encharcam e minhas bochechas queimam pelas lágrimas.

Taylor está sorrindo de canto, mas não satisfeito, ele queria que fosse eu.

Mas Bailey entrou na frente antes mesmo da bala me tocar, antes mesmo de eu ser baleada.

Nos livros essa seria uma grande prova de amor, mas não agora, não agora porque meu coração está doendo, e o sangue não quer parar, minhas vistas estão escuras.

Não.

Não é o momento para um desmaio.

— Bailey — eu sussurro — O que você fez? — minha voz treme enquanto eu apoio sua cabeça em meu colo.

Seus olhos castanhos estão mais escuros que o comum, eles lacrimejam sem parar e sua respiração é ofegante.

Assim como a minha.

Assim como o meu medo.

— Deveria ter me matado primeiro — Jack diz, já de pé me encarando.

Mas não tenho tempo para discutir.

— Precisamos levá-lo a um médico, eu preciso de um médico — quase grito, mas minha força impede.

— Sinto muito, mas isso não irá acontecer — Taylor diz.

— Você fez isso Shivani, é sua culpa — Jack retruca.

— Porque? Eu só queria te deixar para trás e esquecer tudo o que fez para mim — minha voz quase não sai — Por favor, eu volto para você se é isso que quer, mas leve ele para um hospital.

— Não, não, não — ele começa a andar de um lado para o outro — Você não entende? — seus olhos verdes me encaram — Quero que sofra, eu quero que você pague pelo que fez Shivani.

Sim, ele é um louco.

Um louco que está quase tirando a vida da pessoa mais importante para mim.

Bailey suspira.

— Amor — eu o chamo — Amor não, por favor fica comigo — suas mãos trêmulas fazem pressão contra o ferimento enquanto eu limpo o suor grudado com sangue em sua testa — Vai ficar tudo bem — aproximo meu rosto do dele — Eu te prometo...

— Você não promete nada — gemo de dor quando Jack puxa meu cabelo por trás, me fazendo olhar em seu rosto.

Eu sinto raiva, sinto medo, sinto meus efeitos a flor da pele.

Minhas consequências.

— Temos que ir — Taylor diz quando um barulho espantoso se desfez por todo o local — Tem alguma coisa estranha.

Jack não tira seus olhos de mim um minuto.

Parece raciocinar.

Tento movimentar meu rosto e ele puxa com mais força os fios do meu cabelo.

Um teto para dois //ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora