Implacável Sina, a dor da culpa

2.1K 258 216
                                    

(Junho)

"E eu soube naquele momento, que estava ferrada"

Shivani Paliwal

Fico por alguns segundos parada na calçada em frente ao hospital esperando o carro de Bailey sumir no trânsito.

Assim que coloco meus pés dentro da recepção vejo uma Larissa desesperada.

Cabelos bagunçados, jaleco aberto, respiração ofegante.

Droga, o que deve ter acontecido agora.

Antes que eu possa bater meu ponto ela vem até mim e seus passos me impedem de seguir em frente. 

— Shivani, que bom...que bom que você chegou, aí minha nossa, por favor — suas palavras desesperadas me deixam confusa.

Em um passe rápido ela agarra meu pulso e começa a me puxar. 

— Larissa? Larissa o que foi, por que está assim? — a acompanho em direção ao elevador.

Olho em volta e não parece ter nada de errado.

Mas ela ainda não abriu novamente sua boca para me responder.

— Larissa? — quase grito.

O elevador se abra e a mesma me puxa para dentro. 

— É a Sina, eu não sei mais o que fazer.

Meu coração acelera ao imaginar que pode ter acontecido algo com Molly.

— Que? O que tem a Sina?

Larissa regula sua respiração e eu agradeço internamente por isso.

— Ela está discutindo a tempos com Ester, o quadro de Molly deu uma recaída por estar com um nível maior que o permitido de açúcar em seu sangue — sua voz da uma pausa e ainda não sei o que a enfermeira tem haver com tudo isso — Sina insistiu então Molly falou que Ester tem dado barras de chocolates escondidas para ela. Agora Sina pensa que ela é uma doida maluca querendo matar sua filha.

No momento em que suas palavras acabaram eu pude sentir a culpa invadir cada centímetro de mim.

Eu sabia que deveria ter intervido no dia e. que Bailey falou o que viu.

— E-e a Molly, como ela está? — perguntei.

— Estável agora.

Assenti e assim que o elevador se abriu novamente os gritos de Sina tomaram meus ouvidos.

É quase impossível ela entrar nesse estado de nervos.

Sei que deveria manter a calma, era tudo que o momento pedia.

Mas eu não sabia como fazer isso.

Desde quando esse hospital virou um pé de guerra e problemas sem fim?

— Com quem, com que Molly está? — saímos do elevador em direção ao corredor dos quartos.

— Nathan está com ela.

— Tudo bem.

Parei meus passos.

"Não Diarra, já faz quatro anos, quatro anos e ela sabe que Molly não pode"

Ouvi de longe a voz de Sina.

— Preciso que busque um copo com água e açúcar Larissa — ela assentiu e ficou parada me olhando — Agora! — ordenei e logo seus passos se afastaram.

Puxei os fios de meu cabelo para trás.

No corredor branco algumas portas antes do quarto de Molly, Diarra parecia tentar acalmar a situação.

Um teto para dois //ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora