Um teto para dois

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(Maio)

"Eu vivo e sou o meu amor, por ele. É inexplicável e intimidador amar assim: com tanta intensidade e, ao mesmo tempo, com tantas dúvidas"

Shivani Paliwal

Dizem que quando você está com raiva pode desconta-la quebrando algo, gritando, ou até bebendo.

Na minha visão nunca aconteceu, sempre que eu sentia meu corpo tremer de raiva escrevia em Lucy, isso me aliviava e ajudava com a raiva.

Mas Bailey não parece muito ter esse hábito de escrever.

Na verdade, ele não tem mesmo.

Eu me pergunto porque ele está com tanta raiva e por que o copo teve que ser sua vítima.

E também não entendo o fato dele sempre beber Jack Daniel's, só existe essa bebida no mundo?

Mas enfim, esse não é o assunto do momento.

— Porque ainda está aqui Shivani?

A voz dele saiu trêmula.

Sen nem me olhar.

— Eu moro aqui — falei junto a uma risada mas ele permaneceu sério.

Me sentei no sofá um pouco distante dele.

— Podemos conversar? Eu estou ficando preocupada contigo, ainda é de manhã e você já está praticamente bêbado.

Falei calmamente e seu corpo virou em minha direção.

Encarei seus olhos.

— Não estou bêbado Shivani.

Suspirei.

Eu odiava quando ele me chamava pelo meu primeiro nome, acho que me acostumei a ouvir o Paliwal quando tudo estava bem.

Mas ele tinha razão, seu rosto estava sóbrio, cabelo arrumado, voz firme.

Ele ainda não estava bêbado.

— O que eu queria saber é porque ainda está aqui comigo, tentando construir uma família ao meu lado — sua voz saiu necessitante.

— Bailey, ainda estou aqui porque eu te amo, te amo e você sabe disso.

Eu não estava entendo suas perguntas.

Mas se ele queria respostas eu o daria.

— Amar não é o suficiente, nunca vai ser — ele deu de ombros voltando a encarar o chão — O amor é uma cilada, olha só para você, amou um cara que era para ser o seu príncipe e ele acabou contigo, machucou seu coração, seu corpo. Any dizia me amar mas era traiçoeira, manipuladora. Minha mãe insiste em falar que tudo o que sempre fez foi pela porra do amor. E agora eu estou amando alguém pela primeira vez mas não vou conseguir ser o suficiente para ela. O amor é um ato de vulnerabilidade, além de te enfraquecer ele deixa sequelas. — sua voz agora estava passiva, calma — Olha só para nós dois Shivani, somos a prova disso. Eu fui impedido de encontrar um amor, você encontrou e só se ferrou. Então por favor, não me diz que está aqui porque sente a droga de um sentimento que só atrapalha.

Meus dedos apertaram um ao outro.

Um silêncio tomou o vão entre nós dois naquele sofá.

Ele estava inseguro com o nosso relacionamento, eu não sabia o porque.

— Amar pode não ser o suficiente —comecei — O amor ele pode machucar, assim como aconteceu comigo. Mas ele também pode despertar emoções desconhecidas por nós mesmos. Sabe Bailey, quando tudo começou eu não estava nem um pouco afim de envolver meus sentimentos, mas você insistiu tanto que meu coração se rendeu mais uma vez a paixão. Agora eu exijo que você me de a porra de uma boa explicação — aumentei meu tom de voz, eu raramente faço isso. Sua atenção caiu sob mim — Não sei porque me diz essas coisas, desde quando começamos a ficar juntos eu não te dei nem um mísero motivo para se sentir inseguro, então por favor, me diz qual é a droga do problema.

Um teto para dois //ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora