Capítulo 04

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Mindscape…

O plano dos sonhos e da mente. Interligado ao plano humano. Onde poucos seres tem acesso. Onde tudo é em preto e branco.

Lá se encontrava ele, aprisionado na mente de tudo e de todos, e principalmente na sua própria, Bill Cipher.

O demônio triangular de cor amarelada, após se encontrar sem saída e recorrer a um ser superior a si, Axolotl, obteve uma segunda chance de viver.

Porém permaneceria aprisionado até se arrepender de seus atos hediondos.

Ou sendo perdoado por uma das suas vítimas, convencendo-a a fazer um ritual de libertação por vontade própria.

Parece fácil, não é?

Não para Bill Cipher.

O ser movido a estranhezas era orgulhoso demais para se arrepender de qualquer feito. E ele faria tudo de novo com muito prazer.

Era temido demais, odiado demais. Quem em sua mais sã consciência perdoaria o demônio?

Ela.

Existia um único ser vivo em todas as dimensões possíveis capaz de lhe proporcionar o perdão. O ser mais puro, mais dócil e inocente.

E em sua visão, a mais fácil de ser manipulada.

Mabel Pines.

A dona do símbolo da Estrela Cadente. O ser mais radiante e bondoso existente. O alvo perfeito para um demônio com boa lábia.

E assim foi iniciado o plano do Cipher.

Iria contata-la por sonhos, convencê-la de que estava arrependido, ter o seu perdão e por fim, se fazer de coitado, usar suas melhores cartas e fazê-la lhe libertar da prisão mental.

O Cipher não aguentava permanecer naquele plano. Não tinha contato com os outros planos, seus poderes eram limitados.

Era um saco.

Ele tentou diversas vezes entrar no sonho da garota, mas ela estava longe demais do seu alcance. Muito longe de sua estátua, de suas anomalias.

Ele podia vê-la. Ouvi-la. Mas nada além disso era possível.

E como se a sorte sorrisse para o seu lado, ela ficou mais próxima dele, se mudou para Gravity Falls. Ela se aproximava cada vez mais da sua perdição.

"Bem vinda de volta, minha pequena Estrela Cadente."

O dia em que a garota retornara para a cidadezinha, foi o dia mais feliz para o triângulo caolho. Ele gargalhou até não poder mais.

E admitia, a garota já não era mais uma pequena criança. Ela se tornara uma mulher. Uma bela mulher de 16 anos. No fim de verão desse ano ela fará, enfim, seus 17 anos de idade.

Se não tiver caído nas garras do demônio.

Pobre garota, mal sabia o que a aguardava com seu retorno.

O primeiro sonho. Bill jamais esqueceria ele. O quanto se segurou para não rir da expressão de pavor que a garota fizera ao lhe ver. Do quanto aquela pequena mulher estava fragilizada pela separação dos pais.

Tudo era tão hilário.

Foram um, dois, quatro, oito, já havia perdido a conta de quantos sonhos já tinha invadido. A morena era tão inocente que na primeira semana já lhe tratava como um melhor amigo.

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