Capítulo 02

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Estava sentada à mesa, tomando chá de erva-doce, enquanto contava sobre o meu pacato dia para o Bill.

- Esse dia esta parecido com os outros, se não igual. - Cipher comenta, bebericando o chá com aquele seu jeito peculiar. - Por que não faz coisas novas? Aquela sua lista de coisas a fazer não irá servir de nada?

Seu olhar curioso me encarava fixadamente e com extremo atenção. Chegava a ficar sem jeito quando o pequeno triângulo amarelado me olhava dessa maneira.

- Como? Eu não tenho mais minhas amigas para fazer aquelas loucuras. Meu irmão não tem mais tanto tempo para nossas aventuras.

- E desde quando você precisou de alguém para viver Mabel? - Sua voz estava séria. O que me causou um arrepio. - Você sempre dependeu de si mesmo para se divertir, você sempre fez o que quis sem pensar nas consequências. Onde está aquela Estrela Cadente?

Não sabia o que dizer. Me peguei imersa em pensamentos. Ele estava certo. Bill Cipher estava certo. Eu não sou a mesma de antes.

Isso dói.

- Você tem razão. - Falo sincera. Quem diria que meu sonho seria meu melhor conselheiro.

- Sempre tenho, querida Estrela. - Arrogante e narcisista. Nesses momento chego a me perguntar se não é o próprio a falar comigo. - Ainda temos 1 hora até você acordar, quer fazer algo?

Penso um pouco. Sim, tem algo que queria ver, mas tinha medo de fazer isso pessoalmente. Desde que comecei a ter esses sonhos interativos, fiquei tentada a ir nesse local.

- Sim, tem algo sim. - O pequeno triângulo me encara, aguardando ao meu pedido. - Quero ver a sua estátua, ou melhor, a estátua do verdadeiro Bill.

Silêncio.

Ele me encarava sem expressão. Sua tonalidade amarelada foi se tornando avermelhada. Ele me deu as costas e o vi apertar suas mãos em punhos.

- Não posso fazer isso.. - Sua voz saira baixa e serena, tão fria quanto o gelo. - Isso é algo do mundo real, eu não posso interagir com seu mundo Mabel. Eu estou limitado ao mundo dos sonhos! Sou apenas fruto da sua imaginação, não lembra?!

Me sobressalto na cadeira em que estava sentada. Sua voz se tornara alta e alterada. O que eu fiz? Por que ele esta com raiva?

Todo o cenário ao nosso redor começou a se rachar. Tremores me fizeram cambalear e derrubar a xícara que estava em minhas mãos, fazendo-a se quebrar em múltiplos cacos de porcelana.

- Esta na hora de acordar querida Mabel. - Ele me encarou. Seu olhar já não era o mesmo. - Terá de fazer isso sozinha. E você vai, não se preocupe, em breve estará lá.

Aquela típica cena se repetiu. Tudo a minha volta começara a se quebrar. O demônio amarelo, agora vermelho, começou a se rachar e tomar formas estranhas.

- Até o próximo sonho, Mabel Pines.

[...]

Acordo de imediato, me sentando em um pulo. Estava suando, minhas mãos tremiam. O que houve? Foi a primeira vez em meses que tive um pesadelo.

Mas estava tudo tão bem. Por que ele se irritou com meu pedido?

Despertei de meus davaneios ao ouvir o alarme soar irritantemente em meus ouvidos. O desligo rapidamente e me levanto. Indo até o banheiro, me deparo com meu reflexo no espelho acima da pia.

Meu estado estava deplorável.

Tomei um banho de água fria e fiz minhas higienes matinais. Vesti um roupa qualquer e amarrei meus longos cabelos em um coque frouxo.

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