Capítulo 31

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Após deixar a Cadente cuidadosamente deitada no meu sofá, teleportei para fora da casa, mais precisamente para o centro da floresta, e, consequentemente, trazendo a de cabelos rosas comigo.

Prensei a Pyronica contra a madeira áspera de uma das intermináveis árvores de pinheiro, apertando cada vez mais o seu pescoço envolto pelos meus dedos.

A raiva fluía em minhas veias, meu sangue borbulhava por ódio e sentia-me cada vez mais quente, ansiando do fundo de meu âmago leva-la ao mesmo destino que Gideon Gleeful. 

- Vai me matar?! - Indaga a demônio rosa. - Você realmente irá fazer isso?! Protegerá uma humana?!! - Seu tom era incrédulo e desacreditado, transbordando o escárnio, não muito diferente das suas expressões. 

- Ela não é qualquer humana! - Esbravejei, não restara nenhum pingo de paciência em meu corpo. - Ela é a humana que me ajudará a ter tudo! Esta cidade, este mundo, a galáxia inteira! - Gritei, vendo sua pele levemente rosada começando a ganhar uma coloração roxa na região do pescoço. - Ela é a chave para tudo!

Seus olhos se arregalaram em puro espanto. 

- Co-Como assim? - Sua voz voltara a ser baixa e, agora, carregada de confusão. - O que quer dizer com isso, Bill?

- Ela é uma Pines, Pyronica! - Soltei a rosada, deixando-a cair sentada no chão, vendo-a recuperar o seu fôlego perdido. - Portadora de uma pureza imensurável, ela é uma fonte inacabável de poder. - Cruzo os braços, olhando-a de cima. Sentia-me imponente com esta visão. - Com ela, finalmente terei a minha vingança e serei o rei dessa droga de mundo.

Vejo a mulher se levantar com certa dificuldade, ainda meio trêmula, massageando o local onde já se encontravam as marcas dos meus dedos, fortemente roxo.

- E como pretende fazer isso? O que fará com ela depois? - Pude perceber que, seu interesse era maior na segunda pergunta. 

- Primeiramente, irei arrancar toda essa pureza, ela funcionará como uma fenda dimensional, me proporcionará poder absoluto. - Expliquei, o sentimento de raiva já esvaindo-se do meu corpo, restando apenas seriedade e uma pitada de... Preocupação, talvez? - Após isso, irei torná-la a minha rainha, ela pertence a mim.

"Ela pertence a mim."

Não sei o porquê, mas essa afirmação me causava um sentimento confuso, uma sensação estranha dentro de mim. Em minha alma. Se é que eu possuo alguma. 

Sentia um pequeno embrulho na barriga. 

Uma leve alteração em minhas palpitações. 

E estranhamente, imaginava ela agarrada a mim, totalmente envolvida por meus braços.

Ra-Rainha?! Você pretende casar com ela?! - Novamente, Pyronica se alterarava, tomada pelo seu ciúme supérfluo e descabido.

- Sim, algum problema? - Indaguei indiferente.

- Bill, você não pode fazer isso! - Ela aponta, sua voz soando como se repreendesse uma criança que estava prestes a cometer algo sem cabimento, ou até mesmo impossível. - Isso é um tremendo absurdo! 

- Eu faço o que eu quiser, Pyronica. - Informei, minha voz carregada de firmeza. Perante ao seu tom anterior, estaria sendo o adolescente rebelde com retrucos e respostas na ponta da língua. - Não vai ser você e nem ninguém que irá me impedir!

- Mas Bill- 

- Calada! - A interrompi. - Vá embora daqui, antes que eu te puna pelo que fez! - Gritei para ela, que me olhava assustada e indignada. - Ouse mexer na minha Estrela novamente, e eu farei você pagar por isso!

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