Capítulo 36

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- Venha Dipper, temos que terminar isso o quanto antes! - Chamou-me o Tivô Ford, que estava sentado frente à uma mesa de ferro com a superfície coberta de tralhas. O idoso usava óculos especiais, uma criação sua, que o permitia visualizar ínfimas coisas, como um microscópio. 

- Estou indo. - Caminhei até o mais velho, carregando em mãos o ingrediente final, um frasquinho com conteúdo líquido e de um amarelo fraquinho, oscilando quase ao branco. - Aqui está. 

- Obrigado, filho. - Agradeceu, erguendo suas mãos calejadas pelos inúmeros anos de trabalho, para apanhar o objeto que eu lhes oferecia. - Pode ter certeza que isso acaba hoje. - A voz fria, baixa, podendo ser notado uma leve mágoa no fundo.

Meus olhos castanhos admiravam a sua mais nova invenção atentamente, analisando-a de modo minucioso. 

Uma arma de aparência futurística descansava sobre a mesa, de grande porte e forjada por um ferro pertencente a outra dimensão, semelhante a que ele usara no Weirdmageddon de 4 anos atrás. O metal cinzento com reflexos dourados cintilava, uma listra que ia do bocal até a coronha, de cor azul turquesa, brilhava como néon.

Era bela e mortal.

Ao lado, uma caixinha de vidro reforçado, quase inquebrável, estava repleta de balas redondas, forjadas com o mesmo material da arma combinado à um metal raro, um metal vindo dos céus, o Celestígio.

O Tivô Ford encontrara pequenas quantias do minério na profundezas do Rio Nilo, em uma das suas viagens pelo mundo, onde exploraram o Egito e lutaram contra a Esfinge. Era a quantidade exata para as munições, se tornando um material totalmente extinto após estas estando prontas.

Eram balas grandes, do tamanho de bolinhas de pingue-pongue, por isso enchiam facilmente a pequena caixa transparente, podia-se ser contadas umas cinco ou seis balas. O metal amarelado, semelhante ao ouro, com reflexos prateados e azuis. 

Tivô Ford pegou o pequeno frasco, o mesmo que eu o havia entregado, e o levou até a abertura da caixa, inclinando a garrafinha com lentidão, despejando o líquido pouco a pouco. Caso feito ao contrário, poderia causar uma explosão em nível atômico pelo excesso de poder.

De imediato, as balas sugaram o líquido, tomando o mesmo brilho incandescente, que antes estava no tubo de vidro. 

- Está feito, uma arma exterminadora de trevas, vamos ver se o Bill aguentará isso. - Ford anunciou orgulhoso de si mesmo, a ponta dos dedos acariciando o material frio da arma, os olhos brilhosos pela admiração. 

Virou-se para mim, girando na cadeira de rodinhas e giratória, sua boca se entreabindo para me falar algo, mas que fora impedido pelo ressoar estérico que tomou o laboratório.

Um alarmar alto e quase ensurdecedor, ritmado e com uma pausa de três segundos entre cada alarte. As lâmpadas que ficavam no ponto mas alto das paredes, duas em cada, protegidas por uma grade simples de ferro, tomou a cor vermelho intenso. Ao meu lado, o cientistas se encontrava com os olhos arregalados, as pálpebras extremamente separadas.

- Ela foi atrás dele. - Informou, alto o suficiente apenas para que fosse possível ouvir entre a barulheira do alarme. 

O desespero me tomou, eu sentia os meus batimentos cardíacos se desregularem de forma constante, igualmente a minha respiração que se tornava ofegante. 

Eu e o meu familiar nos entreolhamos. Sua mão fora ágil e pegara a arma, pondo-a em suas costas, assim como a caixa de balas que fora guardada no bolso interno do seu sobretudo preto. 

Corremos em direção ao cubículo metálico, adentrando o mais apressadamente possível. Selecionamos o andar térreo e não demorei a sentir a pressão do elevador se movimentando. 

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