Capítulo 27

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Em toda minha existência, nunca sentira uma fúria tão veemente quanto hoje.

Havia retornado do Mundo Plano e, como planejado, fui atrás da minha Estrelinha. No entanto, não encontrara a garota em seu quarto como imaginei que estaria.

Ela tinha saído.

Não havia me esperado.

Não estava aqui para me receber.

De súbito, quis ir em busca dela, pega-la e castiga-la por tal ato petulante. E assim eu fiz. Fui à procura da menina o mais rápido que pude, a encontrando no centro da cidade e, novamente, não estando sozinha.

Mas dessa vez, não era apenas uma frugal conversa.

Já podia sentir meus fios louros se tornarem ruivos gritantes, igualmente as minhas íris. Sentia o mais puro ódio fluir em minhas veias.

Eu estava prestes a interromper aquela maldita troca de salivas nojentas, quando vejo o Gleeful levando sua mão para locais íntimos da morena.

Ela não queria aquilo.

Era nítido em seus belos olhos arregalados.

Esmurrei a parede de concreto ao meu lado, provocando uma enorme rachadura na construção.

Estava sedento por sua morte, queria ver o sangue do Gleeful deslizar por entre os meus dedos, como uma carícia calorosa na minha pele.

Vejo a Mabel o empurrar, em seguida dar-lhe um tapa potente em seu pálido rosto, surpreendendo até a mim no princípio. Gargalhei. Percebi que a Cadente estava para extravasar, ela saberia lidar com aquilo, então não permaneci para ouvir.

Cuidaria do bastardo depois.

Retornei para o seu quarto e fiquei em seu aguardo.

Quando a vi entrar daquela forma, tão desesperada, desamparada, senti algo pesar dentro de mim, no meu peito. Sentia raiva. Raiva do Gideon, de tê-la deixado nesse estado. Raiva de saber que um outro lhe tocara.

Queria puni-la, queria marcar o seu corpo. Queria mostrar que apenas eu poderia lhe tocar.

Acatei os meus próprios desejos.

Ah, ela gemia tão lindamente. Era como a mais bela música para os meus ouvidos.

Ao vê-la daquele modo, tão submissa, tão mercê, tão entregue a mim, tornou quase impossível de me controlar. Eu queria seu corpo. Queria adentra-la com força e a ouvir gritar meu nome, suplicando por mais.

Mas aquilo já fora o suficiente. A toquei tão intimamente, tão profundamente, a fiz delirar e lhe dei uma pequena prova do que eu poderia proporcionar, caso ela decidisse se entregar a mim.

Seu rosto vermelho e suado, sua boca entreaberta gemendo por meu nome, seus olhos revirados em puro êxtase, sua respiração descompassada.

O seu interior apertando meus dedos quando estava prestes a chegar em seu tão almejado ápice.

Tudo fora perfeito.

Ela conseguia ser ainda mais linda.

Após deixa-la dormindo tão serenamente, a fazendo parecer um perfeito anjo, me coloquei a arquitetar um plano.

Iria acabar com a raça daquele albino desgraçado. Seu pior erro fora mexer com o pertence de um demônio. Pior ainda, sendo o meu pertence.

Lhe daria a punição maldita.

Nenhuma punição seria pior que a própria morte. Irei eliminar aquele baixinho estúpido, arrancar seus órgãos e da de comer para os cães. Mas acabaria morrendo rápido demais.

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