Capítulo 10

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Não pode ser.

Isso não pode estar acontecendo.

Não.

De novo não.

Bill Cipher está a solta.

- Droga! Ele conseguiu escapar. - Meu Tivô fala, visivelmente irritado. - Vamos Dipper, temos que proteger a cabana, o Bill pode atacar a qualquer momento.

- Sim, Tivô Ford. - Estava desacreditado, não conseguia assimilar o que acabara de acontecer. - Tivô, ele... O Bill, você disse que ele estava fraco, como assim?

- Dipper, quando o Bill nasceu, ou foi criado, ele não possuía tanto poder como atualmente... - Começa, já podia perceber que não iria entender completamente, nem ele mesmo entendia, parecia ser um assunto complicado. - O criador dele, Axolotl, lhe concedeu um corpo humano, apenas para poder "nascer". - Suspira. O silêncio absorto da floresta era quebrado pela nossas passadas firmes. - O próprio Cipher iria moldar e escolher seu corpo demoníaco.

- Acho que entendi. - Permaneço com o olhar direcionado para os meus pés, cobertos pelas botas pesadas. - Mas, por que ele enfraquece por estar no corpo humano?

- Você já respondeu sua própria pergunta Dipper. - Ele me olha de relance. Seu semblante era sério e preocupado. - Um corpo humano é incapaz de suportar tanto poder, para sobreviver, ou ele terá que ficar sem usar poderes, ou terá de criar um novo corpo que suporte tanta carga. - Já estávamos próximos da Cabana do Mistério, ela parecia estar intocada pelo demônio, o que me deixou aliviado.

- Então, o Bill não é uma ameaça afinal? - Pergunto, enquanto via o Tivô Ford abri a porta da casa amadeirada.

- Dipper. - Sua voz se tornara rígida, seu olhar para mim era severo. - O Bill sempre será uma ameaça. Ele evitará usar poderes, mas vai em busca de um corpo demoníaco. Ele não irá parar, enquanto não completar seus objetivos.

Estremeço.

Meu desespero aumentava gradativamente, temia pelo o que Cipher iria fazer. Quantas vidas estariam em risco? O que ele terá de fazer para alcançar seus desejos?

Temia pela minha irmã.

Ela é doce, bondosa, e até mesmo ingênua, e se ela se deixasse levar novamente? Será que irei conseguir protegê-la?

Espero que sim.

Adentramos a residência, tomando rumos diferentes, sabia que o Tivô estava estressado, e sei bem que ele gosta de ficar sozinho nesses momentos.

Aproveitei esse momento, para ir ver como minha irmã estava, então me encaminho para o quarto dela. Me surpreendo com o que me deparo.

Ela estava dormindo.

Incrível como seu sono é pesado, sequer notou o que aconteceu ao mundo alheio. Fico feliz por isso, enquanto o caos era libertado, ela se encontrava em seus doces sonhos.

- Espero que ele não te use. - Lhe dou cafuné em seus cabelos longos e achocolatados. Ela sorri. - Irei te proteger com minha vida maninha, é uma promessa.

Deposito um cálido beijo em sua testa, em seguida saio do quarto, indo para o meu próprio. Estava exausto, precisava de um merecido descanso.

Adentrando meu quarto, fecho a porta com o pé, e vou diretamente para a cama, me jogando na mesma e adormecendo, sem ao menos perceber.

Me pergunto, quando foi que tudo virou de cabeça para baixo?

[...]

- É muita coisa...

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