Capítulo 08

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Estávamos a caminho da tão famosa Cabana do Mistério. Bill me explicava passo a passo do ritual, seria complicado, mas não impossível.

Por que estou cometendo essa loucura?

Não faço a menor ideia, talvez todos mereçam uma segunda chance.

- E então você precisará proferir um cântico mais antigo que a própria Galáxia. - A voz do Cipher ecoava em minha mente.

- Entendi, será um pouco complicado. Quais serão os itens necessários? - Indago. Precisávamos ser rápidos com esse processo.

- Velas negras, o diário de número quatro e, por fim, um objeto cortante. - Responde calmo. Sua voz estava passiva, o que era atípico do demônio.

- Objeto cortante?

- Sim, vamos precisar do seu sangue. - Estremeço. Como assim meu sangue? - Não será muito, prometo. Apenas o suficiente para desenhar um triângulo.

- … - Não consigo me manifestar. Aquilo não me acalmou, se era essa a intenção do Cipher. - E... E os outros itens? Como vamos consegui-los? E como sabe do quarto diário seu Doritos caolho?

Ele pareceu se irritar com o apelido, senti uma dor aguda assolar minha mente por míseros segundos. Dor a qual, provavelmente, foi causada pelo demônio.

- As velas estão no laboratório do Stanford, o livro está com o Pinheiro, basta pega-los. - Falava serenamente, como se já tivesse tudo planejado e calculado. Não sei se devo relaxar ou temer por isso. - Respondendo sua última pergunta, minha querida Estrela curiosa, eu estive mais presente do que imagina.

Mais presente do que eu imagino? Como assim?

Não.

Não pode ser possível.

- Era você todo esse tempo?! - Pergunto incrédula. Não pode ser. Como eu não percebi antes?

- Sempre foi eu, sempre serei eu, pequena Estrela. - Um risada baixa ecoa na minha cabeça. - Eu estou em tudo e em todos. Estou presente em todos os lugares. Enquanto minha existência for lembrada, jamais deixarei de existir.

- Mas... Por que? Por que fez isso? - Indago, ainda atordoada com a descoberta. Nunca imaginei que Bill Cipher entraria em meus sonhos e seria tão... Bondoso?

- Ora, Estrela Cadente, ambos estávamos em situações iguais. - Ele fala simplista. - Você estava sozinha, meio esquecida. Eu estava solitário e isolado, tinha poder o suficiente apenas para entrar em sonhos. Escolhi você.

Escolheu a mim?

Eu também era sua companhia em meio a solidão?

Então ele... Realmente é meu amigo?

- Sim, eu sou seu amigo Mabel.

[...]

Estávamos em meu quarto. Me encontrava deitada sobre a cama, de olhos fechados, me possibilitando visualizar o triângulo amarelo.

O mesmo me mostrava, por meio de magia e ilusões, um plano para que eu possa pegar as velas no laboratório, claro, sem chamar atenção.

O plano era o seguinte: iríamos aguardar, agindo normalmente, até as 03:00 da manhã, horário o qual Tivô Ford e Dipper iriam sair em busca de elementos para a contenção da estátua.

Como eu sei?

Ouvi o Dipper conversar com a Pacífica, pelo telefone, que não poderia ajuda-la a estudar essa noite, pois teria de descansar para sair em missão importante às 03:00.

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