Capítulo 30

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Meus olhos se abriam com dificuldades, as minhas pálpebras pareciam pesar uma tonelada, a cada piscada sentia que estava prestes a adormecer. Eu me encontrava deitada confortavelmente sobre uma cama extremamente macia, além de enorme.

Bill me olhava com certa apreensão, preocupação talvez, era difícil decifrar seu olhar para comigo.

O loiro já tinha recitado um encanto de cura, o qual ele dizia exigir muito de seus poderes e de sua energia, porém falara que a ferida possuía veneno e ele teria de tirá-lo antes de 30 minutos.

Ainda me sentia fraca, não enxergava nitidamente e não tinha forças para pronunciar uma única palavra sequer.

- Fique quietinha, Estrela, vai ser um pouco incômodo, mas tenho que fazer isso antes que a ferida feche. - Fala apressado. O Cipher me colocara sentada em seu colo, segurando minha fina cintura firmemente, para impedir minha queda. - Talvez sinta um pouco de ardência também.

Com a sua mão livre, o demônio segurou meu queixo com firmeza, analisando o corte em minha bochecha.

Ele se aproximou, ficando a milímetros de distância do meu rosto, abrindo sua boca de forma lenta em seguida. Em segundos vejo a sua língua, com uma perceptível bifurcação na ponta, entrar em contato com a ferida aberta.

Um vigoroso arrepio percorreu todo o meu corpo.

A ponta de sua língua atritava com a pouca carne exposta, parecia limpar não só o veneno, como também o sangue que restara depois do feitiço.

Ele estava certo.

Era realmente incômodo e causava uma ardência excruciante.

Apertei os meus olhos com força, os fechando, afim de suportar melhor a dor, enquanto baixos gemidos sôfregos escapavam de meus desenhados lábios.

Passaram-se em torno de 3 á 5 minutos - Não sei bem, para mim parecia uma eternidade -, quando Bill finalizara a suposta limpeza.

Ele terminou deslizando sua áspera língua por toda a extensão da ferida, enquanto sua mão apertara ainda mais forte a minha cintura contra si. Suponho que não fazia parte do processo, mas prefiro ignorar e não protestar sobre.

Até porque, eu gostei.

Parecia uma pequena demonstração de afeto por parte do demônio. Vindo dele não se podia esperar algo muito normal.

Seu olhar de brilho dourado era fixo em mim, a sua feição era séria e de poucos amigos. Logo sinto a sua mão enluvada acariciar o local machucado, absorto em seu próprio mundo.

- Aquela vadia... - O ouço rosnar baixo, provavelmente mais para si mesmo.

Aos poucos, eu sentia minhas forças retornarem ao meu corpo e, mesmo ainda meio fraca, o abracei fortemente.

- Obrigado, Bill. - Minha voz saíra vacilante e meio rouca. Seu corpo estava tenso e rijo, suas mãos estavam erguidas no ar, sem saber o que fazer.

Meio hesitante, ele retribuí ao contato físico. Era tão gratificante ser retribuída pelo Cipher.

- Não me agradeça, eu não podia te deixar morrer simplesmente. - Ele diz, com suas mãos deslizando sobre as minhas grandes madeixas morenas. - Agora deite-se e durma um pouco, precisa se recuperar devidamente, quando acordar farei algo para comer.

Suas mãos me afastaram com delicadeza, desfazendo o nosso tão adorado - pelo menos por mim - abraço.

Suspirei frustrada por isso.

Um dos seus braços envolveram as minhas pernas, permitindo-me sentir o tecido macio de sua luva na minha pele desnuda. Seu outro braço envolvera minha coluna, me pegando no colo estilo noiva.

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