Capítulo 39

154 14 0
                                    

Meus passos soaram furiosos para fora do quarto e, se eles não fossem o suficiente para ser notado a minha alteração de humor, o baque que a porta causou ao ser puxada com violência por mim, com certeza, seria.

Como ela ousa?!

Dei-lhe o título e poder que tantos almejam, entreguei para si algo que jamais imaginei sentir, o que, por milênios, fora desconhecido por mim. Vos dei de bandeja o meu amor, meu coração, o último, que até então, pensei ser funcional apenas para bombear sangue pelo corpo humano.

Garota ingrata.

Dou-lhe um mundo inteiro, o comando desse mundo medíocre, o mundo que agora ela poderá realmente chamar de seu, e és assim que sou retribuído.

"Não acredito mais em você."

Argh!

Só pensa naqueles ridículos, família imunda! "Minha família" para lá, "minha família" para cá, sequer percebe que eles foram os primeiros a soltar sua mão logo no primeiro momento! Eu permaneci ao seu lado, eu permaneci consigo, mesmo com sua má fé perante à mim.

Irei trancafiar todos, os isolar do mundo que tanto amam, os deixarei para apodrecerem até a morte dentro daquelas celas sujas e nojentas, e ainda será pouco do que merecem.

Em passadas largas e pesadas, eu caminhava apressadamente pelos corredores do meu palácio flutuante. As paredes de grandes tijolos amarelos deixavam a área melhor iluminada.

A pouca decoração simples e elegante, e o chão completamente negro davam aos corredores um ar arejado e bem espaçoso, talvez até um pouco minimalista.

Vez ou outra era visível quadros pintados à mão pendurados nas paredes, sendo exibidos e livre para qualquer um que passar por aquele trajeto admirar. Pinturas à mão, minhas mãos, contavam minha história, minha trajetória até os dias de hoje.

Pretendia pintar um novo quadro. Nele seria retratado a minha nova trajetória. Um novo marco alcançado. O meu reinado e a minha união matrimonial. Seria a minha primeira obra com foco em um outro alguém, além de mim mesmo.

Cheguei aos calabouços, meu destino pretendido desde que saíra do quarto, onde deixei a minha pequena estrela brilhante e um tanto desobediente. 

Desci alguns levas de escadaria, não muitas, deparando-me com um extenso corredor repleto de celas gradeadas em ambos os lados, quando pisei no último degrau.

Calmamente, caminhei até o fim do local estreito, onde encontrava-se a maior de todas as celas presentes no local, mas não menos decadente.

Nesta pequena prisão, estavam dois membros da tão famigerada família Pines. Um largo sorriso aberto se formou em meus lábios, exibindo todos os meus dentes. 

- Olá, meus velhos amigos. 

[...]

Mas que merda está acontecendo aqui?! Como isso pode ser possível? Como o Bill Cipher está vivo?!

Eu não acredito que o Stanford escondeu isso de mim. Outra vez ele está tentando resolver as coisas do jeito dele! Sempre do jeito dele! Ele não podia esconder isso de mim! Não devia.

E o Dipper? Ele também sabia sobre toda essa bagunça? Ah, é claro. Óbvio que ele já sabia! Aqueles nerds desgraçados irão me pagar. Mas antes, terei que encontrá-los vivos, e só ai poderei matar eles.

Por Deus, e a Mabel?! Minha garotinha estava desaparecida desde o dia anterior, eu temia por ter sido pega pelo Bill como da primeira vez. Desejava com todas as forças que ela estivesse bem.

Just a dreamOnde histórias criam vida. Descubra agora