Meus olhos se abriam lentamente. Sentia minhas pálpebras pesadas, como se tivesse dormido por uma década. Sento-me, esfregando meus olhos, logo sentindo uma dor aguda na cabeça.
- Ai, o que aconteceu? - Lembro-me do ritual, do Bill fazendo aquelas coisas estranhas, do Dipper atirando em nós dois e..
Bill! Ele estava tossindo sangue, parecia estar mal. Onde será que ele está?
- Ainda sente dor, Estrelinha? - Me assusto, sua voz me pegara desprevenida, me fazendo dar um sobressalto na cama. - Hahaha, você se assusta fácil pequena.
- O que esta fazendo no meu quarto, Cipher? - Enfim viro-me para ele. Não foi sonho, ele realmente estava em forma humana. - O que aconteceu com você? - Pergunto, ao perceber, enfim, um filete de sangue no canto de sua boca.
- Não foi nada, apenas… Caí! - Responde, com um sorriso amarelo, como se eu fosse acreditar nessa mentira fajuta.
- Deixe-me cuidar disso. - Me levanto, indo direto pegar o pequeno kit de primeiros socorros que tenho em meu quarto. Quem mexe com artes sempre precisa de um desses. Nunca se sabe quando irá colar sua cara na madeira!
- Não precisa, Estrela, isso não é nada. - Ele parecia estar hesitante. Parecia ter medo de ser tocado.
Me aproximo e seguro seu queixo com firmeza, analisando um pouco mais de perto.
- Realmente, apenas um cortezinho, que pode contaminar e apodrecer sua carne. - O olho seriamente. - Eu vou cuidar disso e não reclame, veja como uma retribuição. - Coro levemente.
Pego um cotonete, passando remédio em um de seus lados, logo me aproximo e começo a limpar a pequena ferida. O Cipher me obedecera, ficando quieto, apenas me encarando fixamente com aqueles radiantes olhos dourados.
Isso me deixou desconfortável.
Me sentia uma presa sendo vigiado pelo predador.
- Pronto! - Falo pondo um curativo de gatinho na ferida e me afastando rapidamente. - Bill? - O chamo, ele apenas responde com "hum?" enquanto analisava meu quarto. - Como conseguiu se recuperar sozinho? Lembro que estava muito mal.
- Ah, eu dei meu jeito, pequena Estrela. - Ele sorri abertamente.
- Seu jeito? - O olho, levemente desconfiada.
Temo em saber qual seria esse "jeito".
[...]
Já havia deixado a Cadente naquela cabana medíocre. Maldição.
Por que eu salvei ela?
Porque meus planos dariam errado se ela morresse, ou se fosse descoberta pelo irmão babão e pelo velhote.
Ela é a peça chave do meu quebra-cabeça de vingança. Infelizmente, sem ela não consigo tomar esse mundo ridículo para mim.
Andava pela floresta, de forma arrastada e mancando. Hora ou outra tossia uma pequena quantia de sangue.
Corpo humano ridículo e fraco.
Preciso recuperar meus poderes, preciso recuperar meu corpo demoníaco. Mas no momento, apenas quero um pouco de energia para poder me curar.
Estava próximo a minha estátua, ou melhor, próximo de onde ela ficava, quando ouço alguns burburinhos e risadas.
Adolescentes.
Tão burros. Só verem algo "maneiro" que vão atrás, perfeitas presas das minhas anomalias.
Me escondo atrás de um dos grandes pinheiros da floresta, e fico observando minhas fontes de energia.
Vieram em uma boa hora.
- Prontos para a festa, humanos inúteis? - Pergunto, me revelando e com um grande sorriso no rosto. Meu olhar se tornava insano e o tom dourado brilhava cada vez mais.
- Quem é você cara? - Um deles, de cabelos azuis, é o primeiro a perguntar.
- Ora, ora, sou o anfitrião dessa festa. - Meu sorriso se alarga. - Festa a qual apenas eu me divirto. - Uso o pouco de energia que me restava. As chamas azuis consomem minhas mãos cobertas por luvas brancas.
Os jovens, antes despreocupados, se assustam e recuam para trás.
- Você é maluco, cara! - O de cabelos escuros, grita apavorado.
- Óbvio que sou maluco! Hahahaha! - Ria loucamente, criando uma barreira em forma triangular, feita em chamas altas e azuis. - Hora da diversão. - Me aproximo dos quatro adolescentes presentes no local, minhas quatro presas. O pavor estava estampado em seus rostos. - Querem saber? Não irei gastar meus poderes com vocês, usarei minhas próprias mãos.
Dito isso, usando pela última vez o meus poderes antes de matar esses seres inferiores, invoco uma adaga, extremamente afiada, em minhas mãos.
- Quem será o primeiro? - Olho para cada um, os olhares de pavor e desespero, tudo isso me deixava em êxtase. - Uni, duni, tê, o escolhido foi.. Você! - Lanço a adaga no de cabelos azuis. A lâmina perfura sua garganta, atravessando-a por completo.
De sua boca aberta, sangue começa a escorrer, sua pele, aos poucos, foi se tornando tão pálida quanto a neve.
Seu corpo foi de encontro ao chão.
Vou até o corpo, agora sem vida, e arranco a arma. Os gritos de horror dos seus amigos me davam um imenso prazer.
- Seu desgraçado! - O ruivo, que até então estava calado, vem em minha direção, com pretensão de me derrubar.
Tão tolo.
Desvio e cravo a lâmina em sua nuca, fazendo uma perfuração no centro de seu rosto.
Outro corpo caído ao chão.
- Quem quer ser o próximo? - Encarava-os com prazer, ansiando que seus sangues se unissem aos dos dois amigos falecidos em meu corpo. Ah, aquele cheiro era o melhor perfume. - Ninguém se propõe? Tudo bem, eu escolho!
Corro em direção ao de cabelos negros, o jogando no chão e ficando por cima. Deslizo a lâmina gélida pela sua garganta, por fim, perfuro seus dois olhos, decepando sua cabeça em seguida.
A cabeça rola até os pés do último adolescente.
- Sinta-se honrado, o melhor sempre fica para o final! - Meu sorriso se alargava cada vez mais, meus olhos queimavam. Aos poucos, sentia uma parte pequena das minhas energias serem renovadas.
O suficiente para dar continuidade aos meus planos sem morrer antes.
A passos lentos, me aproximo do garoto de cabelos cor chocolate, ele me fazia lembrar os Pines, por isso fiz questão de deixá-lo por último, tortura-lo como se fosse um deles.
Me levaria ao ápice.
Estalo os dedos e algemas de energia azul prende os pulsos do garoto. Seu olhar amedrontado me fazia lembrar da Estrelinha. Como será a expressão dela desse jeito?
Fico louco só de imaginar.
Anseio pelo dia em que finalmente a terei para fazer o que bem entender. Tortura-la, fazê-la de minha escrava. Anseio em ouvir seus doces gemidos.
Paro em frente ao rapaz. Sorrio para ele, que me olha com nojo e desespero, podía ver a súplica que irradiava dos seus olhos.
- Como quer morrer? Membros decapitados? Corpo aberto? - Perguntava, enquanto passava a lâmina pelo seu rosto, deixando rastros, feitos por finas linhas de sangue. - Já sei! Será tudo isso, e para finalizar, irei arrancar cada órgão e deixar para os lobos.
Seus gritos de agonia se mesclava com minha gargalhada alta e incessante.
Um dia serão vocês, família Pines.
[...]
- É Estrelinha, meu jeito.
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Just a dream
FanfictionSonho ou realidade? Não sei. Apenas confiei sem me importar com as consequências. Ele, que um dia tentara matar a mim e a minha família, me fez bem, me fez sorrir, me fez companhia. Foi meu melhor amigo. Não sei dizer se tudo não passa de apenas u...