Capítulo 11

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Meus olhos se abriam lentamente. Sentia minhas pálpebras pesadas, como se tivesse dormido por uma década. Sento-me, esfregando meus olhos, logo sentindo uma dor aguda na cabeça.

- Ai, o que aconteceu? - Lembro-me do ritual, do Bill fazendo aquelas coisas estranhas, do Dipper atirando em nós dois e..

Bill! Ele estava tossindo sangue, parecia estar mal. Onde será que ele está?

- Ainda sente dor, Estrelinha? - Me assusto, sua voz me pegara desprevenida, me fazendo dar um sobressalto na cama. - Hahaha, você se assusta fácil pequena.

- O que esta fazendo no meu quarto, Cipher? - Enfim viro-me para ele. Não foi sonho, ele realmente estava em forma humana. - O que aconteceu com você? - Pergunto, ao perceber, enfim, um filete de sangue no canto de sua boca.

- Não foi nada, apenas… Caí! - Responde, com um sorriso amarelo, como se eu fosse acreditar nessa mentira fajuta.

- Deixe-me cuidar disso. - Me levanto, indo direto pegar o pequeno kit de primeiros socorros que tenho em meu quarto. Quem mexe com artes sempre precisa de um desses. Nunca se sabe quando irá colar sua cara na madeira!

- Não precisa, Estrela, isso não é nada. - Ele parecia estar hesitante. Parecia ter medo de ser tocado.

Me aproximo e seguro seu queixo com firmeza, analisando um pouco mais de perto.

- Realmente, apenas um cortezinho, que pode contaminar e apodrecer sua carne. - O olho seriamente. - Eu vou cuidar disso e não reclame, veja como uma retribuição. - Coro levemente.

Pego um cotonete, passando remédio em um de seus lados, logo me aproximo e começo a limpar a pequena ferida. O Cipher me obedecera, ficando quieto, apenas me encarando fixamente com aqueles radiantes olhos dourados.

Isso me deixou desconfortável.

Me sentia uma presa sendo vigiado pelo predador.

- Pronto! - Falo pondo um curativo de gatinho na ferida e me afastando rapidamente. - Bill? - O chamo, ele apenas responde com "hum?" enquanto analisava meu quarto. - Como conseguiu se recuperar sozinho? Lembro que estava muito mal.

- Ah, eu dei meu jeito, pequena Estrela. - Ele sorri abertamente.

- Seu jeito? - O olho, levemente desconfiada.

Temo em saber qual seria esse "jeito".

[...]

Já havia deixado a Cadente naquela cabana medíocre. Maldição.

Por que eu salvei ela?

Porque meus planos dariam errado se ela morresse, ou se fosse descoberta pelo irmão babão e pelo velhote.

Ela é a peça chave do meu quebra-cabeça de vingança. Infelizmente, sem ela não consigo tomar esse mundo ridículo para mim.

Andava pela floresta, de forma arrastada e mancando. Hora ou outra tossia uma pequena quantia de sangue.

Corpo humano ridículo e fraco.

Preciso recuperar meus poderes, preciso recuperar meu corpo demoníaco. Mas no momento, apenas quero um pouco de energia para poder me curar.

Estava próximo a minha estátua, ou melhor, próximo de onde ela ficava, quando ouço alguns burburinhos e risadas.

Adolescentes.

Tão burros. Só verem algo "maneiro" que vão atrás, perfeitas presas das minhas anomalias.

Me escondo atrás de um dos grandes pinheiros da floresta, e fico observando minhas fontes de energia.

Vieram em uma boa hora.

- Prontos para a festa, humanos inúteis? - Pergunto, me revelando e com um grande sorriso no rosto. Meu olhar se tornava insano e o tom dourado brilhava cada vez mais.

- Quem é você cara? - Um deles, de cabelos azuis, é o primeiro a perguntar.

- Ora, ora, sou o anfitrião dessa festa. - Meu sorriso se alarga. - Festa a qual apenas eu me divirto. - Uso o pouco de energia que me restava. As chamas azuis consomem minhas mãos cobertas por luvas brancas.

Os jovens, antes despreocupados, se assustam e recuam para trás.

- Você é maluco, cara! - O de cabelos escuros, grita apavorado.

- Óbvio que sou maluco! Hahahaha! - Ria loucamente, criando uma barreira em forma triangular, feita em chamas altas e azuis. - Hora da diversão. - Me aproximo dos quatro adolescentes presentes no local, minhas quatro presas. O pavor estava estampado em seus rostos. - Querem saber? Não irei gastar meus poderes com vocês, usarei minhas próprias mãos.

Dito isso, usando pela última vez o meus poderes antes de matar esses seres inferiores, invoco uma adaga, extremamente afiada, em minhas mãos.

- Quem será o primeiro? - Olho para cada um, os olhares de pavor e desespero, tudo isso me deixava em êxtase. - Uni, duni, tê, o escolhido foi.. Você! - Lanço a adaga no de cabelos azuis. A lâmina perfura sua garganta, atravessando-a por completo.

De sua boca aberta, sangue começa a escorrer, sua pele, aos poucos, foi se tornando tão pálida quanto a neve.

Seu corpo foi de encontro ao chão.

Vou até o corpo, agora sem vida, e arranco a arma. Os gritos de horror dos seus amigos me davam um imenso prazer.

- Seu desgraçado! - O ruivo, que até então estava calado, vem em minha direção, com pretensão de me derrubar.

Tão tolo.

Desvio e cravo a lâmina em sua nuca, fazendo uma perfuração no centro de seu rosto.

Outro corpo caído ao chão.

- Quem quer ser o próximo? - Encarava-os com prazer, ansiando que seus sangues se unissem aos dos dois amigos falecidos em meu corpo. Ah, aquele cheiro era o melhor perfume. - Ninguém se propõe? Tudo bem, eu escolho!

Corro em direção ao de cabelos negros, o jogando no chão e ficando por cima. Deslizo a lâmina gélida pela sua garganta, por fim, perfuro seus dois olhos, decepando sua cabeça em seguida.

A cabeça rola até os pés do último adolescente.

- Sinta-se honrado, o melhor sempre fica para o final! - Meu sorriso se alargava cada vez mais, meus olhos queimavam. Aos poucos, sentia uma parte pequena das minhas energias serem renovadas.

O suficiente para dar continuidade aos meus planos sem morrer antes.

A passos lentos, me aproximo do garoto de cabelos cor chocolate, ele me fazia lembrar os Pines, por isso fiz questão de deixá-lo por último, tortura-lo como se fosse um deles.

Me levaria ao ápice.

Estalo os dedos e algemas de energia azul prende os pulsos do garoto. Seu olhar amedrontado me fazia lembrar da Estrelinha. Como será a expressão dela desse jeito?

Fico louco só de imaginar.

Anseio pelo dia em que finalmente a terei para fazer o que bem entender. Tortura-la, fazê-la de minha escrava. Anseio em ouvir seus doces gemidos.

Paro em frente ao rapaz. Sorrio para ele, que me olha com nojo e desespero, podía ver a súplica que irradiava dos seus olhos.

- Como quer morrer? Membros decapitados? Corpo aberto? - Perguntava, enquanto passava a lâmina pelo seu rosto, deixando rastros, feitos por finas linhas de sangue. - Já sei! Será tudo isso, e para finalizar, irei arrancar cada órgão e deixar para os lobos.

Seus gritos de agonia se mesclava com minha gargalhada alta e incessante.

Um dia serão vocês, família Pines.

[...]

- É Estrelinha, meu jeito.

Just a dreamOnde histórias criam vida. Descubra agora