Intensidade [CONCLUÍDA]

Capítulo 73 "Permissão"

Eu ia postar só domingo, mas tô muito empolgada com esse capítulo, queria que vocês lessem logo! 🤭
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       Caliman e Guilherme voltaram para a sala e encontraram Lucas sozinho.
Lucas: "Quero falar com vocês."
      Guilherme e Caliman se entreolharam, e Caliman engoliu em seco, imaginando que Lucas já soubesse que ele estava apaixonado por Rodrigo. 
Lucas: "Que história é essa que você e o Rodrigo queriam "juntar" eu e o Gui?", disse caminhando até Caliman.
Guilherme: "O quê? Do que está falando?"
Lucas: "Pergunta aí pro seu amigo.", disse cruzando os braços e olhando para Caliman.
     Caliman olhou para Guilherme, depois para Lucas, pensando no que iria dizer.
Guilherme: "Fala! O que você fez?!", começou a se exaltar.
Caliman: "Calma, Gui... Não precisa se irritar, não fiz nada demais..."
Guilherme: "Eu não acredito!"
     Guilherme começou a andar de um lado para outro na sala, enquanto Caliman o seguia, tentando se explicar. 
Caliman: "Eu vi como você estava sofrendo, tive a ideia de ajudar você e o Lucas a ficarem juntos de novo..."
Lucas: "E onde o Rodrigo entrou nisso?"
Caliman: "Pensei nele pra me ajudar nesse plano, porque ele te conhece bem, e ele concordou comigo, também queria ajudar vocês."
Lucas: "Não tinha o direito de fazer isso, muito menos de envolver o Rodrigo!"
       Caliman pediu perdão várias vezes, disse que tudo foi com a melhor das intenções, que tanto ele quanto Rodrigo, só queriam ajudar e acabar com o sofrimento.
Guilherme: "Entenda, nada que vocês façam, vai mudar o que aconteceu, nem consertar isso.", disse olhando para Lucas, à sua frente.
       Essa fala de Guilherme deixou Lucas desconcertado e triste, mas ele não deixou transparecer na frente dos dois, aguentou firme e continuou:
Lucas: "E tem outra coisa. O Rodrigo veio com uma conversa que ele afasta as pessoas, que tem uma maldição... e no final falou de você!" disse, apontando para Caliman.
      Guilherme olhou assustado para Caliman e Lucas percebeu.
Lucas: "O que está acontecendo aqui?"
         Caliman abaixou a cabeça e deu um suspiro baixo, Guilherme passou uma das mãos no cabelo.
Lucas: "Não vai me dizer que a briga que ele teve com o Chris e o Miguel naquele dia... teve a ver com você?"
Caliman: "Claro que não! Eu estava na sua casa, não lembra? Você recebeu a ligação na minha frente!", disse, nervoso.
Lucas: "Sim... É verdade. Mas então, o que é? Por que você está tão nervoso?"
       Caliman ficou sem fala, não queria confessar que estava apaixonado, não queria contar o real motivo da briga do Rodrigo com os mais velhos porque tinha prometido não contar. Todos esses pensamentos passando por sua mente numa fração de segundos, quando Guilherme falou:
Guilherme: "É um interrogatório? Está culpando o Caliman de quê? Se quer saber detalhes da vida do Rodrigo, vá perguntar ao Rodrigo e deixa meu amigo em paz!", disse de forma ríspida.
       Com isso, Lucas recuou. Ele percebeu que estava mesmo passando dos limites.
Lucas: "Desculpa, acho que exagerei.", disse, sinceramente.
     Caliman acenou com a cabeça e sentou em sua cadeira. Os três ficaram em silêncio por uns minutos, processando tudo.
Lucas: "Olha Caliman, sobre esse plano de vocês, deixem isso pra lá. Como o Gui disse, nada pode consertar o que aconteceu.", disse tentando não encarar Guilherme e continuou: "Sobre o Rodrigo, não sei ainda o que aconteceu, mas quero te pedir que não envolva ele em nada, aquele garoto já tem muitos problemas."
Rodrigo: "Eu falo o que você quiser! Mas me solta!", disse em desespero. 
Christian: "Por que você sumiu aquele dia?! Por que está agindo estranho desde então?! Por que estava chorando com o Lucas?! ME FALA!", disse, ainda segurando o mais novo.
Rodrigo: "Eu... Eu... Ai! Está me machucando, Chris!", gritou. 
      Nesse momento, Miguel não conseguiu se conter. Ouvir Rodrigo com dor e suplicando ao outro para lhe soltar, fez Miguel sair do box do banheiro de uma vez.
Miguel: "Larga ele!", disse, puxando o braço do mais velho. 
       Christian se assustou ao ver Miguel, soltando Rodrigo rapidamente.
Miguel: "Você está bem?!", disse, segurando o rosto de Rodrigo com as duas mãos. 
       Christian parecia ter acordado de um pesadelo, sentia como se tivesse sido possuído! Ele jamais faria algo daquele tipo! Estava perplexo com ele mesmo. Olhava assustado para os dois mais novos, sem conseguir se mover ou falar.
Miguel: "Você...!", disse, se voltando para Christian e continuou: "Como pôde fazer isso?!"
Christian: "Eu... Não sei o que deu em mim!"
       Rodrigo saiu correndo do banheiro, sem olhar para trás. 
Miguel: "Quem é você?"
       O olhar de decepção nos olhos de Miguel, despedaçou o coração de Christian. 
Christian: "Miguel, eu... Não sei o que me deu! Me perdoa!", disse sinceramente.
Miguel: "Não é para mim que você tem que pedir perdão." disse, e saiu.
         Rodrigo pensou em ir embora, mas para onde iria? Achou melhor sentar em sua mesa e trabalhar, preencher sua mente de outra coisa, tentar esquecer todo esse pesadelo. 
     Todos voltaram aos seus postos de trabalho, o horário de almoço se aproximava. Rodrigo trabalhava ouvindo música nos fones de ouvido, nem se deu conta da hora, se afundou no trabalho completamente. 
       Miguel via Rodrigo de sua mesa, queria se aproximar e ver como o mais novo estava, queria oferecer conforto pela coisa terrível que aconteceu no banheiro mais cedo, mas não tinha coragem. Sabia que grande parte do sofrimento de Rodrigo era sua culpa, não podia olhar nos olhos dele.
       Pedro convocou uma reunião de emergência fora da empresa com todos os diretores e alguns outros funcionários. Christian estava totalmente sem cabeça para isso mas não teve como evitar. Ao passar pela mesa de Rodrigo, viu o garoto concentrado no trabalho, com fones de ouvido. Rodrigo não viu Christian, prestava muita atenção no que fazia e se desconectou do que acontecia ao seu redor.
       Rodrigo via de relance as pessoas saindo, mas sem prestar muita atenção. Quando deu por si, o andar estava vazio. Sentiu uma pressão no pescoço e ombros, provavelmente por causa do estresse e também pelo jeito como Christian o machucou mais cedo. Levantou da cadeira e fez um breve alongamento, tentando aliviar. Andou devagar até a copa, pensou em tomar um café, ficou de frente para a pia e de costas para a porta. Quando virou o primeiro gole de café em sua boca, ouviu alguém chamando seu nome: "Rodrigo!". A voz o fez estremecer, o susto fez com que ele soltasse o copo de café, que derramou na sua camisa, pelo pescoço, peito e também na mão que segurava o copo.
Rodrigo: "Aaarrrg!", deu um grito de dor.
Caliman: "Você se queimou?! Tira essa blusa!", disse preocupado.
      O pescoço e a mão de Rodrigo ardiam muito, por causa do café quente. Caliman abriu a água da pia, molhava as mãos e passava no pescoço do outro. Rodrigo tirou a camisa, Caliman tentava não olhar para o corpo dele, mas a vontade era mais forte. Se virou para tentar disfarçar.
Caliman: "Desculpa se te assustei. Está doendo?", disse de costas para o mais novo.
Rodrigo: "Não, está tudo bem. Como vou ficar assim?", disse se enxugando com a própria camisa.
      Caliman olhou mais uma vez para Rodrigo, tentando disfarçar. "Como ele é lindo...", pensou. Os ombros largos, a pele rosada, o abdômen... Caliman respirou fundo.
Caliman: "Eu... eu posso ver com o Gui, ele geralmente tem roupa aqui."
        Rodrigo andou até ele.
Rodrigo: "Quero sim, se ele não se importar."
Caliman: "Vou buscar, já volto."
     Caliman andou pelos corredores e percebeu que estava mais vazio que o normal, mesmo sendo horário de almoço. Seu celular toca, era uma mensagem de Guilherme. 
      "Estou numa reunião com o Pedro fora da editora. Vai demorar aqui, depois vou pra casa."
      Nessa reunião também estavam Christian, Lucas, os outros diretores e alguns funcionários, por isso a empresa estava tão vazia.
Caliman: "Aqui, veste isso."
        Era uma camisa gola polo preta, que destacava a pele clara de Rodrigo.
Rodrigo: "Obrigado."
      Quando Rodrigo levantou os braços para colocar a camisa, Caliman viu as marcas no ombro dele.
Caliman: "O que é isso?!" disse, passando a mão no ombro do outro.
Rodrigo: "Ai! Ai!", disse se esquivando do toque e continuou: "Não é nada..."
Caliman: "Quem fez isso com você?! Foi assim a conversa que tiveram ontem?!"
      Caliman não podia acreditar que Christian ou Miguel tivessem agredido Rodrigo! Só de pensar nisso, seu sangue fervia! 
Rodrigo: "Não! Não foi nada disso!", tentava explicar.
Caliman: "Você não vê como isso está passando dos limites?!"
      Rodrigo não tinha coragem de contar que não falou nada com os mais velhos, muito menos de contar o que tinha acontecido no banheiro entre ele e Christian. 
Rodrigo: "É complicado... E não é da sua conta!"
      Caliman se espantou com essa resposta. A expressão em seu rosto mudou, de raiva passou a decepção, Rodrigo podia ver.
Caliman: "O quê...?"
       Era melhor que Caliman se decepcionasse de uma vez e se afastasse. Rodrigo não queria causar problemas à ele, nem queria que ele fosse tirar satisfações com Christian.
Rodrigo: "É melhor pararmos com isso."
       Caliman permanecia calado, imóvel, sem acreditar no que estava acontecendo. Rodrigo não conseguia ver como essa relação estava ficando mais e mais tóxica. Mas ao mesmo tempo, Caliman entendia o mais novo, porque também tinha passado por uma relação tóxica e sabia como era difícil se desprender. Rodrigo terminou de vestir a camisa rapidamente, tentando esconder as marcas que, até então, ele não tinha percebido que estavam ali, e se preparava para sair da sala.
        Caliman o impediu de sair, o encostou na parede e, com os dois braços, o encurralou. Chegou tão perto de Rodrigo a ponto se seus narizes quase se tocarem. 
Caliman: "Entende uma coisa de uma vez por todas! TUDO que tem a ver com você, é da minha conta!", disse, ofegante. 
        Rodrigo queria afastá-lo, queria impedir aquela aproximação, mas quando chegava assim tão perto de Caliman, alguma coisa acontecia com sua mente, com seu corpo... Primeiro sentiu como se fosse cair, que suas pernas bambearam. Depois sentiu seu corpo leve, sua mente tranquila, como se pudesse levitar... Esse turbilhão de sensações não deixavam Rodrigo pensar direito, começou a se deixar levar.
       Caliman não conseguia se conter mais! Sempre que ficava perto do outro sentia medo de ceder à tentação. Todas as vezes conseguiu, com muito custo, mas agora, estava forte demais! Seu corpo parecia funcionar sozinho, reagindo à presença de Rodrigo. Como se seus corpos fossem parte um do outro e precisassem se unir, se fundir...
       Rodrigo fechou os olhos, a respiração estava pesada e descompassada. Caliman passou os dedos nos lábios do outro e se aproximou mais, ficando agora totalmente colado ao corpo do outro. Rodrigo gemeu e abriu os olhos, olhando fixamente para o mais velho. 
Caliman: "Eu quero tanto você..." disse, enquanto passava a mão pelo rosto e pescoço de Rodrigo. "Mas não vou fazer nada sem a sua permissão.", disse, olhando para seus lábios.
       O corpo de Rodrigo estava em chamas, cada respiração era um gemido, sentia a ereção de Caliman em sua coxa. Colocou as duas mãos na cintura de Caliman e puxou forte para mais perto, queria sentir mais. Caliman gemeu.
Rodrigo: "Eu... Eu... Sim! Por fav..."
     Caliman nem deixou que ele terminasse a frase! Avançou, faminto, sobre os lábios dele. Rodrigo retribuiu o beijo com a mesma urgência e intensidade, as línguas dançavam entrelaçadas e seus corpos se ascendiam mais e mais. De repente, Rodrigo empurrou Caliman para cima da mesa, o deitando e ficando por cima dele. Desabotoou a camisa do mais velho e foi descendo os beijos pelo pescoço, peito, até o abdômen. 
       Caliman levantou num impulso e tirou a camisa de Rodrigo, queria admirar aquele corpo há muito tempo, não perderia essa oportunidade. Beijou o pescoço dele, depois ficou olhando para corpo de Rodrigo por uns segundos, passou a mão no peito dele e olhou em seus olhos. 
Caliman: "Me diz que você sente o mesmo que eu...", implorou.