Capítulo 59 "Cada átomo"

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Lucas falou sobre a noite na boate, sobre o beijo que Guilherme deu em Caliman, a princípio para livrar o rapaz de um tal Alexandre, que aparentemente não é uma boa pessoa. Mesmo relutante, Lucas também contou sobre a briga de Guilherme e Alexandre na boate e que depois o levou para o hospital e em seguida para o apartamento.
Rodrigo já sabia disso tudo porque Caliman havia contado mais cedo, mas fez parecer que não sabia de nada e ouviu o amigo atentamente. Finalmente a parte da história que Rodrigo queria: quando chegaram ao apartamento de Guilherme e passaram a noite juntos. Era sobre isso que Rodrigo queria falar com Lucas mas não sabia como introduzir o assunto, enfim a "deixa" que Rodrigo esperava.
Rodrigo: "Vocês transaram?" perguntou diretamente. 
Lucas ficou surpreso com a pergunta direta, mas acenou com a cabeça indicando que sim.
Rodrigo: "Então se acertaram?"
Lucas: "É muito complicado... Acho que nunca vamos nos acertar. Estou me enganando, sei disso." disse com tristeza. 
Rodrigo: "Mas se dormiram juntos, como assim não se acertaram? Não foi bom?"
Lucas: "Foi maravilhoso... Diferente de tudo que eu já experimentei. Ele me tratou com tanto cuidado, nos conectamos de um jeito incrível. Mas no outro dia o Gui ficou estranho. Ele disse que tinha sido 'só uma foda' e me mandou sair. Não vi mais o Gui desde então."
Rodrigo ficou em silêncio por um momento, processando tudo e escolhendo as palavras.
Rodrigo: "Mas ele te machucou?" perguntou preocupado.
      Lucas, instintivamente, puxou as mangas tentando esconder as marcas em seus pulsos. 
Lucas: "Fisicamente não." disse com firmeza. 
Rodrigo: "Lu, eu posso ver as marcas. Por que está tentando esconder de mim?"
       Lucas ficou em silêncio por alguns minutos, de cabeça baixa, se sentia envergonhado. 
Lucas: "Não é o que você está pensando. Ele não me bateu, nem nada do tipo..."
Rodrigo: "Eu sei." interrompeu e continuou "Vocês fizeram de uma forma diferente."
       Lucas acenou com a cabeça, concordando com ele.
Rodrigo: "Então por que está envergonhado? Se foi bom, se foi com consentimento, você não deve esconder nem se envergonhar!"
      Lucas ficou espantado ao ouvir essas palavras. Rodrigo tinha toda razão, Lucas começava a se sentir melhor, mais aliviado por ver que Rodrigo o entendia.
Lucas: "Acho que o que me deixa tão envergonhado é ver como eu cedi tão facilmente à ele. Mas não sei o que acontece comigo... Quando estou perto dele... cada átomo do meu corpo diz que é a coisa certa, que somos feitos um pro outro..." seus olhos marejaram. 
Rodrigo: "Esse tipo de amor pode mudar a sua vida."
      Lucas não conseguia mais conter as lágrimas. Rodrigo tocou a mão dele por cima da mesa, em sinal de carinho.
Rodrigo: "Vocês se amam, isso é tão nítido!
Lucas: "Nunca me senti assim antes. Acho que eu... Eu amo o Gui..."
Lucas se inclinou para frente, as lágrimas fluíam. Rodrigo levantou-se, sentou mais perto do amigo, para abraça-lo.
Rodrigo: "Está tudo bem, pode chorar, coloca tudo pra fora." disse, tentando consolar o amigo.
     Caliman estava sonolento, Guilherme percebeu e perguntou se o amigo queria passar a noite em seu apartamento. O outro não recusou, mesmo ainda não sendo tão tarde. Já que a maioria das coisas de Caliman estavam lá, não haveria problemas. Guilherme foi tomar banho e deixou o amigo na sala, quase dormindo. Quando voltou, Caliman já estava dormindo profundamente, então deixou o amigo no sofá mesmo, só pegou uma coberta e colocou por cima dele.
     Lucas e Rodrigo se despediram em frente à confeitaria e cada um foi para sua casa. Lucas resolveu caminhar um pouco para espairecer, refletindo sobre o que havia conversado com Rodrigo. Ele queria muito se acertar com Guilherme mas faltava coragem. Apesar de saber que Guilherme sentia algo por ele, Lucas não tinha certeza se era na mesma intensidade. Essa dúvida o angustiava, não queria ser rejeitado novamente, não queria ceder de novo, não queria estar sempre tão vulnerável assim. Em meio a esses pensamentos, nem percebeu que a hora tinha avançado tanto, já era de madrugada. Pegou um Uber e foi para casa.
      Já no seu quarto, exausto, Lucas tomou um banho rápido e se jogou na cama.

     "Acordou ansioso, tentou se sentar, mas sentiu um pouco de dor e preferiu ficar deitado. Ao puxar um pouco o sobrelençol, reparou nas marcas em seus pulsos e percebeu que estava sem cueca, pelo leve atrito que o tecido fazia em seu pênis. Aquela situação o deixou apreensivo, mas ficou mais calmo ao ver Guilherme entrando no quarto de cueca e com uma toalha em seus ombros.
Lucas: “Bom dia, Gui.” disse, sorrindo.
Guilherme: “Bom dia. Como se sente, amor?”
Lucas: “Fazia tempo que eu não dormia tão bem assim.”, disse, sorrindo aliviado, a sensação de angústia passando aos poucos.
       Guilherme estava de costas para Lucas, pegou uma camisa branca que estava apoiada próximo ao espelho e começou a se vestir. Lucas estava feliz pela noite que passaram juntos, nunca havia sentido tanto prazer, tudo era muito novo.
Lucas: “Bem, sobre a noite passada eu… Bem, nós… Você sabe…”
Guilherme: “Diga.”
Lucas: “Deveria ter sido de outra forma.”
      O que Lucas falou, fez Guilherme parar o que estava fazendo e se virar para encará-lo. 
Guilherme: “Sabe, eu concordo com você...”, disse, indo até o closet e voltando com uma caixa, que não passou despercebida por Lucas.
Lucas: "Gui, você não entendeu…" disse, tentando se levantar, mas sentia dores por todo seu corpo.
Guilherme: “Eu nunca disse que tinha boas intenções.”, disse acariciando o maxilar de Lucas, e continuou: “Não se iluda...” disse, olhando dentro dos olhos de Lucas.
      Lucas sentiu uma dor no peito, uma sensação de deja vu e seus olhos marejaram. Guilherme levou suas mãos aos olhos de Lucas, como se quisesse parar as lágrimas.
Guilherme: “Ei, eu te machuquei tanto assim? Eu falei para usar a palavra de segurança.”
      Lucas continuava chorando e Guilherme ficou apreensivo.
Guilherme: “Amor, quer que eu te leve no hospital?”, disse não recebendo nenhuma resposta.
       Ao tentar se levantar, Guilherme sentiu a manga da camisa sendo puxada para baixo.
Lucas: “Não estou sentindo nenhuma dor física, apenas pareceu que você ia me deixar…”
      Guilherme sentou ao seu lado novamente e puxou Lucas para um abraço. Lucas começou a se acalmar ao ouvir o coração de Guilherme batendo mais rápido.
Guilherme: “Eu não faria isso Lucas, não agora que percebi o quanto nos amamos.”
       Lucas levantou sua cabeça e puxou o rosto de Guilherme entre suas mãos, para beijá-lo. Guilherme se surpreendeu com o gesto de Lucas e viu que ele estava chorando em meio ao beijo.
Guilherme: “Eu não sei o que você está sentindo, mas pensa em mim agora.”, disse, dando um beijo na testa da Lucas.
     Lucas se sentiu amado depois de muito tempo.
Guilherme: “Bem, vou voltar a me vestir e o senhor...”
      Lucas interrompeu Guilherme ao beijá-lo novamente.
Guilherme: “Deveria fazer o mesmo…”, disse ofegante, ao sentir Lucas descendo os beijos por seu queixo, maxilar, pescoço.
Guilherme puxou Lucas para cima dele.
Guilherme: “Você quer?”, recebeu um aceno positivo.
Guilherme: “Do meu jeito ou do seu?”
Lucas: “Como quiser, mestre.”
      Guilherme nunca pensou que ficaria duro apenas ao ouvir alguém o chamando de "mestre". Lucas estava sentado, Guilherme o pegou no colo o levando para frente do espelho.
Guilherme: “Consegue ficar de pé?”
Lucas: “Sim, mestre.”, se fosse apenas para ficar de pé, acreditava que conseguiria.
Guilherme: “Então não tire seus olhos do espelho.”
       Guilherme começou a tocar na pele sensível de Lucas, conseguindo arrancar leves gemidos dele.
Guilherme: “Acho que você ficou lindo com essas marcas. O que você acha?”, dizia com uma mão passeando na cintura de Lucas e outra segurando seu mamilo esquerdo.
     Lucas estava apenas sentindo os toques, não prestava atenção no que Guilherme dizia. Uma palmada.
Guilherme: “Eu perguntei, o que você acha.”
Lucas: “Concordo, mestre.”
Guilherme: “Muito bem, o que acha de fazermos mais algumas então?”
       Guilherme começou a beijar atrás do pescoço de Lucas. Os beijos foram descendo pelos ombros… coluna… até chegar na nádega direita, onde deixou uma mordida e um tapa, que deixou a marca da mão. Guilherme estava ajoelhado atrás de Lucas, o observando por trás.
Guilherme: “Se apoie no espelho e abra um pouco as pernas.”
     Lucas não demorou a se apoiar no espelho e a aguardar o próximo movimento de Guilherme. O mais novo queria saber se havia machucado Lucas na noite anterior, antes de continuarem. 
     Guilherme afastou um pouco as nádegas de Lucas para observar melhor e viu que seu gozo ainda estava lá, mas um pouco seco. Guilherme se levantou e foi buscar a pequena caixa que tinha camisinhas, lubrificante e um anestésico.
      Lucas sentiu Guilherme o pegando por trás, forçando um pouco as costas dele, até que Lucas ficou inclinado para frente. Aos poucos, Guilherme pressionava seus dedos no ânus de Lucas com o anestésico.
Guilherme: “Você já viu o seu buraco assim antes?”
      Lucas, envergonhado por estar naquela posição, queria fechar os olhos, até sentir as mãos de Guilherme segurando firme em seu maxilar.
Guilherme: “Ele está implorando para ser fodido. Não acha?”, disse rente ao ouvido de Lucas.
     Lucas não respondeu, mas Guilherme não iria cobrá-lo naquela hora. Ele já achava que Lucas estava se esforçando demais em fazer algo daquele tipo no dia seguinte. Lucas foi levado para cama novamente e deitado de barriga para baixo. Ao sentir um peso por cima de si, achou estranho e tentou se levantar.
Guilherme: “Relaxe e confie em mim, ok?”
    Guilherme ficou em cima de Lucas e se apoiou no colchão. Mesmo com o anestésico e a rápida “preparação”, Guilherme encontrou certa dificuldade ao penetrar Lucas, mas depois que “montou” nele, tinha liberdade suficiente para se mover em um ritmo lento. Lucas estava gemendo alto e segurando no pulso de Guilherme, como se tentasse aliviar um pouco o incômodo que sentia.  Com o movimento, Lucas percebeu que seus cabelos estavam atrapalhando e virou seu rosto de lado.
      Guilherme sentiu que Lucas estava levantando o quadril e decidiu ir um pouco mais fundo, mas mantendo o ritmo lento. Ao ver o rosto corado de Lucas e seus cabelos espalhados no lençol, puxou um pouco a cintura de Lucas para cima e aumentou a velocidade.
Guilherme: “Nada encaixa melhor do que meu pau na sua bunda.” disse, rouco. 
       Lucas estava ofegante, seu pênis estava duro pelo atrito com o lençol e por sentir Guilherme empurrando contra si, era como se uma corrente elétrica percorresse seu corpo. Ele estava quase gozando e podia sentir que o mais novo também estava no seu limite, pelos leves espasmos que sentia em sua bunda.
Guilherme: "Ah... Eu vou..."

     Lucas abriu os olhos ofegante. "O que foi isso?" pensou, sentando na cama, abalado. Nunca antes havia tido um sonho tão vívido assim. Podia sentir o cheiro de Guilherme, o gosto em seus lábios, como se o outro estivesse ali, ao seu lado.

Intensidade [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora