Capítulo 62 "Volte pra mim"

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Gente, meu filho está bem, foi suspeita, graças a Deus. Obrigada pelas palavras de apoio. ❤

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Guilherme levantou rápido, assustado.
Guilherme: "LUCAS??!!"
     Soltou rapidamente os braços e pernas de Lucas, batia no rosto dele, tentando acordá-lo.
Guilherme: "Não! Por favor! Acorda!" gritava em desespero, batendo no rosto do outro.
    Lucas não respirava, estava pálido. Guilherme entrou em pânico, não sabia o que fazer. Tirou Lucas da mesa e o deitou no chão, começou a fazer massagem cardíaca e respiração boca a boca. Quis chamar uma ambulância mas nem se lembrava onde estava seu celular.
Guilherme: "Por favor, acorde! Lucas! Me perdoa!" gritava em meio às lágrimas. 
     Lucas não reagia, Guilherme começou a gritar, desesperado!
Guilherme: "NÃO!! EU TE AMO! NÃO MORRE! ME PERDOA! ME PERDOA! ACORDA, LUCAS!"
     Continuava fazendo os primeiros socorros, mas sabia que não adiantaria se Lucas continuasse desacordado e sem respirar.
    Caliman dormia profundamente, até acordar assustado ouvindo gritos ao longe. Ele levantou, andou pelo apartamento, seguindo o barulho. O quarto em que Lucas e Guilherme estavam, tinha isolamento acústico, feito especialmente para que ninguém de fora ouvisse o que se passava lá dentro. Mas Guilherme gritava tanto e como era madrugada e tudo ao redor estava silencioso, Caliman pôde ouvir os sons abafados vindo do quarto. 
Caliman empurrou a porta e se deparou com aquela cena: Lucas desacordado no chão e Guilherme desesperado, chorando, fazendo os primeiros socorros nele.
Caliman: "O que aconteceu?!" disse, assustado. 
Guilherme: Chama uma ambulância!" gritou. 
     Caliman correu para pegar seu celular. Agradeceu mentalmente por Guilherme ter comprado um celular novo para ele, se não, até encontrarem o celular de Guilherme, o que poderia acontecer? Ligou rapidamente para os bombeiros, explicou mais ou menos a situação, já que não sabia ao certo o que tinha acontecido. Foi informado que a ambulância chegaria dentro de 15 minutos. Caliman correu de volta ao quarto para tentar ajudar.
Caliman: "A ambulância já está vindo!"
    Guilherme ainda fazia a massagem cardíaca e respiração boca a boca, muito desesperado e chorando muito. 
Guilherme: "Eu te amo... Volte pra mim..." dizia, em meio às lágrimas. 
     De repente, Lucas se mexeu, puxou o ar com força e tossiu. Guilherme não podia acreditar! O choro agora era de alívio. 
Guilherme: "Lucas! Fala comigo!" segurava o rosto do outro, mas ele ainda estava desacordado.
Caliman: "Ele está respirando! Vai ficar bem, a ambulância está a caminho." disse, abraçando o amigo, que chorava copiosamente. 
Guilherme: "Eu quase... matei ele!" 
Caliman: "Já passou, não fique assim. Ele ainda precisa de ajuda. Vou colocar uma roupa nele. Você também, vá se vestir. Vamos ter que ir com ele para o hospital!"
      A situação toda durou cerca de dois minutos, mas para Guilherme pareceu uma eternidade. Vestiu uma camiseta e calça jeans rapidamente, enquanto Caliman vestia uma calça de Guilherme em Lucas, já que ele veio sem. 
     Após se vestir, Guilherme correu de novo para perto de Lucas, que começava a mostrar sinais de que estava voltando à consciência. 
Guilherme: "Lucas! Você está bem? Fala comigo!" disse, tocando no rosto dele.
     Toca a campainha, a ambulância chegou antes do previsto. Caliman correu para abrir a porta. "Venham, por aqui.", disse aos paramédicos.
     Quando chegaram ao quarto, Lucas já estava sentado, ainda no chão, sendo amparado por Guilherme. Ao verem o quarto e toda a parafernália, os paramédicos imediatamente entenderam do que se tratava. Examinaram Lucas rapidamente e o colocaram na maca para irem ao hospital. Um dos paramédicos informou à Caliman que devido ao ocorrido, a polícia seria contactada e Guilherme teria que prestar informações. Caliman ficou apreensivo pelo que poderia acontecer ao seu amigo devido ao histórico dele mas independente do que acontecesse, estaria ao lado de Guilherme para o ajudar no que fosse necessário.
     Guilherme ainda chorava, estava muito nervoso, mesmo vendo que Lucas já estava bem.
Lucas: "Eu estou bem, pare de chorar.", disse, levando uma das mãos ao rosto de Guilherme. 
    Por estar sem camisa, todos podiam ver as marcas no corpo de Lucas. As da vez anterior que ainda não tinham sumido e as recentes, que tinham acabado de ser feitas. Os paramédicos se entreolhavam, deixando Guilherme ainda mais apreensivo.
     Em um lampejo, Guilherme teve um flashback do dia em que chegou em casa da escola e viu toda a movimentação de policiais e bombeiros, o dia em que sua mãe se suicidou. Toda essa situação com Lucas, foi como um gatilho para ele, não conseguia se controlar, nem parar de chorar. Caliman percebeu que o amigo estava passando mal, provavelmente poderia ter um ataque de pânico, como teve tantas vezes. Se aproximou de Guilherme e o abraçou. 
Caliman: "Acalme-se, respire fundo." dizia, tentando acalmar o amigo.
     Um dos paramédicos perguntou se iriam com eles ao hospital, mas disse que na ambulância junto com Lucas, só poderia ir uma pessoa. Guilherme não tinha condições de ir e Caliman não poderia ir e deixar Guilherme sozinho.
Lucas: "Caliman, é melhor vocês irem de táxi, não acha? Eu estou bem, posso ir sozinho."
     Caliman acenou com a cabeça, Lucas percebeu a situação e deu uma solução para ela.
     Já dentro do táxi, Guilherme apertava as mãos, balançava a perna, ainda muito nervoso. Mas pelo menos conseguiu se controlar quanto ao ataque de pânico. Caliman pegou o celular e ligou para Rodrigo. 
     Toca o celular.
     Rodrigo se assusta ao ouvir o celular tocando. O dia começava a clarear, olhou no relógio, passavam um pouco das 6h da manhã.
Rodrigo: "Alô?", disse, sonolento.
Caliman: "Rodrigo, é o Caliman. Desculpa te ligar a essa hora, mas é o Lucas..."
     Rodrigo deu um pulo da cama, pegou os óculos e já começou a se vestir. Sabia que precisaria sair as pressas.
Rodrigo: "O que aconteceu?!" disse, assustado.
     Caliman não sabia ao certo como responder, não sabia se deveria dizer por telefone o que realmente tinha acontecido. 
Caliman: "Foi um acidente, mas o Lucas está bem. Estamos indo pro hospital agora. Você pode encontrar a gente lá?"
Rodrigo: "Me manda a localização, já estou saindo."
    Desligou o telefone, deixou um bilhete para os mais velhos avisando por alto o que tinha acontecido e saiu. 
     Guilherme andava de um lado para o outro, ainda não sabiam notícias de Lucas. A recepcionista disse que apenas parentes do paciente poderiam receber informações. 
Caliman: "Gui, senta aqui. Fica calmo, cara. O Lucas está bem."
Guilherme: "Eu quase... matei ele!" , disse a última parte sussurrando. "Como você quer que eu me acalme?!"
Caliman: "Mas o que aconteceu? Até agora estou sem entender."
     De repente uma senhora entra correndo no hospital. Ela era baixa e clara, com os cabelos um pouco grisalhos. Quando ela se virou e Guilherme pôde ver o rosto dela, pelas feições, concluiu que era a mãe de Lucas.
Lucinda: "Por favor! Meu filho! O nome dele é Lucas!"
    Guilherme se sentiu mal quando a viu. Não foi desse jeito que imaginou conhecer sua futura sogra, mãe do seu amado. Ainda mais ele sendo quem causou mal à Lucas, o fazendo estar no hospital.
     A recepcionista disse que Lucas estava bem, lúcido e que apenas fazia alguns exames. Disse também que provavelmente teria que ficar algumas horas no hospital para observação, mas que ela deveria aguardar e falar diretamente com o médico. Ao final, a recepcionista apontou para Guilherme e Caliman, disse que eles vieram acompanhando Lucas.
     Lucinda se virou, olhou fixamente para os rapazes e caminhou até eles. Guilherme se apoiou na parede, com medo de cair, suas pernas tremiam. 
Lucinda: "Boa noite, eu sou a mãe do Lucas. Qual de vocês dois é o Guilherme?"

Intensidade [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora