Capítulo 18 "Dúvidas"

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Rodrigo acordou cedo. Na verdade, não dormiu bem à noite. Não conseguia parar de pensar em Christian e Miguel. A única experiência que Rodrigo teve de relacionamento foi na adolescência, com Lucas. E depois da trágica separação dos dois, nunca mais se envolveu com ninguém, até aquele dia na boate. Rodrigo pensou, que talvez estivesse tão empolgado devido à novidade, ou aos sentimentos conflitantes. Mas quando pensava nos dois rapazes, não sentia apenas desejo. Queria ficar perto deles, queria conversar e saber mais sobre a vida deles. O que seria isso então? 

Rodrigo decidiu ir logo para a empresa, já que estava acordado mesmo. Tomou um banho rápido, vestiu uma camisa gola polo azul marinho e uma calça de brim bege. Imaginando se Miguel e Christian iriam gostar, sorriu um pouco nervoso. Tentou passar despercebido por sua mãe, para evitar algum conflito.

“Discussões logo pela manhã, nem pensar.”, pensou.

Mas foi em vão, sua mãe já estava o esperando ao sair do quarto. 

Marisa: “Bom dia meu filho. Dormiu bem? Queria falar uma coisa com você…”

Rodrigo: “Bom dia mãe, dormi bem sim.”, mentiu sobre a noite mal dormida, não queria dar maiores explicações. 

Rodrigo: “Me desculpe, mas não posso conversar agora, preciso chegar cedo na empresa…”

Marisa: “Rodrigo, não gostei de você ter chegado tão tarde aquele dia e ainda mais, alcoolizado!”

    A mãe, se referia ao dia da festa de aniversário de Pedro, quando Rodrigo chegou, quase carregado por Christian.

Rodrigo: “Tudo bem, me desculpe. Eu me excedi, conversando e brincando com os colegas da empresa.”

Marisa: “Está certo, que isso não se repita. Chegue cedo hoje, tudo bem?”

    Rodrigo se despediu da mãe com um beijo e foi para a empresa. 

          Lucas havia chegado na empresa um pouco mais cedo do que de costume. Queria aproveitar para revisar algumas traduções. Ao entrar em sua sala, se surpreendeu.

Lucas: “Você já chegou?!”

Guilherme: “Bom dia!”, disse e logo sorriu. 

Lucas: “Nossa, caiu da cama?”

    Guilherme se levantou e foi em direção a Lucas na porta. Puxou Lucas delicadamente pelo pulso e fechou a porta atrás dele. Lucas encostou na porta e Guilherme ficou de frente pra ele.

Guilherme: “É que eu estava ansioso para começar a trabalhar.” disse e olhou para o mais velho com um sorriso safado.

    Lucas não estava conseguindo se conter, estando tão próximo do outro. Então, se aproximou e encostou seus lábios diretamente nos lábios de Guilherme, dando um beijo rápido, mas ardente. Guilherme podia sentir o desejo de Lucas que não somente chupava seus lábios, como mordiscava. Sentiu a língua do outro acariciando gentilmente o lábio inferior. E era recíproco aquele sentimento. Foi um beijo demorado e apaixonado, expressando tudo o que Lucas sentia naquele momento.

Guilherme: "Que boca deliciosa é essa?!", diz, ainda com os olhos fechados, saboreando o gosto do outro.

     Lucas sorri sem jeito mas na verdade, amou ouvir isso. Ele se sentia da mesma forma quando o beijava. Guilherme se afastou de Lucas, que sentou em sua mesa.

Lucas: “Você está melhor? E a mão?”

Guilherme: “Estou sim. Tive um ótimo enfermeiro.”, disse olhando para a sua mão com certo orgulho.

Intensidade [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora