Capítulo 85 "Cabe mais um?"

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Gente, desculpem a demora, tô com muita coisa da faculdade pra fazer, não tôtendo tempo de escrever!

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       Lucas chegou na empresa bem cedo, ainda nem eram 7h da manhã, tinha marcado uma reunião com Pedro, sabia que o chefe não tolerava atrasos. Estava ansioso e nervoso com o assunto que iria tratar, não seria fácil, e muito provavelmente teria que se expor na frente de Pedro. 
     Alguns minutos de espera e então Pedro chegou, com cara de poucos amigos, como sempre. Lucas continuou aguardando mais um pouco, até que a secretária o chamou e disse que podia entrar. Dentro da sala, Pedro o convidou para sentar e perguntou se ele queria café, Lucas recusou e a secretária saiu da sala.
Pedro: "E então?", perguntou de supetão.
      Lucas sentia como se seu coração fosse explodir, mas já estava ali, não podia desistir. 
Lucas: "Bom, Pedro, eu quero trocar de sala. Na verdade, não preciso de uma sala, posso ficar junto com os tradutores, como eu ficava antes de ser promovido.", disse, tentando não transparecer seu nervosismo. 
       Pedro cruzou os braços e ficou encarando Lucas por alguns instantes. 
Pedro: "É por isso que relacionamento entre funcionários é contra a política da empresa."
      Lucas empalideceu! Pedro sabia sobre ele e Guilherme? Perdeu a voz diante dessa revelação. 
Pedro: "Pela sua cara, posso ver que não fazia ideia que eu sabia sobre você e o Guilherme."
Lucas: "Como... como...?"
Pedro: "Eu e o Gui somos como irmãos, é uma longa história. Enfim, sei que provavelmente a culpa é dele por você querer trocar de sala, mas isso não será possível. Nem sentar junto dos tradutores, já que, como você mesmo disse, você foi promovido, não é mais um simples tradutor. Seja profissional e saiba separar as coisas. E daqui pra frente, pense duas vezes antes de se envolver com um colega de trabalho.", disse de maneira ríspida. 
     Lucas permanecia parado, imóvel, sem acreditar ainda no que tinha ouvido. 
Pedro: "É só isso? Se terminamos, pode ir.", disse, e chamou a secretária.
      Ainda em choque e sem conseguir o que desejava, Lucas saiu da sala de Pedro e andou devagar até a sua. Sentou-se e aguardou seus dois colegas de sala chegarem, era tudo o que podia fazer.
        Ao sair do banho, Rodrigo deu de cara com os dois mais velhos já acordados, mas ainda deitados na cama, completamente nus. Ficou um tanto sem jeito, mas tentou não transparecer dando um sorriso aos dois.
Rodrigo: "Bom dia."
Miguel: "Poxa Rô, por que não esperou a gente pra tomarmos banho juntos?"
       Rodrigo abaixou a cabeça.
Rodrigo: "Quero chegar cedo na empresa hoje..."
Christian: "Ah mas ainda é cedo, vamos tomar café juntos, como não fazemos há muito tempo, depois a gente vai para empresa.", disse com um sorriso largo, enquanto acompanhava Miguel até o banheiro.
        O café e a viagem até a empresa foram razoavelmente tranquilos, Rodrigo tentava ao máximo disfarçar seu arrependimento e tristeza. Ele estava convencido de que tinha feito sexo na noite anterior mas não conseguia se lembrar com qual dos dois tinha sido. Queria perguntar, mas faltava a coragem, ainda mais pq Christian e Miguel estavam agindo como se o tempo que Rodrigo havia pedido, tivesse acabado. Ele não sabia como iria encarar Caliman ao chegar na empresa, tinha certeza que no momento em que Caliman olhasse em seus olhos, saberia o que ele havia feito. 
       A porta se abre rapidamente e Lucas, que estava distraído com seus pensamentos, levou um susto. Caliman e Guilherme entraram de uma vez, deram um "bom dia" seco e começaram logo a trabalhar. Lucas não suportava mais esse clima ruim, essa tensão dia após dia, isso o consumia. Ele e Guilherme já haviam se separado várias vezes, mas dessa vez era muito pior. Guilherme parecia estar com ódio de Lucas, nem sequer olhava para o outro, o que deixava Lucas magoado e confuso. 
      Depois de mais ou menos 1h trabalhando juntos em silêncio na sala, Guilherme se levanta, anda um pouco, passa a mão nas têmporas, como se estivessem com dor de cabeça. Lucas o observa de canto de olho, sem que o outro perceba, um tanto preocupado.
Caliman: "Tudo bem?"
      Guilherme olha para Lucas pela primeira vez, depois volta o olhar para Caliman e acena com a cabeça, indicando que sim, e então sai da sala. Caminha até a sala de Pedro, não aguentava mais a situação com Lucas, iria tentar persuadir o meio-irmão a trocá-lo de sala.
Guilherme: "Será que posso falar com o Pedro? Vai se rápido.", disse à secretária, que o mandou sentar.
        Depois de uns 10 minutos aguardando, a moça pede que ele entre. Guilherme vê Pedro olhando para si com um olhar estranho.
Guilherme: "O que foi? Por que está me olhando assim?"
Pedro: "Porque eu sei o que você veio fazer aqui, e já adianto que a resposta é não."
         Guilherme olhava, perplexo.
Guilherme: "Não posso ficar na mesma sala que ele o dia todo! É torturante!"
Pedro: "Vou te falar o mesmo que falei pro Lucas, quando ele veio aqui hoje de manhã, com o mesmo pedido: É por isso que relacionamento entre funcionários é contra a política da empresa."
Guilherme: "Espera, ele veio aqui hoje?
Pedro: "Sim e por mais que eu saiba que a culpa é toda sua, eu disse que ele deveria ser profissional e separar as coisas. Digo o mesmo pra você."
Guilherme: "Pedro, eu nunca te pedi nada, cara!"
Pedro: "Não tenho sala disponível! Não posso realocar toda diretoria da empresa por conta de seus problemas amorosos, Guilherme! Você precisa crescer!"
       Guilherme ficou com raiva, mas sabia que Pedro tinha razão. Saiu da sala sem dizer mais nada e caminhou devagar, queria evitar ao máximo ficar perto de Lucas.
      Christian demora a achar uma vaga para estacionar, Miguel e Rodrigo davam gargalhadas por causa disso, o mais velho ficou irritado por a vaga ser tão longe, mas no final, acabou rindo também. Eles caminhavam alegres até a porta da empresa, quando de repente, Rodrigo vê uma pessoa. Seu sorriso sumiu e deu lugar a uma expressão de ódio. Ele parou, não conseguia mais andar e os mais velhos perceberam isso. 
Miguel: "O que foi, Rô?", disse, fazendo Rodrigo despertar.
Rodrigo: "Ah! Não foi nada, vamos entrar."
       Os três entraram no elevador, a porta já estava fechando, quando alguém colocou a mão, fazendo a porta abrir novamente. 
"Cabe mais um?", quando Rodrigo ouviu a voz, suas estranhas pareciam se revirar. Ele olhou para cima e confirmou o que já sabia: era Andrey. 
Andrey: "Bom dia.", disse com educação até que viu Rodrigo e continuou: "Ah, tudo bem, Rodrigo?", disse com sarcasmo.
      O sangue de Rodrigo ferveu, seu corpo estava literalmente pegando fogo de ódio. Sua vontade era tirar aquele homem desprezível dali, a pontapés!
Miguel: "Vocês se conhecem?"
Andrey: "Nossa, que educação a minha! Me perdoem. Vocês devem ser o Miguel e o Christian, namorados do Rodrigo, não é? Muito prazer, meu nome é Andrey, sou o MARIDO do Caliman.", disse a última parte encarando Rodrigo.
Christian: "Marido?!", disse, surpreso, olhando para Miguel e continuou: "Não sabia que o Caliman era casado."
Andrey: "Passamos por uns probleminhas, coisas de casal, sabem como é... Mas agora está tudo bem.", disse fingindo ser muito educado e agradável.
Miguel: "Mas como você e o Rodrigo se conhecem?"
        Andrey olhou para Rodrigo e deu um sorriso diabólico, que o fez ficar com medo. O que Andrey poderia falar e fazer?
Andrey: "Ele não contou pra vocês?", disse ainda olhando fixamente para Rodrigo: "Foi no dia em que ele dormiu na casa do Gui. Digamos que foi um encontro... interessante."
        Ao ouvir o barulho do elevador parando no andar, Rodrigo praticamente se jogou para fora, se sentia claustrofóbico ali dentro, com todos eles.
Christian: "Muito prazer, Andrey. Vou pedir pra avisarem ao Caliman."

Intensidade [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora