Guilherme não acreditava que ele ainda estava ali depois de tudo. Encarando Alexandre, Guilherme não iria se abalar.
Guilherme: “Alexandre.”
Alexandre: “E qual seu nome, querido?”,
Guilherme: “Caliman.”
Caliman ficou receoso, lembrava do que Guilherme disse que aconteceu naquela boate e ter encontrado Alexandre lá, não era bom sinal. Lucas observava aquela estranha interação, principalmente o olhar feroz que Guilherme tinha.
Alexandre: “Então Caliman, posso te pagar uma bebida?” disse, analisando ele de cima a baixo.
Guilherme agiu por impulso e puxou o mais velho em direção ao seu corpo. Caliman ficou estático quando sentiu os lábios de Guilherme contra os seus e a língua dele em sua boca. Quando Caliman fechou os olhos, Guilherme desceu os beijos até o pescoço dele e depois o soltou.
Alexandre: “Tudo bem, já entendi.” disse, levantando as mãos, em sinal de desistência.
Guilherme: “Ótimo.”
Alexandre: “Mas não quer dizer que eu não possa me divertir com esse anjo do seu lado.” disse, se referindo a Lucas.
Guilherme ficou furioso! Só de imaginar Alexandre fazendo algum mal com Lucas, o deixava completamente louco!
Guilherme: “Se você tocar nele…!” disse, com os dentes cerrados e já avançando em Alexandre.
Lucas se assustou com a atitude de Guilherme. Se lembrou daquele dia fatídico, podia jurar que já havia visto essa mesma expressão de ódio no rosto dele.
Guilherme já não conseguia mais segurar toda a raiva acumulada. Para evitar problemas dentro da boate, Guilherme pegou Alexandre e foram para a saída, com Caliman atrás dos dois.
Lucas, ainda absorto em seus pensamentos, tinha a confirmação do que suspeitava e aquilo doía. “Mas que porra!”, pensou, dando um soco na mesa e atraindo a atenção do barman. Lucas pagou a conta e saiu do bar para ir embora, sua noite tinha sido um desastre e só queria sua cama, estava começando a sentir os efeitos da bebida.
Do lado de fora da boate, Lucas viu Caliman segurando Guilherme que estava com a boca sangrando e a camisa um pouco aberta. “Ótimo, era o que eu precisava!”, pensava enquanto via os dois se aproximando.
Caliman: “Lucas, pode levar esse idiota para o hospital?”
Guilherme: “Eu estou bem!” disse, ofegante.
Caliman: “Por favor?”
Lucas não respondeu, apenas pegou o braço de Guilherme e colocou em seu ombro, enquanto pegava o celular e chamava um táxi. Guilherme não esperava por aquilo. Lucas ainda o ajudava, mesmo depois do que aconteceu dentro da boate. Caliman pegou a chave na jaqueta de Guilherme e deu um beijo na testa dele.
Caliman: “Mande uma mensagem quando puder.”
Guilherme: “Certo, e me avise quando chegar no hotel.”, disse apertando a mão de Caliman.
Lucas: “Vamos?”, disse levando Guilherme em direção ao táxi.
O caminho até o hospital foi em silêncio. Lucas tentava entender o que havia acontecido e Guilherme não parava de mexer no celular. No hospital, o atendimento foi rápido, havia poucas pessoas para serem atendidas em uma madrugada de sexta-feira.
O médico apenas prescreveu uma pomada para a boca de Guilherme e alguns remédios para dor. Lucas continuava absorto em seus pensamentos, até que viu uma mão acenando em sua frente.
Guilherme: “Vamos?”
Lucas: “Aham.”, disse indo para a rua e pegando um táxi. Guilherme deu um endereço que ele não conhecia.
Lucas: “Para onde estamos indo?”
Guilherme: “Meu apartamento.”
Durante a viagem até o condomínio, Lucas acabou deitando no ombro de Guilherme e cochilou. Guilherme ficou observando o rosto do mais velho, suas olheiras continuavam profundas e ele parecia ainda mais magro, mas aqueles lábios continuavam tentadores e o cabelo... como Lucas ficava sexy com os cabelos compridos! Poderia se perder ali para sempre! Guilherme não se conteve e passou ligeiramente o polegar no lábio inferior de Lucas. “O que eu estou fazendo?”, pensou. Com isso, Lucas acabou acordando e vendo que estava encostado no ombro de Guilherme.
Lucas: “Desculpe… eu tenho estado muito cansado…” disse, envergonhado.
Guilherme: “Sem problemas.”
Chegando na frente do condomínio, Lucas ficou espantado com o luxo dali. Guilherme pegou a carteira para pagar, já do lado de fora do táxi, mas Lucas colocou a mão sobre a dele e disse que ele mesmo pagaria. Sentindo o calor da mão de Lucas, Guilherme o puxou para fora do táxi.
Lucas: “O que você pensa que está fazendo?”
Guilherme não respondeu, continuava seu caminho até seu apartamento na cobertura. Lucas não entendia o que se passava na mente do outro e nem o porquê de estar seguindo ele, até chegar em uma porta branca e ver Guilherme pegando as chaves.
Lucas: “O que você...”
Guilherme: “Só entre…” interrompeu.
Lucas entrou e encontrou os mesmos móveis do outro apartamento, mas o ambiente era mais organizado e com tons claros. Assim como no outro apartamento, era bem espaçoso e sem divisas de parede, com um sofá enorme e piso de cimento queimado, parecia uma sala de cinema. Subindo as escadas, só havia dois quartos e um banheiro sem portas, com uma banheira que cabiam quatro pessoas. Guilherme o levou para o quarto da direita.
Lucas: “Por que viemos para o seu quarto?”
Guilherme: “Porque preciso de um banho e tenho que pegar as roupas aqui.”
Lucas ainda estava sem palavras para o tamanho daquele apartamento. Guilherme puxava Lucas, que estava mudo, de um lado para o outro, como se fosse um boneco de pano.
Lucas: “Por que eu estou aqui?”, disse cruzando os braços enquanto via Guilherme pegando uma calça e colocando uma toalha no ombro.
Guilherme: “Eu já disse, por que preciso de um ba...”
Lucas: “Não. Por que você me trouxe para o seu apartamento?”
Guilherme se aproximou.
Guilherme: "Eu te forcei?", disse com ar de ironia.
Lucas se afastou, deu as costas e começou a se dirigir para a saída. Guilherme viu que tinha feito besteira, correu para alcançar o outro.
Guilherme: "Espera, desculpa!"
Lucas: "Você é muito babaca! E eu sou um otário por estar aqui depois de ver você beijar aquele cara!", continuava indo para a porta.
Guilherme sabia que Lucas iria embora, teria que fazer algo se quisesse mantê-lo ali. Mas ao mesmo tempo, não queria parecer vulnerável e desesperado.
Guilherme: "Lucas, espera!"
Lucas: "O que você quer?!" disse, exaltado.
Guilherme olhou para cima, colocou as mãos na cintura, não sabia o que dizer.
Lucas: "Você só quer me fazer de idiota!"
Guilherme correu e o abraçou por trás, Lucas ficou paralisado e fechou os olhos. Guilherme encostou o rosto nos cabelos de Lucas, respirou profundamente sentindo o leve aroma de shampoo.
Guilherme: "Eu quis fazer isso desde que vi você na empresa saindo do banho, no dia que nos vimos quando voltei.", dizia passando as mãos pelos fios..
Guilherme: "Você está mais lindo ainda do que eu me lembro...", o segurava pela cintura com o braço direito, enquanto tirava o blazer de Lucas com a mão esquerda.
Guilherme: "Sua pele é tão macia...", disse passando as mãos pelos braços de Lucas. "Seu cheiro me deixa louco..."
O toque suave sobre seu corpo e as palavras de Guilherme desarmaram Lucas totalmente. Ele sentia como se fosse derreter nos braços do outro. Guilherme puxou o cabelo dele para trás, expondo o pescoço de Lucas. Delicadamente beijou o pomo-de-Adão, fazendo Lucas gemer.
Guilherme: "Você exerce um poder sobre mim, que eu não entendo...", disse, enquanto beijava a nuca e costas do outro.
Sentiu a mão um pouco gélida do mais novo por dentro de sua camisa, traçando seus dedos em sua coluna, subindo e descendo. Colocou sua mão por cima da dele empurrando para baixo e se virando para encarar Guilherme.
Lucas encarou aqueles olhos amendoados que exalavam luxúria e se perguntou se eles passavam algum sentimento verdadeiro. Naquele momento, ele viu sinceridade, algo que não estava acostumado. Lucas sacudiu sua cabeça suavemente quando percebeu que seus pensamentos já o estavam desviando da situação à sua frente. O corpo de Lucas estava quente, o álcool e os hormônios tomando conta.
Guilherme mordeu os lábios do outro, para provocá-lo, Lucas se segurou em Guilherme e deu um gemido luxurioso, enquanto o mais novo descia as mordidas pelo seu pescoço. Lucas levantou o rosto de Guilherme para beijá-lo, cada beijo era um arfar baixinho, um suspiro, um pedido mudo por mais.
Lucas: “Gui…”, suspirou novamente, quando os lábios do outro procuraram novamente os seus.
Guilherme soltou as mãos de Lucas que estavam em seu corpo para puxar sua camisa para cima. Sorrindo do olhar de Lucas em seu corpo, se afastou para que o mais velho pudesse ver melhor.
Lucas: “Quando você ficou assim?”, disse ofegante, passando a ponta dos dedos na barriga e braços de Guilherme.
Guilherme o beijou novamente. Lucas estava cada vez mais entregue, já não pensava direito. Guilherme foi descendo os beijos pelo maxilar devagar, quase de forma torturante. O mais novo começou a desabotoar a camisa de Lucas sem tirar a gravata dele.
Guilherme: “Não tire a gravata.” sussurrou.
Guilherme intercalava entre beijos e mordidas naquela pele leitosa, ia descendo pouco a pouco. Também deixou alguns chupões no pescoço, clavícula, peito, mamilos, costela, barriga… Lucas observava Guilherme o tratar com tanto desejo e devoção.
Guilherme: “Confia em mim?” disse, olhando nos olhos de Lucas
Lucas: “Sim.”
Guilherme, que ainda estava de calça, levou Lucas que estava com a gravata e a calça social, para o quarto da esquerda. Lucas estranhou que o quarto estava trancado, mas quando a porta se abriu, entendeu tudo.
O quarto havia sido decorado em um estilo clássico de bordel, com paredes em tom vinho, havia um baú antigo perto de um sofá erótico e diferente. Tinha uma parede acolchoada para prática de bondage, uma grade suspensa e mais algumas coisas que Lucas não entendia e preferia manter distância, como a cruz de Santo André.
Guilherme: “Da outra vez fizemos do seu jeito. Confia em mim, não é?”
Lucas: “Sim.”
Guilherme: “Então vamos ao básico e depois você vai tomar banho. Não esqueça da gravata.”
Lucas ainda estava pensando sobre o que conversaram, eram muitas informações para assimilar em pouco tempo. O que Guilherme enfatizou várias vezes era que não seria perigoso e caso ele sentisse dor, ou se sentisse desconfortável, poderia dizer a palavra “vermelho”, era a palavra de segurança. Guilherme foi bem específico sobre a higiene que Lucas deveria fazer, o que deixou o mais velho corado.
Saindo do banho, Lucas se observou no espelho e pôde ver as marcas que Guilherme havia deixado em si. Colocando a gravata novamente e um shorts de um tecido leve, Lucas foi em direção ao quarto da porta esquerda e ficou de pé, esperando Guilherme.
Guilherme chegou no quarto de forma sorrateira, queria ver o que Lucas estava fazendo. Estava tudo indo bem, mas Guilherme ainda tinha medo de Lucas não aceitar aquela parte de sua vida. Lucas estava de costas olhando tudo no quarto, reparou em algumas coisas separadas em cima do baú que o fizeram corar.
Guilherme: “Não se preocupe que vai ser bom para nós dois.”
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Intensidade [CONCLUÍDA]
RomantizmConteúdo inadequado para menores de 18 anos 🔞 Rodrigo é um rapaz tímido, que próximo de fazer 13 anos, sofreu uma grande decepção. Hoje, com 17 anos, ainda não conseguiu superar essa dor do passado que o persegue. Mas a vida lhe dará uma nova chanc...