Capítulo 14 - Boleia

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Espero que gostem, runners!

Boa leitura 📖

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Já se passaram três meses desde que eu e Theo fugimos, e até agora ainda não conseguimos encontrar nada que nos possa ajudar a destruir a CRUEL. Visitamos várias cidades em ruínas, onde encontramos algumas pessoas, falamos com elas e seguimos algumas teorias e mitos sobre pessoas que sabiam "segredos escuros" da CRUEL, mas eram todos becos sem saída. Ainda tivemos alguns encontros com cranks, mas felizmente conseguimos sempre dar a volta à situação e sair ilesos.

No tempo que temos livre, Theo tem-me ensinado a lutar, o que já me deu jeito em algumas situações com cranks, também me ensinou a conduzir e a utilizar armas. Temos conseguido fazer negócio com algumas pessoas das cidades, ajudamo-las com algo que eles precisam e elas acabam por nos dar abrigo, comida ou combustível e isso têm-nos ajudado bastante, e é a prova que mesmo com o caos em que o mundo está ainda existem pessoas bondosas que se predispõem a ajudar o outro.

- Hey... - Olho na direção de Theo que me passa um bocado de pão e um pouco de carne. – Espero que seja frango. – Eu rio-me e olho ao meu redor, as pessoas que estão aqui vivem na miséria.

- Duvido muito.

- Também eu. – Ele senta-se ao meu lado e começamos a comer. – O que se passa?

- Nada.

- Já te conheço minimamente bem para saber que algo se passa. – Eu suspiro e encaro-o.

- Hoje faz 10 meses que a Ava me tirou do labirinto. – Murmuro e sinto lágrimas formarem-se nos meus olhos. – Eu estou com tantas saudades deles, Theo...

- Tu vais reencontrá-los, eu sei disso... - Ele coloca o braço por cima dos meus ombros e puxa-me para ele reconfortando-me.

- Ainda por cima não consigo contactar com o Thomas e a Bella há uma semana. Eu começo a ficar assustada.

- Eles devem andar ocupados.

- É exatamente isso que me preocupa. E se a Ava fez alguma coisa?

- Queres voltar?

- Estás doido? – Pergunto arqueando uma sobrancelha. – Agora vamos até ao fim!

- Então onde vamos a seguir?

- Não faço ideia... - Reparo que um homem está a vir na nossa direção, o que me faz levantar e Theo faz o mesmo.

- Olá... - A voz dele soa embriagada, aliás, todo o aspeto dele é embriagado. – Reparei que têm um carro.

- E? – Theo pergunta de forma rude.

- Eu preciso de boleia e –

- Não! – Theo é rápido a responder e o homem olha para mim.

- Para onde? – Pergunto de forma mais amistosa que Theo, mas ainda assim desconfiada.

- 15 quilómetros para sudoeste.

- Encha o depósito e nós levamo-lo.

- Ahm... - Ela parece ficar pensativo e olha à volta. – Eu já venho.

- Tu estás doida? – Theo pergunta assim que o homem se afasta de nós. – Agora damos boleias a estranhos? Ele pode não ser de confiança!

- Nós não temos nenhuma pista agora, e estamos a ficar sem combustível, ele enche, nós fazemos um desvio e ainda ficamos a ganhar. Demoramos 20 minutos no máximo.

- Tudo bem.. – Ele diz ao fim de um tempo, embora ainda não esteja muito convencido. - Mas se ele vomitar no meu carro, tu limpas.

- O carro não é teu? Limpa tu. – Deito-lhe a língua de fora e ele revira o olho.

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