Capítulo 22 - Mar

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Espero que gostem, runners!

Boa leitura 📖

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Durante o dia fomos arrumando as coisas que levaríamos connosco para o lugar que Vince tivera dito, a maior parte do acampamento estava arruinado, mas mesmo assim conseguimos aproveitar alguma roupa, comida e armas.

Ainda enterrámos os mortos fazendo uma pequena cerimónia fúnebre em homenagem aqueles que lutaram ao nosso lado, e depois curamos os feridos, eu inclusive tive de levar alguns pontos na ferida do meu abdómem.

Ao final da tarde os carros do Braço Direito foram saindo das montanhas em direção ao local de refúgio. A viagem é feita em silêncio, nos bancos de trás está Newt, Thomas e Brenda e no banco do passageiro está Gally e como habitual eu estou a conduzir, o carro à minha frente é conduzido por Theo e leva o Vince, a Harriet, Jorge e o Frypan, sendo que vão pelo menos dois carros à frente do de Theo e um atrás de mim.

- Eles aterraram completamente. – Gally diz depois de olhar para trás.

- É normal, estão cansados. Tu também devias dormir. Já estamos na estrada há 3 horas e ainda não dormiste.

- Nem tu.

- Eu não posso dormir ao volante. – Digo olhando para ele por breves segundos. – Mas tu podes dormir.

- Desculpa. – Gally diz ao fim de um tempo em silêncio.

- Pelo quê? – Pergunto confusa.

- Tu sempre me protegeste e eu nunca fiz o mesmo por ti.

- Não sejas idiota, G. – Agarro na mão dele apertando-a suavemente. – Se não fosses tu, já tinha desistido há muito tempo.

- Só quero que saibas que eu te amo.

- Eu também te amo, Gally. – Olho para ele e sorrio, voltando depois a minha atenção para a estrada. - Agora descansa, quando chegarmos eu acordo-te.

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Já está de noite e todos no carro estão a dormir expeto eu, começo a sentir um odor que já não sentia há anos. O cheiro a maresia, prestando mais atenção consigo ouvir o som das ondas e ao longe a luz da lua ilumina o mar calmo, e um grande edifício aparece no meu campo de visão.

- Gally... - Murmuro abanando-o suavemente. – Malta, chegamos! – Fala animada

- Este cheiro... - Ouço Brenda murmurar e olho para ela através do espelho retrovisor.

- É mar, Brenda. É mar.

- Não.. – Ela murmura quase não acreditando, abre a janela do seu lado e coloca a cabeça de fora. – É MAR!!! – Ouço-a gritar o que me faz rir.

- Eu acho que nunca tive perto do mar. Pelo menos não me lembro – Newt murmura abrindo também a sua janela e observando o horizonte.

- Este cheiro é incrível. – Gally diz sorrindo.

- Tu só podes estar a brincar. – Digo olhando séria para ele.

- Que foi? – Ele pergunta confuso.

- Tu odiavas praia quando eras pequeno, principalmente por causa do cheiro.

- Eu não sei como eu sentia o cheiro do mar antes, mas agora... - Gally fica pensativo durante algum tempo e despois respira profundamente. – É como se fosse... liberdade.

Liberdade, penso enquanto também respiro fundo para sentir o cheiro do mar, o meu pensamento recai sobre Minho e todos aqueles que a CRUEL levou e aqueles que nunca conseguiram ver-se livres deles. Nós estamos aqui a sentir o cheiro da liberdade e eles têm a sua liberdade reprimida e destruída pela ambição de obter algo impossível.

Running | TMROnde histórias criam vida. Descubra agora