Inesperado.

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— Você tem certeza que não está se lembrando de nada? — Emma perguntou novamente, fitando o fantasma de forma preocupada.

Norman negou, parecendo muito decepcionado.

O trio estava em uma mesa de piquenique vazia planejando o próximo passo. Ao redor, algumas crianças brincavam e corriam uma atrás da outra, pais gritando vez ou outra para que elas não se afastassem muito.

— Nada. Eu não lembro desse parque. — ele murmurou, olhando ao seu redor.

Ray bufou, se curvando para riscar a palavra "Parque Central" da lista.

Emma, ele e Norman haviam planejado muito bem aquele cronograma para hoje. O Parque Central era apenas o começo de sua jornada, mas mesmo assim era um pouco frustante ver que o fantasma não conhecia nada ali.

— Não podemos perder as esperanças! — Emma exclamou, afastando todo o sentimento pessimista para longe. Ela apontou para o segundo tópico na lista. — Ainda temos um plano B, e um C, D, E, F-

— Okay, Emma. Entendemos. — Ray interrompeu, dando um peteleco na testa da amiga. — Estátua do Homem-Coruja, então?

Emma assentiu, já puxando a mochila e a jogando nos ombros.

— É um dos pontos turísticos mais visitados aqui. — ela declarou, começando a andar. — E é o que está mais próximo do parque.

— As pessoas realmente pagam para ver milhares de corujas pousando em uma estátua velha? — o moreno reclamou, juntando suas coisas.

— A graça está no fato de que as corujas nunca pousam em nenhum lugar daqui que não seja naquela estátua. — a ruiva interveio.

Ray revirou os olhos enquanto Norman apenas ria de seus dois amigos.

───※ ·❆· ※───

— Eles estão ali! — Don gritou-sussurrou, se escondendo atrás de uma moita.

Gilda e Anna andaram apressadamente até o menino, tratando de se encolherem atrás da moita também. Gilda apertou os olhos, tentando ver melhor o que estava acontecendo.

— O que eles estão fazendo? — ela perguntou, olhando para Emma que rodava no gira-gira com algumas crianças. Ray parecia gritar com ela, impaciente.

— Vocês têm certeza que nós não estamos espionando um encontro alheio? — o menino duvidou de novo, ainda com o pé meio atrás pelo motivo de estarem ali.

Gilda chutou a canela de Don sem arrependimentos.

— É impressão minha ou tem mais alguém com eles? — Anna interrompeu a briga dos dois, estreitando os olhos.

— Anna, acho que a Gilda não é a única que precisa de óculos aqu- MINHA NOSSA SENHORA DA BICICLETINHA SEM FREIO, QUEM É AQUELE? — Don começou, só para gritar em pânico no meio da frase.

No mesmo momento, Ray olhou para trás, na mesma direção que os três estavam escondidos, uma expressão desconfiada em seu rosto. Gilda gritou internamente, enquanto tapava a boca de Don com sua mão.

— Aconteceu alguma coisa? — a - o que diabos era aquilo branco ao lado de Ray? - perguntou, olhando na mesma direção que o amigo.

Ray continuou olhando para aquela direção durante um tempo, seu rosto ainda mostrando sua faceta desconfiada. Ele pareceu dar de ombros por fim, se voltando para Norman.

— Nada demais, eu pensei ter ouvido alguém gritar. — ele comentou rapidamente, se virando para Emma que ainda estava no gira-gira. — EMMA, SE VOCÊ NÃO SAIR DESSE TRECO EU JURO QUE TE DEIXO AÍ SOZINHA E VOU EMBORA! — o moreno gritou.

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