Minerva.

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Eles ficaram em silêncio, ouvindo os resmungos decepcionados da ruiva, ela havia tentado procurar o nome de Norman, mas nada.

— Tente procurar somente por Minerva. — Gilda sugeriu, tentando animar a irmã.

Com muito custo, a ruiva levantou a cabeça e digitou o que lhe foi pedido.

— James Minerva. — ela proferiu, virando-se para os outros. — É isso que aparece quando eu procuro Minerva. 

— James Minerva... — Ray repetiu, colocando a mão no queixo. — Esse nome não me é estranho.

— Aqui fala que ele é um importante advogado. — Emma continuou sua pesquisa, seus olhos disparando pelas linhas no monitor. — Ele tem uma grande fortuna e é casado.

— Com quem? — Anna perguntou.

— Matilda Minerva, nascida Howard. — ela leu, e os olhos de Gilda parecerem brilhar.

— Eu conheço ela, é uma designer de moda! O trabalho dela é tão maravilhoso. — a de óculos suspirou, encantada. — Minhas peças são, na maioria, inspiradas em coleções dela.

— Eles têm filhos? — Norman fez a pergunta que todos queriam.

— Não. Pelo menos em todos os sites que li, diz que não. — a ruiva disse, fazendo uma careta confusa. — Se eles não têm filhos então como a Sherry tem o mesmo sobrenome?

— Parentesco? — Don arriscou. — Não temos certeza se Sherry é filha deles, talvez eles possam ser seus tios ou coisa do tipo.

— Isso é tão confuso! — Emma gritou, colocando as mãos na cabeça e balançando para frente e para trás.

— Acho que devemos parar por aqui. — Norman sugeriu, sorrindo divertido. — Já tivemos  muitas descobertas para um dia só, devemos parar e continuar amanhã.

— Mas temos muito o que fazer! — Emma negou, agitando os braços. Ray revirou os olhos, já puxando sua mochila e a jogando nos ombros.

— Dê ouvidos ao Cara-pálida, Emma. — ele debochou, Norman soltando um "Ei!" em protesto ao fundo. — Vamos dar uma desacelerada, amanhã continuamos.

— Vamos ter todo o tempo do mundo, afinal. — Don concordou, também já juntando suas coisas.

— Okay, okay! — a ruiva concordou, erguendo os braços em rendição. — Mas amanhã eu quero todos vocês aqui, nesse mesmo horário e nesse mesmo canal.

— Às vezes eu acho que o médico te deixou cair quando você nasceu, porque não é possível você ser tão idiota por natureza. — Ray provocou.

— TE MANCA DA MINHA CASA, SEU PÃO DE MILHO! — a menina gritou, atirando almofadas no emo, que ria.

Norman se sentiu aquecido ali, cercado por eles. Aqueles que ele chamava de amigos.

───※ ·❆· ※───

Ele estava mais uma vez observando a bela paisagem noturna da varanda de Emma, o vento vez ou outra bagunçando seu cabelo claro, seus cílios longos e brancos tremulando pelo ar gelado.

Encostado no parapeito da varanda, Norman não pode deixar de refletir sobre tudo o que havia acontecido até então. Aquilo, todos aqueles esforços, de Emma, Ray e os outros, estavam valendo a pena? Será que aquilo não seria mais um tiro no escuro que daria errado?

Norman não pode evitar se sentir culpado. Seus amigos estavam dando tanto de si, trabalhando dia e noite para ajudá-lo, e o que ele poderia fazer, sendo que não conseguia se lembrar nem do próprio nome sem o incentivo - mesmo que indireto. - de Emma?

Ele era o fardo ali, e os outros já deviam ter desistido faz tempo de ajudá-lo. Aquilo era um caso perdido, Norman era um caso perdido.

— Norman? — o fantasma foi puxado de seus pensamentos quando ouviu uma voz conhecida. Ele se virou, deparando-se com Emma encostada na porta da varanda, os braços envolta de seu corpo, uma tentativa de se aquecer do ar gelado noturno. — Eu já estou indo dormir, vim te desejar uma boa noite.

Norman não evitou sorrir, os pensamentos de minutos atrás sendo jogados para o fundo de sua mente. Era sempre assim quando Emma estava perto, o mundo parecia girar de forma devagar, os cosmos pareciam se alinhar e de repente o universo era um lugar melhor para se viver.

Ele concluiu, depois de conviver aquelas semanas ao lado da ruiva, que Emma era como um pequeno Sol para todos ao seu redor, iluminando e aquecendo todos com seu brilho e seu calor. Como Norman não havia derretido até então, ele não sabia.

— Boa noite, Emma. — ele desejou de volta, vendo a forma como o cabelo de fogo de Emma se destacava em meio a escuridão noturna.

A ruiva deu um passo para frente, apenas para desviar seu olhar para o céu noturno, e depois voltar com o olhar para o fantasma.

— Sabe, eu ainda não me acostumei com a ideia de você não dormir. — ela admitiu, olhando para baixo e mexendo os dedos nervosamente. — Você realmente não está cansado?

— Não, eu estou bem. — ele respondeu, tranquilo, pousando uma mão em um dos ombros de Emma, fazendo a menina erguer a cabeça e encarar o garoto. — Não se preocupe, Emma. Agora vá dormir.

A adolescente mordiscou o lábio inferior, desviando o olhar por minutos, antes de encarar Norman novamente. Ela respirou fundo.

— Você pode dormir comigo hoje? — ela pediu, ficando estranhamente acanhada. — P-por favor?

Norman travou no lugar, sua respiração engatando. Ele sentiu suas bochechas ficando quentes, muito quentes. Ele engasgou e gritou internamente.

Tentando manter sua sanidade e autocontrole, Norman se inclinou para frente, depositando um beijo demorado na testa de Emma. Ele se afastou, não sabendo se ficava orgulhoso ou envergonhado com o leve rubor que crescia nas bochechas da menor.

— Desculpe, Emma. — ele se afastou um pouco mais, encarando os olhos verdes brilhante da ruiva.  — Mas eu vou ter que recusar dessa vez. Não é certo dormimos juntos.

Emma inflou as bochechas e fez um beicinho, cruzando os braços.

— Mas nós somos amigos! — ela protestou, e Norman riu, batendo delicadamente no nariz da garota com o dedo indicador.

— Amigos não dormem juntos, Emma. — o fantasma interveio, achando graça. — Vá dormir, sim? Você tem aula amanhã.

Emma bufou derrotada, se afastando do menino e indo até a porta da varanda.

— Boa noite, então. — ela desejou de novo, virando-se para encarar o menino uma última vez. — Não se meta em problemas.

— Eu não vou. — ele riu, divertido. — Tenha uma boa noite, Emma. Durma bem.

A ruiva assentiu, virando-se e entrando no quarto, puxando a cortina no lugar de fechar a porta.

Norman ficou encarando a entrada para o quarto de Emma durante minutos, - ou até mesmo horas. - um calor estranho, porém confortável, enchendo sua alma.

Ele se virou novamente para o céu noturno. Se Norman estava morto, então por que ele sentia seu coração batendo de forma acelerada dentro do peito?

— Olá. — uma voz anunciou de repente, fazendo o fantasma virar-se de forma brusca. — Você deve ser o Norman, eu estive te procurando durante um bom tempo.

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desgurpa, meu noremma stan atacou e eu tive que escrever essa ceninha final, mematem.

Uma curiosidade: A personagem Matilda que é apresentada aqui, NÃO É uma personagem original minha, ela realmente existe no universo de The Promised Neverland, e quem já leu o terceiro capítulo extra contando a história da Isabella enquanto ela era vovó sabe de quem eu tô falando. De qualquer forma, não esqueçam da Matilda, porque eu tenho grandes projetos para ela em um futuro próximo.

Bom é isto, obrigada por ler até aqui, até segunda-feira!

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