Ray percebeu que havia alguma coisa errada assim que recebeu a bendita ligação de Emma naquela manhã de terça-feira.
Os acontecimentos que se procederam nos dias seguintes apenas confirmaram sua teoria de que havia algo acontecendo com Emma.
Para seu aborrecimento, ele ainda não havia descoberto o que era.
Mas Ray tinha provas, ele tinha como provar que não estava ficando louco, e que alguém - ou alguma coisa. - havia mexido com a sua - melhor - amiga idiota.
Como o fato de Emma estar muito mais distraída do que o normal, ou como ela fazia visitas mais frequentes à biblioteca, sempre saindo com dois livros ou mais.
Às vezes, ele a via olhando para os lados, como se procurasse algo. E havia algo fatal: o bendito caderno.
Recentemente, Emma começou a carregar um caderninho de capa dura para todo o lugar que andava, as aulas de educação física e seus treinos para o time de atletismo eram as únicas exceções. Quando ela não estava concentrada nas aulas ou nas lições, ela estava escrevendo no bendito caderno, uma expressão muito séria em seu rosto.
— Deve ser um diário. — Gilda sugeriu, dando de ombros. Ray finalmente venceu seu orgulho e foi perguntar à menina o que era aquele caderno que Emma carregava para cima e para baixo, até porque a própria ruiva se recusou a lhe dizer o que era.
Ray estreitou os olhos, analisando a situação.
— Emma não é o tipo de garota que tem um diário. — ele rebateu. — Isso é mais coisa da Anna.
Gilda cantarolou, não sabendo muito o que fazer para ajudar o menino.
───※ ·❆· ※───
Ray suspirou, agradecendo internamente pelo término das aulas. Ele rapidamente juntou os materiais, e estava prestes a chamar Emma - como todas as vezes, porque sua melhor amiga idiota sempre acabava cochilando nas últimas aulas. - quando teve a surpresa de ver a dita garota já cruzando a porta, em passos apressados. Sem pensar muito, o menino correu atrás dela.
— Emma! — ele chamou, quando chegou um pouco mais perto da menina. Ela não era a estrela do time de atletismo à toa, afinal, Ray pensou, vendo Emma parando bruscamente e virando-se para ele.
— Ray? — ela chiou, confusa, se aproximando. — o que aconteceu?
Ele gelou no lugar. Certo, ele havia saído correndo atrás de Emma, e não havia um motivo explicativo para isso.
— Certo, eu... — Ray se perdeu por minutos, pensando numa desculpa. Ele praguejou mentalmente. — Minha mãe comentou recentemente que queria te ver, ela estava com saudades ou coisa parecida. E meu pai quer te mostrar a nova canção que ele compôs. — o garoto disse, no fundo estando feliz por não estar mentindo completamente.
Os olhos de Emma pareceram pensativos por alguns minutos, e para a surpresa de Ray, ela por fim declarou:
— Eu adoraria visitar seus pais, Ray. — ela começou, com um tom animado. — Mas, — seu tom morreu. — eu estou ocupada com alguns problemas em casa, e realmente não vou poder ir. Quem sabe na próxima semana? — Emma se desculpou, soltando um risinho no final. Ela puxou o celular do bolso, e arregalou os olhos. — Ah, eu preciso ir! — ela ajeitou a bolsa desajeitadamente nas costas, virando-se e quase tropeçando no processo. — Nos vemos amanhã, Ray! — ela se despediu, acenando sem olhar para o dito menino.
Em minutos, Emma já havia sumido pelos corredores e Ray suspirou, frustado e irritado com a situação.
Emma nunca recusava um convite de Isabella ou Leslie.
E então ele olhou para o chão, para o lugar exato em que a ruiva estava parada minutos atrás.
Ray se abaixou, um sorrisinho satisfeito no rosto, enquanto ele pegava o caderno de capa dura jogado no chão.
Eis ali uma desculpa perfeita para poder investigar mais sobre "O Caso Emma", sem parecer um stalker obsessivo.
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Quem é você?
Fantasy"- V-VOCÊ É O QUÊ?! - a ruiva perguntou, ou melhor, gritou. - Um fantasma, pelo que tudo indica. - o menino repetiu, dando de ombros. Emma se perguntou momentaneamente como sua manhã supostamente normal havia se transformado em uma cena de um livr...