Fantasma?!

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Inicialmente, Emma achou que estava sonhando.

Em um surto de coragem e sem desviar o olhar daquela figura branca, ela beliscou as costas de sua mão esquerda, acreditando que isso seria o suficiente para lhe acordar do suposto sonho.

Não deu certo.

Emma entrou em pânico, sem saber ao certo o que fazer.

Sua mente começou a processar rotas de fuga e formas de se defender caso aquela coisa - o que diabos era aquilo, afinal? - resolvesse lhe atacar. A convivência com Yuugo e Ray estava lhe afetando, no fim.

Para sua surpresa, a figura branca sorriu calmamente.

- Eu acho que sou um fantasma...? - o menino respondeu sua pergunta anterior, parecendo duvidoso de suas próprias palavras. Ele encarou as mãos de repente, como se analisasse algo.

Emma gaguejou e engasgou.

- V-VOCÊ É O QUÊ?! - a ruiva perguntou, ou melhor, gritou.

- Um fantasma, pelo que tudo indica. - o menino repetiu, dando de ombros.

Emma se perguntou momentaneamente como sua manhã supostamente normal havia se transformado em uma cena de um livro de fantasia.

Será que ela havia adormecido enquanto contava alguma história para Carol e por isso estava sonhando?

Não, não Emma, sua mente repreendeu, isso não é um sonho.

Sim, aquilo não era um sonho.

Então por que diabos ela tinha um fantasma de - belos, por sinal. - olhos azuis no seu quarto?

- Isso é impossível. - ela retrucou, se achando uma boba por estar respondendo um "fantasma". - Fantasmas não existem, eu devo estar ficando louca. - ela murmurou a última parte, confusa.

Ray sempre falou que sua imaginação cruzava fronteiras. Será que ela finalmente estava sendo refém de sua própria mente?

- Bem, - o fantasma - pare de chamá-lo assim, fantasmas NÃO existem! - lhe ofereceu um sorriso confuso porém zombateiro. - eu acho que sou bem real, se me permite dizer. - e então ele começou simplesmente a flutuar, fazendo Emma engasgar novamente.

Será que ela finalmente estava ficando maluca?

Emma balançou a cabeça, afastando esses pensamentos. Ela precisava tomar um banho, um bom banho e ela não estaria mais vendo fantasmas.

Sem dizer uma única palavra, ela juntou suas roupas e sua toalha e caminhou até o banheiro, na esperança de que quando voltasse ela não estaria mais vendo aquele vulto branco que se denominava como fantasma.

───※ ·❆· ※───

Para seu desespero interno, quando a ruiva entrou no quarto novamente, o tal fantasma ainda estava lá, e dessa vez ele estava sentado em sua cama.

Emma bufou, olhando ao redor e fechando a porta.

- Ok, Gilda, Anna. Muito engraçado. - ela comentou, começando a remexer as coisas pelo quarto. - Vocês já podem parar, cadê as câmeras? - ela choramingou, levantando uma almofada. - Isso foi uma ideia do Ray? Se for, eu vou fazer ele engolir uma caixa de fósforos.

A figura branca ficou acompanhando com os olhos a ruiva que bagunçava o quarto, tirando as coisas do lugar e olhando ao redor, como se procurasse algo.

- Hm... - ele começou, meio tímido. - O que você está fazendo?

- Procurando por câmeras. - ela respondeu, bufando. - Isso claramente é uma pegadinha do Ray ou da Gilda.

O fantasma piscou.

- Olha, eu acho que isso não é uma brincadeira ou coisa do tipo. - ele cantarolou, flutuando na direção da garota. - Eu, hum... Apareci de repente na sua varanda hoje cedo, e entrei aqui.

Foi a vez de Emma piscar rapidamente.

- Ok, eu definitivamente estou ficando louca. Ray estava certo. - ela murmurou, colocando uma mão no queixo. - Se você é um fantasma, então qual é o seu nome?

A figura pareceu pensar. Suas sobrancelhas estavam unidas, e ele encarava o chão de forma pensativa.

- E-eu não sei. - ele por fim declarou, levantando os olhos novamente. Emma estava alucinando ou ela viu uma coloração rosa em suas bochechas brancas? - Me desculpe, mas eu não lembro de nada.

- Oh. - ela soltou, estranhamente se sentindo mal por não saber o nome do "fantasma". - Você é realmente um fantasma? - a ruiva perguntou, ainda não acreditando muito.

- Eu acho que sim. - ele respondeu, com indiferença. - Quer dizer, eu flutuo, sou meio transparente na luz do sol e tenho uma coloração branca. Além de que eu posso atravessar qualquer superfície. - como se para provar tal fato, ele foi flutuando até a porta e atravessou ela, voltando segundos depois. - Então sim, eu acho que sou um fantasma.

Emma não disse nada, mas coçou os olhos, se agarrando ao fio de esperança de que que ela estava apenas vendo coisas.

- Ei. - a voz do fantasma - Ela vai se acostumar com aquele termo, algo lhe diz. - lhe tirou dos pensamentos. Ele olhava para ela, seus olhos azuis transmitindo certa gentileza. - Qual é o seu nome?

Emma formou um beicinho, cruzando os braços.

- Não é justo. - ela declarou. - Você vai saber o meu nome, mas eu não vou saber o seu. - ela pontuou.

O fantasma parecia que iria argumentar, mas um grito do andar de baixo lhe interrompeu.

- EMMA! SE VOCÊ NÃO DESCER EM CINCO MINUTOS, O YUUGO VAI SAIR SEM VOCÊ! - a voz de Gilda - que parecia muito irritada. - encheu os ouvidos de Emma.

- JÁ ESTOU DESCENDO! - ela gritou de volta, lutando para calçar os tênis sem cair.

Ela pegou a mochila e a jogou por cima dos ombros, abrindo a porta do quarto.

- É um prazer te conhecer, senhorita Emma. - o fantasma sorriu presunçosamente, antes da menina cruzar a porta.

Emma bufou enquanto descia as escadas rapidamente, a risada do ser branco ainda tintilando em sua mente. Ela ignorou o estranho rubor que subiu pelas suas bochechas.

Por que aquela risada parecia tão estranhamente reconfortante?

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E ai, o que vocês acharam?

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