— Sherry? — eles repetiram, confusos.
— Sherry não é aquela sua amiga que você vive indo visitar? — Gilda indagou, olhando para Phil que acenou veementemente.
— Sim! — ele concordou, e apontou para o colar. — Teve um dia, na aula, que ela desenhou esse mesmo olho.
— Você tem certeza disso, Phil? — Anna perguntou, meio receosa.
— Talvez não tivesse o mesmo tamanho e o olho poderia estar meio torto, mas são as mesmas cores! E o olho tem o mesmo formato! — o menino garantiu.
— Por que Sherry teria desenhado isso? — Emma ponderou, pensativa.
— Oh, oh! — Phil levantou a mão, parecendo muito animado. — Nós estávamos na aula de artes da Sra. Krone, e ela nos pediu para desenhar algo que sentíssemos falta. — ele novamente apontou para o colar nas mãos de Norman. — Sherry desenhou isso.
O fantasma trocou olhares exasperados com Emma e Ray durante minutos. Uma única dúvida martelando em suas mentes:
Aquilo significava algo?
— Phil. — Emma chamou, se aproximando do menino e se ajoelhando para ficar na mesma altura que ele. — Nós precisamos de um pequeno favor seu.
───※ ·❆· ※───
Como em todas as manhãs, Sherry se viu a caminho da escola no banco traseiro do carro, seu motorista dirigindo tranquilamente pelas ruas.
Ela se considerava uma menina de sorte para sua idade. Tinha bons pais que sempre estavam presentes, uma boa condição financeira, era boa nos estudos, uma ótima filha e tinha muitos amigos.
Exceto que havia algo faltando.
— Chegamos, Srta. Sherry. — Cislo anunciou, assim que parou em frente a escola.
A ruiva de olhos verdes piscou, saindo de uma espécie de transe, antes de bufar para o motorista.
— Ora, Cislo. — ela começou, juntando suas coisas. — Você pode apenas me chamar de Sherry, sabe disso.
Cislo sorriu, vendo pelo retrovisor interno Sherry que se inclinava para tirar o cinto.
— Me desculpe, senho-Sherry. — ele imediatamente se corrigiu.
— Não é preciso. — a menina comentou, sua mão já na porta, prestes a abrir. — Eu só quero que você me trate como um igual. Você pode me chamar de Sherry, da mesma forma que eu te chamo de Cislo.
O motorista abriu um sorriso, só que dessa vez um pouco menor e carregado de sentimento.
— Sabe, você me lembra ele. — Cislo não pode evitar de comentar, vendo como Sherry o olhou dessa vez.
Ela colocou um sorriso triste no rosto, encarando o homem.
— Eu sei. Obrigada. — ela saiu, batendo a porta do quarto atrás de si.
Ela nunca vai ser ele.
— Sherry! — Phil gritou assim que viu a menina na entrada da escola.
— Oi, Phil! — Sherry disse de volta, praticamente pulando no amigo e o rodeando com seus braços em um abraço apertado.
— Oh, esta aqui é minha irmã Emma! — ele apresentou, indicando a ruiva que estava ao seu lado. Emma acenou enquanto sorria.
— Prazer em conhecer! — Sherry prontamente cumprimentou, curvando-se levemente. — Vamos brincar antes da aula, Phil!
O moreno concordou, pegando na mãozinha de Sherry e acenando em despedida para Emma.
Era mais um dia normal para a garota.
───※ ·❆· ※───
— Te vejo mais tarde, Phil! — ela se despediu, já começando a andar. Sherry parou, entretanto, quando sentiu seu pulso sendo agarrado pelas mãozinhas de seu melhor amigo.
— Phil? — ela indagou, confusa.
— Desculpe, é que eu me lembrei de algo que devia te perguntar! — o garotinho, hesitou olhando para o chão. — Sherry, lembra daquela vez, na aula da Sra. Krone onde tínhamos que desenhar algo que sentíssemos falta?
A ruiva piscou, atordoada.
— Sim, inclusive seu trem estava muito bem desenhado! — a menina elogiou, sorrindo brilhantemente.
— Obrigado, mas... — Phil tomou fôlego. — Eu queria saber o porquê de você ter desenhado aquele colar em formato de olho.
Sherry estacou no lugar. Sentindo um arrepio passar por toda a sua espinha, seu coração começou a bater mais forte.
Será que ele...
— O-ora, Phil. — ela se obrigou a manter a calma. — Eu já disse o motivo na aula: Era um colar muito importante para mim, mas que eu infelizmente perdi.
Phil lhe encarou. Um olhar muito sério para um menino da sua idade, ele se inclinou para mais perto e apertou ainda mais seus pulsos, mas não ao ponto de machucar.
— Você está mentindo. — ele declarou, encarando os olhos verdes perdidos de Sherry. — Por quê?
Às vezes, Sherry odiava o fato de Phil ser o mais inteligente da sala.
— E-eu... — ela gaguejou, olhando para nenhum lugar em específico, por fim suspirando. — Isso que eu desenhei é um colar. Ele era um objeto muito importante para a minha família, e acabamos dando ele para uma pessoa. — a menina admitiu. — Mas essa pessoa foi embora, e levou o colar com ela. Eu realmente sinto falta desse colar e do peso que ele tinha para a minha família.
O menino observou detalhadamente a expressão da amiga, suas sobrancelhas retas e os olhos azuis estreitos.
— Sherry, — ele chamou. — Quem era essa pessoa?
A ruiva congelou. Uma gota de suor caiu de sua nuca e ela jurou que poderia cair alí mesmo.
— E-eu...
Uma buzina interrompeu, um carro luxuoso parando a poucos metros de onde eles estavam, mais especificamente na entrada da escola.
A janela do motorista foi abaixada, e um homem de cabelos negros com um "x" branco no meio, apareceu, gritando para Sherry.
— Srta. Sherry! — ele acenou, e Sherry pode voltar a respirar normalmente.
— Desculpe, Phil. — ela se desculpou, pousando uma mão no ombro do amigo. — Mas eu preciso ir, Cislo já está esperando!
E sem esperar respostas, ela saiu correndo em direção ao carro, entrando no veículo em seguida.
Phil suspirou, derrotado, embora feliz.
Ele havia conseguido arrancar alguma coisa de Sherry, e teria o que contar para Emma e os outros.
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Eu sinceramente não sei quantos capítulos essa história vai ter, mas levando em conta que eu já escrevi até o capítulo 29 e as
coisas já estão começando a progredir BASTANTE nele, eu posso chutar que vai ter em média de 30/40 capítulos. Chore se você chorou. 👍👺E o episódio de TPN dessa semana vai ser uma recapitulação, então não vamos ter Bianquinha surtando nas notas finais, gostaro? 😍✌️
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Quem é você?
Fantasy"- V-VOCÊ É O QUÊ?! - a ruiva perguntou, ou melhor, gritou. - Um fantasma, pelo que tudo indica. - o menino repetiu, dando de ombros. Emma se perguntou momentaneamente como sua manhã supostamente normal havia se transformado em uma cena de um livr...