Fevereiro 2011
Quase um ano depois, eu ainda continuava incomodada.
- Fred, nunca me chegaste a dizer por que raio é que bateste no rapaz- disse-lhe eu.
- Que rapaz? O que os pais eram drogados?
- Okay, chega! Sendo assim, eu também seria a filha de um assassino! Queres mesmo ir por aí? - ele baixou a cabeça - Pois, bem me parecia. Eu já te disse mil vezes que ele não me fez nada! Ele só queria saber porque é que eu o andava a observar.
- Espera, tu andavas mesmo a observá-lo? - interrompeu ele, indignado.
- Não.... Quer dizer.... Sim....
- Porquê? - quis ele saber – Estavas apaixonada?
- Sinceramente, não sei.... Achava-o interessante e gostava de perceber o que o levava a agir de uma forma tão revoltada, entendes? Mas não acho que estava apaixonada, descansa.
- Entendo, Nádia, acho que todos entendemos.... Não deve ter tido uma vida fácil...
Concordei imediatamente. Gostava também de perceber o que aconteceu com ele, pois nunca mais lhe pus a vista em cima. Mas talvez tenha sido melhor assim.
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Recomeçar
RomanceNádia tinha treze anos quando viu o seu pai assassinar a sua mãe. A violência doméstica durava há demasiado tempo naquela casa, e a morte de Amélia foi o culminar daquela vida e daquela família. Marco tinha catorze anos quando testemunhou a detenç...