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Victoria

— Eu gostaria muito que me permitisse mostrar a você que o prazer existe. Não só através de um toque como este, mas ir além. — fala de repente.

Suas palavras me fazem abrir os olhos e sinto imediatamente a falta da carícia quando ele para de tocar meus cabelos e meu braço. De uma coisa eu tenho certeza, o toque dele não me machucou ou me trouxe asco como acontecia com Robert.

— Isso é estranho, acabamos de nos conhecer. Não, acho melhor não. — balanço a cabeça sentindo incerteza nas minhas próprias palavras quando na verdade queria que ele continuasse a me tocar. 

Ele abre um sorriso, mostrando mais uma vez dentes perfeitos e brancos, um sorriso que dá um brilho em seu rosto, mudando seu olhar inexpressivo para um olhar tão fofo que eu consideraria impossível dizer não para ele.

— Isso será somente sobre você sentir prazer. O que tem a perder? — dá um sorriso de canto.

— O que você vai fazer se eu aceitar? — indago com o coração acelerado — Não que eu vá aceitar essa loucura.

— Eu não vou entrar em você se é isso que te preocupa, não vou forçá-la a nada, é por isso que estou pedindo permissão. Apenas irei te mostrar o prazer.

—  Eu... — mordo o lábio inferior, incerta.

Mas genuinamente curiosa sobre que tipo de coisas ele faria, já que seu toque, uma simples carícia, foi tão bom e não me causou nenhum tipo de repulsa...

— Você tem tudo a ganhar se você concordar, eu irei soltá-la no instante em que me disser para parar, você confiará em mim para tocá-la e eu confiarei em você soltando-a. Eu quero te mostrar que o prazer é possível e que não é só para os homens. Tudo que me disse ficou martelando minha cabeça e eu refleti nisso por horas.

— Não sei, isso é estranho... Eu sempre tive horror aos homens depois do que passei e simplesmente não consigo sentir isso agora com você, mesmo estando assim a sua mercê. Estou confusa, é rápido demais, é fácil demais. O que você vai pensar de mim? — admito.

O grande Nova Espécie poderia forçar o sexo comigo e eu nunca seria capaz de detê-lo. Não consegui impedir alguém menor, que dirá ele. Até agora ele não me machucou e eu acredito de verdade que não é sua intenção. Ele só parece ter ficado obcecado de uma hora para outra pela ideia de me mostrar que é possível sentir prazer.

— Eu não pensarei nada, me sentirei honrado a ser o primeiro macho a te mostrar que o prazer existe. Você não tem horror a mim porque eu não te toquei com maldade e não olho para você de tal maneira. Quando olho para você, apenas enxergo uma fêmea pequena e delicada, que foi machucada por um maldito macho humano que eu quero caçar e matar para você e que precisa aprender que o sexo não é só sobre dor. Eu quero tirar o seu trauma como forma de pagamento por ter me salvado.

Suas palavras me tocam, bem no meu coração mole e meus olhos se enchem de lágrimas, mas eu recuso a derramá-las. Vejo nos olhos de Gross que ele não tem nenhuma intenção ruim comigo, pode ser besteira mas vejo até uma certa inocência de sua parte em achar que me deve isso.

— Eu não salvei você esperando algo em troca. — falo gentilmente.

— Mas eu quero dar a você, Victoria Carver.

— Me chame só de Victoria. — peço.

— Você disse que Victoria Carver é seu nome.

— Carver é meu sobrenome, pode me chamar apenas de Victoria.

— Ok, Victoria... E então, o que me diz? Tenho permissão?

Eu hesito.

— Que garantia eu tenho que você não vai forçar a entrada em mim? Você pode me dizer que você não vai entrar em mim, mas...

3 - GROSS - Novas Espécies (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora