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Victoria

Horas depois...

Observo nervosa e trêmula quando Gross é levado as pressas para o médico, depois que descemos do helicóptero já havia uma equipe esperando no local de desembarque. Vê-lo sendo levado para longe de mim me deu uma sensação tão ruim que eu quis entrar em desespero, quero chorar, mas não irei fazê-lo, me deixa ainda mais vulnerável e fraca, não posso me dar ao luxo de ficar assim quando Gross corre risco de morrer.

No entanto é inevitável como me sinto, além de me sentir totalmente deslocada sem ele, não sei qual será meu próximo passo, afinal, ele é a única razão para eu estar aqui.

— Olá. — viro o rosto para encarar uma mulher linda, alta e musculosa, com olhos tão azuis que parecem ser transparentes e cabelos pretos também com mexas azuis que caem até os ombros.

— Olá. — respondo, sabendo que estou sendo ridícula por estar encarando tanto a mulher da cabeça aos pés. 

— Você parece meio chocada. Eu sou uma fêmea espécie, me chamo Blue, prazer. — ela estende a mão para me cumprimentar — Fui atribuída para recebê-la em Homeland.

— Você é tão bonita. Muito prazer Blue, eu me chamo Victoria Carver. — pego sua mão, aperto e balanço levemente, soltando-a em seguida.

— Você está bem, Victoria?

— Pode ser uma pergunta retórica, mas sendo totalmente sincera, eu não estou nada bem. Eu quero ir para o Gross, mas disseram que eu não podia ir agora... — lamento.

— Eles estão fazendo o possível por ele. Brute me passou tudo sobre a missão. Justice, nosso líder, está viajando com sua companheira, todos os relatórios terão de serem passados para o Fury, você pode me acompanhar?

— Claro.

— Vou te levar para o meu apartamento, no dormitório das fêmeas, você pode tomar um banho, trocar de roupa, descansar e comer se estiver com fome. Mais tarde falaremos com Fury.

— Tudo bem... Mais tarde também poderei ver o Gross?

— Claro que sim, ouvi dizer que você é a companheira dele. — Blue começa a caminhar, no entanto eu não consigo me mover, então ela para e olhar para trás — Você quer que eu segure sua mão?

— Eu odeio ser assim, mas de vez em quando eu tenho essas pequenas paralisias... — murmuro e encaro o chão.

— Você é uma fêmea traumatizada, eu entendo, enxergo os sinais em você, lido com elas todos os dias por aqui, fêmeas e machos.

— Você lida?

— Sim, eu estou me formando em psicologia.

— Então você realmente entende?

— Perfeitamente. Vem comigo, você está segura e ninguém irá te fazer mal aqui. — ela estende a mão para mim e eu coloco minha palma menor sobre a dela e então começamos a caminhar.

Saindo da pista em que o helicóptero pousou, entramos em uma rua pavimentada, com casas e edifícios, é tão grande, limpo e bonito, parece realmente uma cidade dentro de outra. Novas espécies machos e fêmeas e até pessoas humanas caminham tranquilamente pelas ruas, rindo, conversando e trabalhando.

— Então aqui é Homeland... — falo para mim mesma, impressionada.

— Sim. Você gostou?

— É lindo... Gross vai amar ver isso, ele nunca teve nada parecido. — meus pensamentos voam para ele e meus olhos se enchem de lágrimas.

Sinto meu corpo querer começar a tremer e os sintomas familiares de uma crise de choro ameaça me atingir.

— Ei, vai ficar tudo bem. — Blue para de caminhar e olha dentro dos meus olhos, ainda segurando minha mão.

— Eu estou com tanto medo. — as lágrimas rolam, sem que eu seja capaz de segurá-las por mais tempo — Eu me tornei tão dependente dele que sinto como se nada tivesse mais sentido sem ele, tenho medo disso também... E se não der certo? — soluço — Mas que droga eu estou pensando. O que importa agora é que ele fique bem. — adverto a mim mesma pelo pensamento egoísta.

— Você não precisa se preocupar com isso, eu aposto que ele também é dependente de você. Machos espécies ficam viciados em suas companheiras, em seus cheiros, gostos, em tudo. Eles enlouquecem sem elas, seus compromissos são para a vida inteira, não é como um casamento humano em que há o divórcio. Machos espécies são ligados de corpo e alma a suas fêmeas. Então ele também se sente da mesma forma, é recíproco, preocupante seria se não fosse.

— Sério que eles são assim? — questiono, um pouco impressionada.

— Sim. São possessivos e extremamente protetores, eu aposto que pensar em você, em não te deixar sozinha, será sua principal força de vontade para melhorar. Eles dão suas vidas por suas companheiras e praticamente vivem para fazer suas vontades, colocando-as sempre em primeiro lugar.

Sinto tantas sensações boas me preencherem no momento, como se de repente algo me dissesse com toda convicção que meu Gross vai ficar bem. Meu coração se enche de esperança.

— Eu quero tanto vê-lo, tocá-lo, mesmo que não sinta. Quero estar ao lado dele... Será que eu posso exigir isso como companheira dele?

— Claro que sim. Mas primeiro eu irei cuidar de você, Gross precisa de sua companheira bem para ele quando acordar.

— Está bem! Obrigada por conversar comigo e me confortar. — dou um leve sorriso, usando a mão livre para enxugar as lágrimas.

— Se sente menos pior? — ela dá um leve sorriso que mostra timidamente suas presas.

— Sim. — balanço a cabeça.

Gross vai ficar bem. Eu sei que vai.








Mini capítulo só pra não deixar vcs sem nada hoje 😅❤️

Espero que tenham gostado ❤️❤️❤️

Votem e comentem ❤️❤️❤️

3 - GROSS - Novas Espécies (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora