Gross
Contenho-me para não socar a parede da velha cabana e acabar causando seu desabamento. Sinto uma raiva dentro de mim por estar começando a ficar possessivo com a fêmea humana lá dentro. Estive a ponto de ficar muito selvagem por estar tão excitado que tive medo de perder o controle e machucá-la de alguma forma.
Eu estou tão danificado que não consigo controlar meu instinto animal? Mas como eu poderia quando aqueles olhos azuis olharam para mim com tanto desejo?
Será uma lembrança que nunca esquecerei.
Depois de alguns minutos, muito mais calmo, eu volto para o quarto. O corpo da fêmea está esticado na cama e seus olhos fechados se abrem imediatamente quando sente minha presença.
— Você está bem? — pergunto na medida que me aproximo.
— Eu estou... Só gostaria de ir ao banheiro. — pede quase sussurrando, com as bochechas rosadas.
— Eu já estava indo para soltá-la. — me aproximo mais.
Constrangimento é algo que posso ler em sua expressão nesse momento, suas bochechas ficam mais vermelhas quando ela percebe o modo como meu olhar corre sobre seu corpo, hesitando em suas coxas nuas com intensidade. Seu gosto ainda está presente em minha boca, tanto de sua excitação quanto dos seus beijos e isso faz com que eu fique extremamente duro.
— Peço desculpas por sair daquela forma. — falo calmamente abrindo as algemas de seus pulsos.
Victoria não me olha diretamente mas seu olhar vago me diz que não sabe o que dizer no momento, na medida que com cuidado eu libero seus braços.
— Está tudo bem... Você me pareceu triste de repente.
— Não foi tristeza. Eu fiquei com raiva de mim mesmo. — ela me encara com confusão estampada na face.
— Por que? Essa foi a experiência mais maravilhosa da minha vida, você se arrependeu de ter me tocado? — sua voz sai cheia de culpa e preocupação. Me sinto miserável por ver isso também em sua expressão.
Eu tenho vontade de esclarecer o porquê da minha raiva, mas eu não gostaria de assustá-la com meus pensamentos possessivos e temo que ela vá sentir medo de mim, nunca mais quero ver medo em seus olhos.
— Nunca. — afirmo com certeza soltando um leve grunhido — Seus pulsos doem?
— Não dói. — responde.
Ela se senta e começa a puxar a blusa para baixo para cobrir seu colo, puxo seus pulsos para mim e começo a acariciá-los, sentando-me lentamente na beirada da cama ao seu lado, seus olhos finalmente encontram os meus.
— Você está com raiva de mim? — pergunto para ela.
— Não. — responde sem hesitar, balançando a cabeça negando — Eu só não sei como reagir agora. Mal me reconheço. Eu nunca...
— Nunca o quê? — estudo a expressão dela com cuidado — Teve essa proximidade com um macho?
— Sim e nunca fui tão ousada. Não foi minha primeira experiência com sexo, como você sabe, mas você não machucou e não foi horrível. Eu estive presa muitas vezes durante o período que meu ex me manteve, ele também me deixava amarrada mas com você tudo foi diferente.
— Ele tinha você presa para abusar de você e te forçava a ter relações sexuais. — rosno, raiva aprofundando minha voz.
Sinto a raiva e o ódio percorrerem o meu sangue, quero uivar furioso e caçar esse maldito macho humano.
— É. Ele nunca considerou as coisas que ele fazia comigo como abuso, porque assinei um maldito documento contra minha vontade que dizia que éramos casados. Ele achava que um marido podia forçar a esposa a fazer sexo e não ser considerado estupro.
— Se você me der um nome, eu o encontrarei e o matarei. — sou sincero, quero quebrar os ossos desse humano.
— Você está falando sério? — ela sorri e eu me perco por alguns segundos, fascinado com o sorriso.
— Estou. Muito sério. — confirmo.
— Robert não vale a pena.
— Então esse é o nome dele, bom saber.
— Esse é o nome dele, mas não que eu queira que suje suas mãos com aquele monte de merda. No fim ele foi preso, mas eu tenho a sensação de que ele sendo envolvido na máfia política, não ficou por muito tempo. A única coisa que me conforta é saber que estou longe o suficiente para ele me encontrar.
— Se você fosse minha fêmea, eu iria protegê-la de todo mal, nunca abusaria de você ou te machucaria. Não entendo como esse macho maldito foi capaz de fazer isso com você. — a expressão dela fica séria quando ela percebe que minhas palavras são sinceras.
— Obrigada. — seu olhar parece grato — Se eu fosse sua fêmea, eu ficaria muito feliz com isso.
Eu desvio o olhar dela com dificuldade, eu gostaria de passar todo o meu tempo olhando para ela, ainda mais quando suas bochechas estão coradas como agora. Meu peito queima de novo, com a mesma sensação de minutos atrás e posso saber que são meus instintos protetores e possessivos gritando para mantê-la.
— Você não vai me contar o motivo de ter sentido raiva de si mesmo e ter saído daquela forma?
Decido ser sincero.
— Eu estou danificado. Faz um longo tempo desde que eu toquei em uma mulher por vontade própria e tocar você me deixou muito excitado, fez com que meus instintos animais aflorassem. Toda a minha mente agora grita por você, eu senti vontade de rasgar suas roupas, tomar seu corpo e te marcar como minha, isso me faz ter medo de ficar selvagem e agressivo e assim acabar deixando você horrorizada comigo. Estou falando isso porque da mesma forma que você pode me estapear e me empurrar para fora, você também pode aceitar o meu corpo e meus instintos, embora eu ache que escolherá a primeira opção.
Observo um par de olhos azuis arregalados e surpresos olhando para mim, suas bochechas voltam a ficar vermelhas e a hesitação se formando em sua expressão me faz saber que ela não tem certeza do que dizer.
— Eu choquei você não foi? — questiono — Eu ainda não sei lidar com as fêmeas humanas que não estão lá apenas para me torturar. Me sinto diferente em relação a você.
— Você promete que isso é verdade e não é só porquê tomou isso como uma missão? Porque se for, não precisa, mesmo. Se você acha que é sua obrigação desde que me prometeu que me faria conhecer o prazer, você está livre de sua promessa. Não faça isso como uma dívida, por favor. — sua voz é tão suave que me faz ter vontade de aninhar minha cabeça na curva do seu pescoço e ficar por horas ouvindo-a falar.
O pensamento vem de que eu realmente estou ficando muito possessivo e apegado, sei que faz parte do meu DNA ter esse tipo de instinto, mas é confuso para mim, nunca senti nada parecido, eu poderia ter sentido isso no início por alguma fêmea quando eu não via o que elas faziam como tortura. Mas não senti isso por nenhuma.
— Eu garanto que não é só pela dívida. Eu sei que você havia dito que não sabia se queria que eu parasse de tentar e eu espero que não tenha mudado de idéia. Não me diga não, deixe-me tocá-la novamente e eu juro que será ainda melhor. — praticamente imploro.
— Eu digo sim Gross, eu aceito.
Olaaaaa ❤️❤️❤️
Espero que tenham gostado do capítulo ❤️❤️❤️❤️
VOTEM ❤️❤️❤️ comentem ❤️❤️❤️
Beijos ❤️
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3 - GROSS - Novas Espécies (Concluído)
RomanceVictoria Carver está tentando recomeçar sua vida em uma cabana na montanha após se livrar de um relacionamento abusivo. Tudo que ela quer e precisa é se manter longe de homens no geral e principalmente daqueles como Robert, seu ex. Tudo isso muda qu...