3 - GROSS - Novas Espécies (Concluído)

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Victoria

Gross pega minha mão e se dirige para fora da varanda, andando tão rápido que tenho que correr para acompanhá-lo. Nenhum dos nós dois fala nada até estarmos a vários metros da cabana, passamos pelo helicóptero e quando me dou conta, estamos quase no mesmo lugar que o encontrei. Paro alguns segundos e puxo o braço dele para ele parar de andar.

— Gross, calma! — exclamo, meio ofegante — Desse jeito vamos parar lá na cidade.

Então ele para e solta minha mão, vira-se para me encarar, ainda parecendo bastante irritado.

— Aquele macho ficou olhando para você! Ele queria ficar sozinho com você. Não deve ficar sozinha com ele Victoria, ou com nenhum outro macho.

Ok...

— Você está com ciúmes? — tento reprimir um sorriso.

— Eu não sei exatamente o que significa, nunca senti isso. — parece confuso de repente.

— O que você está sentindo, pode me relatar com palavras? — indago.

— Sinto raiva só com o pensamento dele querer te tocar e, ao mesmo tempo, possessivo por você. Eu já me senti possessivo em relação a você antes, na primeira vez que a toquei, mas isto agora é mais forte.

— Mais forte como? O que mais você sente?

— Eu... — ele parece incerto, talvez temeroso em falar o que realmente está sentindo, seu rosto fica um pouco corado e eu acho adorável.

— Você pode me dizer tudo que quiser. — o encorajo.

— Eu não quero te deixar. — ele solta, como um desabafo — Meu peito começa a doer quando eu penso na possibilidade de ir para longe de você, de não voltar a vê-la. — lágrimas enchem meus olhos.

— Mesmo?

— Sim. Eu fiz você ficar triste?

— Essas são lágrimas de alívio e felicidade.

— Você sente alívio e felicidade quando eu digo que não quero deixá-la?

— Sim! Eu não quero que me deixe também. — estendo a mão para ele, colocando-a no seu rosto e o puxo para mais perto de mim — Gross, eu vou sentir saudades de você desesperadamente quando for embora.

Surpresa toma as feições do bonito rosto dele e em seguida, seus lábios estão nos meus. Sua língua mergulha dentro da minha boca, beijando-me intensamente. Suas mãos me erguem até meus pés deixarem o chão lentamente. Entrelaço minhas pernas em sua cintura para alinhar melhor nossos rostos, para aprofundar o beijo. Desejo e paixão me enchem no mesmo instante.

— Victoria. — ele grunhe meu nome, afastando os lábios dos meus — Vem comigo para Homeland?

Meu coração dispara tanto que dói.

— Está falando sério?

— Estou falando muito sério. Eu quero que você permaneça comigo. Quero conhecer o meu povo e viver como eles vivem, mas eu quero que você vá comigo. Sinto que não vai fazer sentido sem você, é o que sinto de verdade, Victoria.

Minha respiração fica presa enquanto a ficha de suas palavras caem sobre mim.

— Você vai pelo menos pensar sobre isso? Eu não quero abrir mão do que vivemos juntos, sei que não foi muito o nosso tempo, mas acho que isso não importa porque eu sinto muita dor no coração ao pensar em ir para longe de você.

Tantos pensamentos e emoções enchem minha mente que eu fico sem palavras, lágrimas enchem meus olhos e eu luto contra uma crise de choro. Ele quer ficar comigo. Uma grande felicidade preenche meu coração, uma sensação que eu não sentia há anos. Abro a boca para dizer com toda certeza que sim, mas Gross fala primeiro.