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Victoria

Segundos depois de Timber tê-lo anunciado, um carro em alta velocidade freia bruscamente, deixando um cheiro de pneu queimado no ar. É um carro de polícia, não o que normalmente eu vejo Maik usando, mas lembro-me de que ele é um policial.

— Está indo a algum lugar sem mim, puta? — Maik grita no instante em que desce do carro, apontando uma arma em nossa direção, somos todos surpreendidos por sua atitude — Então, você é o maldito que pensa que pode tomar o que é meu. Eu queria muito matar o desgraçado com quem ela disse que estava e fazê-lo na frente dela só torna tudo mais interessante, para que ela saiba que não deve me ignorar.

— Abaixe a arma! — a voz de Brute soa cheia de autoridade.

— Vocês... Vocês são aqueles malditos animais da Mercille! — o idiota os insulta e raiva queima por mim — Então é por isso aí que você me trocou?

— Cala sua maldita boca! Eles não são animais nem coisas, eles são pessoas maravilhosas e eu não te troquei, nunca fui sua em primeiro lugar. Nunca tivemos nada. — eu grito, defendendo-os.

Gross dá um passo a frente, soltando um rosnado, furioso, empurrando meu corpo para ficar atrás do dele.

— Você será morto pelas minhas próprias mãos por ter tocado, insultado minha companheira e a minha espécie. — Gross rosna, dando um passo em direção a Maik que arregala os olhos, reconhecendo seu fim.

Ele sabe que se Gross pegá-lo, não haverá chance alguma para ele, ele demonstra isso claramente em sua expressão de pavor, é quando o desgraçado puxa o gatilho da arma, que está apontada para o peito de Gross, sem dar nenhuma chance de defesa.

Eu tento puxá-lo, eu tento entrar em sua frente, estranhamente prevendo os acontecimentos seguintes, mas já é tarde demais...

— Gross! Não!

Um grito ensurdecedor escapa da minha garganta quando sinto Gross sacudir-se contra mim e caindo no chão. Dois rugidos altos enchem o ar apenas enquanto como em um pesadelo, mais tiros são disparados, eu não sei quem está atirando em quem no momento em que meus joelhos entram em colapso batendo forte sobre a terra dura e seca, fazendo a dor dos arranhões não ser nada comparado ao meu desespero.

— Não! Não! Não!— grito — Por favor, Gross! Abra os olhos, abra os olhos. — suplico — Vamos, ajudem-o, temos que ir, temos que levá-lo ao hospital! — imploro — Por favor, Gross, fique comigo.

Observo quase cega por minha lágrimas, quando Brute dá uma rasteira em Maik e Zest arranca facilmente a arma da mão do desgraçado.

— Victoria, você é minha! — ouço Maik gritar mas o ignoro.

— Aqui, irei fazer os procedimentos de primeiros socorros. Ajude-me tentando acalmá-lo se ele se agitar. — Timber aparece com uma maleta e eu apenas assinto com força.

Eu seguro a mão de Gross bem forte e levo-a ao meu coração, matendo-a lá, na medida que Timber faz os procedimentos, eu não consigo olhar, eu não quero vê-lo sangrar, não quero vê-lo machucado outra vez, é minha culpa, Maik fez isso por minha causa, se algo pior acontecer, eu nunca poderei me perdoar.

— Eu tenho treinamento médico, estou deixando isso claro porque eu irei remover a bala, foi superficial e irei estancar o sangramento.

— Faça o que for necessário para salvá-lo. — suplico.

Os olhos de Gross se abrem levemente estreitos e ele solta um grunhido de dor, meu coração se parte.

— Shh... Vai ficar tudo bem. — murmuro, acariciando o seu rosto e beijando o dorso de sua mão.

3 - GROSS - Novas Espécies (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora