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Victoria

Eu aceitei. Não há como negar que eu gostei do que ele fez comigo e dizer que não quero mais seria hipocrisia da minha parte. Eu quero muito. Apenas as lembranças fazem meu corpo arder em desejo. Tento não rir da óbvia expressão de alívio em seu rosto por eu ter aceitado que me tocasse de novo.

— Você disse que precisava usar o banheiro. Vá rápido. — ele fala parecendo ansioso com um brilho diferente no olhar.

Eu apenas aceno com a cabeça e praticamente corro para o pequeno banheiro no canto do quarto e fecho a porta, acabo trancando automaticamente.

Faço xixi, tomo um banho, visto um roupão que estava pendurado atrás da porta e escovo os dentes por último. Passo alguns minutos penteando o cabelo que nem está embaraçado e quando percebo, estou relembrando sua boca me beijando e fazendo outras coisas também, meu rosto fica quente juntamente com todo o meu corpo. A ficha do que fizemos realmente está caindo e é inevitável não me sentir um pouco tímida.

— Victoria? — me assusto quando ele bate na porta. — Aconteceu alguma coisa? Você está bem?

— Sim, eu estou bem, não aconteceu nada. — respondo me dando conta de que deve fazer algum tempo que estou aqui dentro.

— Você trancou a porta e está aí há vinte e oito minutos, eu ouvi o chuveiro mas agora não ouço nenhum barulho.

— Estava tomando banho e agora estou penteando meu cabelo. — falo, sentindo minhas mãos ficarem trêmulas de ansiedade.

— Você vai demorar muito? Eu preparei uma coisa para você comer neste tempo.

Fico surpresa, hesito apenas por alguns segundos antes de destrancar a porta do banheiro. O grande Nova Espécie está um passo a frente da porta bloqueando a passagem. Deus, ele é mesmo muito grande de pé, minha cabeça bate pouco abaixo do seu musculoso peito. Tento engolir minha ansiedade.

— Você iria arrombar a porta? — pergunto pelo motivo de ele estar tão perto da porta assim.

— Não. Eu apenas me preocupei. — ele dá um passo atrás me permitindo passar por ele para sair do banheiro — Você está com fome? — meu estômago ronca com o cheiro da comida penetrando meus sentidos.

— Você sabe cozinhar? — pergunto indo em direção a cômoda onde ele deixou um prato com comida, analiso e parece bom, o cheiro também é ótimo.

Parece algum tipo de sopa.

— Sim. As vezes quando eu não lutava muito durante uma sessão de retirada, por já estar muito fraco e machucado, eles diziam que iriam me bonificar para que eu fosse sempre obediente, eu pensava em algo melhor do que vídeos de culinária e concerto de casas e carros por algumas horas, mas era o prêmio deles para mim. As informações ficaram na minha mente e eu imaginei que pudesse estar com fome, então vi algumas coisas na sua cozinha hoje cedo. Você fez isso para mim e eu estou fazendo para você agora.

— Parece estar muito bom! Obrigada. — falo com entusiasmo, meu coração se aquece com o gesto.

Pego o prato e me sento na cama, com as pernas cruzadas. Não hesito um segundo antes de pegar a colher e colocar um pouco do caldo na boca. O gosto é bom e reconheço ser um caldo de batatas. O silêncio no quarto fica um pouco desconfortável enquanto eu como e ele me observa de pé.

— É delicioso. — elogio quebrando o silêncio.

— Que bom que gostou. Eu prometo cuidar muito bem de você enquanto a tal Homeland que você disse não chega. Não há necessidade de se preocupar com nada. — olhando em seus olhos, eu vejo a honestidade estampada.

3 - GROSS - Novas Espécies (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora