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Victoria

Tudo que ele diz soa tão sincero e verdadeiro ou é porque seu toque foi tão incrível e maravilhoso que meu psicológico só quer acreditar nele para sentir de novo, e de novo.

A percepção de que eu posso me apegar facilmente a ele me atinge e meu coração fica apertado de repente já começando a sofrer antecipadamente, porque sei que ele irá embora muito em breve.

— Toque em mim, explore meu corpo com as mãos, não irei atacá-la, assim, talvez, se sinta mais confortável comigo, com o meu tamanho.

Eu levanto o olhar para seu corpo, ele é mesmo enorme e quando estou sentada assim, ele parece extraordinária grande. Ele ainda está segurando a minha mão impedindo que eu a afaste. Movo o olhar para nossas mãos juntas.

A mão dele move a minha para seu abdômen e solta, deixando-me tocá-lo sozinha. Olho em seus bonitos olhos caninos na medida que meus dedos timidamente contornam o desenho dos seus gominhos sarados.

— Pode ficar a vontade. — me encoraja e dá um leve sorriso que faz meu interior estremecer.

Honestidade e sinceridade brilham em seus olhos. Eu quero muito acreditar nele, mesmo tendo a consciência de que é insano fazer isso. Eu nem o conheço direito. No entanto, é tudo tão intenso e minha outra mão levanta para tocar a coxa dele, subindo até seu quadril e encontrando minha outra mão em sua barriga.

Observo a atadura que fiz em sua costela e passo os dedos levemente contornando-a.

— Te deixaria mais tranquila saber que temos algo em comum? — ele pergunta.

— O que seria? — indago.

— Fomos usados para o sexo contra a nossa vontade. Eu também estou ultrapassando barreiras aqui, porque simplesmente é você e eu me sinto diferente.

— Oh... — exclamo dando-me conta de que é verdade —  Você quer me falar mais sobre isso?

— Minha semente foi tirada de mim para testes de procriação durante anos. No começo eu concordei em manter relações sexuais com uma fêmea humana porque eu não estava vendo a maldade por trás das intenções dela ainda. Ela sabia como me deixar excitado e eu sendo um macho inexperiente, acabava cedendo todas as vezes. Eu até gostava do sexo no começo, mas quando ela engravidou e eles comemoraram, eu entendi o porquê dela estar fazendo aquilo.

— Ela engravidou? — afasto minhas mãos dele no susto. Sentindo o choque percorrendo meu sistema nervoso — Como? Isso é impossível! Vocês são estéreis!

— A fêmea confessou ter tido relações com um macho humano durante o processo e não sabia de quem era o filhote, por isso os enfermeiros não sabiam se haviam tido sucesso ou não, e depois de alguns dias, antes que eles pudessem realizar algum tipo de exame, ela teve um... Não me recordo bem a palavra que eu os ouvi dizendo.

A pior hipótese me vem a cabeça.

— Aborto espontâneo?

— Isso, essa foi a palavra que eu ouvi. Depois disso eu não deixei nenhuma outra fêmea tentar me seduzir e eu não montei nenhuma mais, no entanto eles me obrigavam a assistir filmes de fêmeas humanas se tocando, também me davam medicamentos que estimulavam meus desejos sexuais, e usavam as mãos em mim, eu ficava incapaz de controlar meu corpo e meus impulsos por causa dos remédios, então acabavam conseguindo o que queriam, doses e mais doses do meu esperma.

— Gross... — solto seu nome num sussurro, lamentando.

— Eles mentiam dizendo que eu era o único do meu tipo que estava vivo e estavam tentando reproduzir mais de mim, eu era constantemente manipulado. — meus olhos se enchem de lágrimas.

3 - GROSS - Novas Espécies (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora