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Victoria

— Agora você vai se alimentar. — informo após guardar todo material que usei em seus ferimentos.

Caminho até a mesinha na qual deixei em cima a tigela com a sopa e o prato com as torradas.

— Como vou me alimentar assim? Solte-me para que eu possa comer. — pede mais uma vez.

O ignoro, não querendo começar a mesma discussão novamente. Sento-me na beirada da cama e ergo uma colher com a sopa em direção ao seus lábios, ele balança o rosto em direção a colher batendo nela fazendo derramar tudo em sua barriga.

— Poxa, olha o que você fez! — grito com ele — Estou lidando com uma criança? Sujou tudo, você estava tão limpinho. Você sabe como foi difícil para mim te banhar todos os dias? — me levanto.

Coloco a tigela em cima da mesinha novamente e vou até a cozinha buscar um pano molhado. Quando volto, vejo-o me encarando com o cenho franzido.

— Mas eu sinto que estou nu debaixo dessa coberta. Você limpou meu pênis? — quase engasgo com minha própria saliva.

Meu rosto fica tão quente de modo que eu pareço ter ficado com febre de repente.

— Suas bochechas estão rosas. — ele olha fixamente para mim, continuando a fazer uma carranca.

— Eu também não estava confortável com isto, mas eu precisava limpar você. Você estava todo sujo e com muito sangue, eu precisei rasgar as calças do seu corpo para saber se havia mais ferimentos e ela estava velha e suja também.

— Você me tocou lá? — ele rosna.

— Toquei, está bem? Mas foi um toque leve e gentil sem segundas intenções. Eu nunca toquei nessa maldita parte de um homem, eu até os odeio e nunca quero saber de alguém tocando em mim dessa forma suja e imoral, porque eu faria com você? Eu não abusei de você e não vou te estuprar como você imagina quando me acusa de roubar seu esperma. — desabafo na medida que limpo toda sua barriga com o pano molhado.

Algo em seus olhos azuis que estão escuros de raiva muda, um pouco da frieza o deixa e ele me lança um olhar que me parece de compreensão, finalmente.

— Você promete que não deseja me forçar a dar meu esperma a você para testes de procriação? — suas pulpilas dilatadas quando faz o pedido faz meu coração arder em compaixão.

— Claro que sim, eu prometo, juro ou sei lá o que é maior que um juramento. Só a idéia disso me deixa horrorizada. — falo olhando dentro dos seus olhos para que veja minha sinceridade.

— Você não gosta de machos? Eu já ouvi falar sobre fêmeas que apreciam tocar outras fêmeas.

É a minha vez de fazer uma carranca.

— Eu não quero tocar nenhum homem e nenhuma mulher, não quero tocar ninguém e que ninguém me toque desta forma, está bom para você?

— Por que? — parece genuinamente curioso.

— Porque não e eu espero que esse assunto sobre eu querer molestá-lo, se encerre. Eu odeio sexo e tudo sobre isso.

— O sexo quando não é forçado, é prazeroso. Você nunca passou por uma experiência boa?

— É fácil para você dizer, você é um homem e para os homens o sexo é uma maravilha mesmo, eles só pensam no próprio prazer e só eles o encontram no ato.

A expressão em seu rosto se torna em pura confusão como se eu tivesse dito uma loucura.

— O que foi? — pergunto.

3 - GROSS - Novas Espécies (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora