Suspeita

336 37 83
                                    

— Naruto-sensei, queremos uma missão de verdade. — Jirou foi o primeiro a reclamar. Embora seus companheiros pensassem o mesmo, nenhum deles teve coragem de falar nada. — Algo pra fazer fora da vila, por exemplo. — Sugeriu.

— Ah, é? — Naruto olhou para seu aluno com o canto dos olhos. — Vocês também querem?

— Uhum. — Kuro falou sem abrir a boca.

— Sim. — Kogomi concordou com a cabeça.

— Pois bem. — Ele suspirou. — Como vocês cumpriram todas as missões nessas últimas semanas, vamos até o Hokage pedir algo mais... divertido.

Os olhos das crianças brilharam, finalmente!

— Estejam preparados no final da tarde, vou mandar um clone chamar vocês. — Ele disse.

Estavam todos numa espécie de praça ligada por duas ruas. Naruto sentado num branco, Kogomi ao seu lado, Jirou em pé e Kuro encostado próximos dele.

— Hai! — Os três falaram ao mesmo tempo, sumindo logo em seguida.

O loiro continuou sentado, aproveitando o silêncio momentâneo que se instalou. Ele fechou seus olhos, indo para dentro de sua mente, onde a enorme raposa o esperava.

Naruto... — Kurama falou.

— Yo. — O loiro se sentou ao lado dela. — Como vai?

Entediada. — Ela resmungou, abaixando seu focinho na altura dele. — Por que está aqui?

— Queria conversar um pouco. — Ele disse, observando a bela paisagem que se formava.

— Sobre o que? — Ela falou.

— Quero sua ajuda. — Naruto encostou sua cabeça nela, sentindo os pelos da raposa roçarem contra sua pele.

— Ajuda com o que? — Kurama não entendeu onde ele queria chegar.

— Quero ficar mais forte... — Ele sussurou. — Me empreste todo seu poder, em troca. Lhe darei liberdade para fazer o que quiser.

A raposa o encarou com seus enormes olhos, perante aquele garoto e sua minúscula existência. Kurama era um ser divino, cruzou eras, viu muitas civilizações se formarem e destruiu tantas outras, mas aquele pequeno filhote a sua frente, fez com que ela se sentisse humana, algo que ela nunca foi.

Naruto... — Ela rugiu. — O que está pensando?

Ele ficou em silêncio, obsevando os pelos do enorme animal balançarem junto a suas nove caldas.

— Vou fazer o que eu puder para salvar as pessoas que eu amo. — Ele apertou seu punho. — Mal pude contra um deles. Sozinho... eu sou fraco. Há pouco tempo não conseguia nem mesmo ficar em pé sozinho.

Naruto... — Ela disse. — Isso não é problema seu... deixe com o moleque Kakashi e os Kages.

— Como não é problema meu, Kurama?! — Naruto apertou ainda mais seus punhos. — Eu carrego o simbolo de paz nas costas, todos aqueles que morreram para isso acontecer... nagato, ero sennin, todos que morreram na guerra, todos eles acreditaram em mim. Não posso fechar meus olhos para isso, não sabemos o que eles podem fazer. Por isso, preciso fazer algo. Mesmo doente e cuspindo sangue, eu preciso continuar lutando... para proteger as pessoas, Konoha, meus amigos, você e... Sakura?

— O que faz aqui, Naruto? — Sentada no banco ao seu lado, a dona dos cabelos rosados perguntou, o olhando curiosa.

(...)

SequelasOnde histórias criam vida. Descubra agora