Sentimento

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Quando Sakura viu ele sumir pela porta, sentiu que estava o perdendo. Era como deixar o seu amor se esvair. Agora mesmo ela sentia que estava perdendo seu último fio de esperança, que nutria desde que ele acordou. O que era aquela sensação incomoda que teimava em apertar seu peito? Era como se dissesse, ou avisasse, que deveria ir até ele. Naruto precisava dela, era óbvio. Por mais que fosse até lá, séria rejeitada, como foi desde que chegou. Era certo, não fazer nada? Vê-lo sofrer calado, era realmente certo? Tudo se tornava tão difícil, queria ajudá-lo, como amiga. Mas ele não permitia, construiu um muro entre eles. Um muro que nem sua força mostruosa era capaz de derrubar.

Ela sabia que se quisesse que ele se abrisse, não seria atravez da força. Talvez, compreensão? Deveria deixá-lo sozinho como queria, ou ficaria parada sem fazer nada. Tinha algo de errado, aquele comportamento não era natural dele. Por que ele estava agindo assim? Parecia tenso, distante. Como se escondesse algo. Era angustiante, Não podia apenas ficar vendo. Se lembrava dos dias de sofrimento e temor que passou quando ele estava em coma. Não podia ficar parada, sentia que era um erro, e ela não cometeria ele dua vezes.

Iria lá. Estava decidida, iria. Não como amiga, mas como médica. Era um pretexto, óbvio, mas foi sua forma de se aproximar. Se levantando, ela seguiu pelo mesmo corredor que outrora ele saiu. O chão estava frio, lá fora também. Quando ela ligou a luz da cozinha, não o encontrou. Ainda estava no banheiro? Se aproximou devagar, procurando. Ela pisou em algo molhado, viscoso. Olhando para o chão, a rosada viu um pequeno rastro de sangue levava até uma porta, estava entre aberta, a luz acesa mostrava que Naruto estava lá. Sakura se aproximou, preocupada.

— Naruto, tá tudo bem? — Quando ela empurrou a porta, a visão que teve foi um tanto quanto horrenda. As bandagens que antes percorriam o corpo do loiro, agora estavam jogadas no chão. Sujando todo o piso com um vermelho escuro, Sakura conhecia bem aquele tom. Era sangue, sangue dele, daquela mancha. — Naruto. — A primeira reação que teve ao ouvir o gemido de dor foi correr para o quarto, iria buscar outra doze do medicamento. — Aqui, vira de costas. — Ele estava de joelhos, parecia aéreo. Em outro mundo. — Naruto, está me ouvindo? Vira de costas. — Sangue começou a sair da boca dele, pelo nariz também. — Merda! — Ele era pesado, sentiu seu peso quando tentou virá-lo. O loiro parecia a ponto de desmaiar, mole. Fumaça começou a sair da mancha, aquele cheiro, era de carne queimando. — Não, não, não! — Ela sentiu medo. Percorreu cada canto do seu corpo até chegar na espinha, acabando como um arrepio frio. Então ela agiu, rápida, precisa. Como médica, seu dever era agir em horas como essa. Mas sendo Naruto, tudo se tornava mais difícil, complicado. Ele tremia, sentia frio. Sussurava coisas desconexas, não conseguia entender. Envouveu-o no abraço mais reconfortante e apertado que tinha, sem se importar com o sangue sujando suas roupas. Ficaram assim por minutos, talvez horas.

(...)

Quando o medicamento fez efeito, ele tomou banho, limpou o banheiro, vestiu roupas novas. Sentia seu corpo bem mais uma vez, as dores haviam sumido, mas nada do sono. Ele tentou buscar, fechou seus olhos deitando da cama, mas não veio. Não se lembrava de quase nada, quando começou a sangrar, ou quando parou de sentir seu corpo. Era confuso.
Sakura estava tomando banho, quando abriu seus olhos, a viu suja de sangue. Ela o encarava preocupada, como se algo tivesse acontecido, só então, ele se tocou. Aconteceu outra vez, duas num intervalo de poucas horas. Era preocupante, confuso. O que estava acontecendo com seu corpo? Por que ainda não havia se curado? Era um Jinchuuriki, seu fator de cura era mais alto que um shinobi normal. Talvez, aquela não fosse uma ferida normal. Ele passou a mão pela mancha, devagar, era quente. O que quer que fosse aquilo, séria um problema, dos grandes. As palavras daquele homem ainda estavam em sua mente, torturando, se repetindo. Deveria mesmo dar bola para tudo aquilo? Antes que pensasse em uma resposta, Sakura saiu do banheiro.

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