Contra ataque

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Assim que a noite caiu, a Kunoichi vestiu seu sobretudo negro escondendo sua identidade e sumindo por entre becos e telhados. Sorrateira e leve, desviou dos ninjas que faziam patrulha sem muito esforço. Estava quase lá, faltava pouco. Próxima dos enormes portões ela parou, vendo por trás da mureta os guardas dormindo. Chegava a ser ridículo, na mesma hora, mesma pose desconfortável. Sempre que saiu na calada da noite aqueles dois idiotas estavam agarrados no sono. Sumindo mais uma vez por entre os arbustos, ela saiu em uma pequena trilha.

- Aonde vai, Sakura? - Aquela voz masculina e sonolenta. A rosada sabia bem de quem era.

Ela havia sido descoberta, isso não era surpresa, em seu íntimo imaginava que algo assim aconteceria cedo ou tarde, ainda mais vindo dele.

- Shikamaru.

Encostado em uma árvore, o moreno fumava um cigarro calmamente. Ele tragou e depois de um tempo soltou toda fumaça.

- Como sabia? - Ela voltou a falar.

- Saco... - Ele apagou a pequena chama. - Você e aquele cara se merecem, dois idiotas.

A rosada não respondeu.

- O que tá pensando saindo assim da vila, achou mesmo que ninguém ia perceber?

A pose calma e descontraída do Nara não fez com que Sakura baixasse a guarda, ela continuou atenta e pronta para qualquer possível briga.

- Se toca, Sakura. Ino me contou. - Ele fez careta. - Não confia mais nos seus amigos?

- Não desde que fizeram aquilo com Naruto.

- Ele abandonou a vila.

- Konoha o abandonou quando decidiram nomeá-lo nukennin. - Ela rugiu logo em seguida. - Naruto amava esse lugar. Tem um motivo, Shikamaru. Eu sei que tem, só preciso descobrir qual...

- Então decidiu sair e investigar por conta própria? - Era óbvio, pensou. - Sakura, Kakashi deu ordens para te prender caso saia mais uma vez.

A garota puxou uma Kunai, uma ameaça silênciosa.

- Saia da minha frente, Shikamaru.

O Nara sorriu desencostando da árvore.

- Está disposta a lutar comigo e ser presa só para ir atrás de pistas de onde ele está?

Ela não precisou falar, seu punho fechado já respondia por si só. Se aproximando, a lua iluminou o rosto do preguiçoso, mostrando a cicatriz que a Uzumaki deixou em seu rosto.

- Vem, vamos. A reunião já vai começar.

Sakura franziu o a testa, reunião?!

(...)

Longe do país do fogo, numa espécie de caverna subterrânea abaixo de uma próspera vila. Uma linda mulher andava por galerias de corredores iluminados por tochas. Claro que, para ela que conhecia aquele lugar como a palma de sua mão, era impossível se perder. Mas algum desavisado que entrasse ali jamais sairia. O local foi planejado para pegar todo tipo de invasor, seja shinobi ou não. A passos lentos e ritmados, ela se aproximou de uma sela, a única que prendia alguém vivo.

- Voltei, sentiu minha falta? - A voz feminina e sedutora soou alto, alertando o prisioneiro da chegada dela.

- Claro - Ele mentiu. - Trouxe o que eu pedi?

- Isso? - A mulher mostrou algumas seringas com um líquido desconhecido - Para ganhar você sabe o que tem que fazer, Naruto-kun.

O loiro estava mais magro, vestia apenas a calça que usou no dia em que seguiu aquela ruiva. As manchas haviam parado de se espalhar por seu corpo, assim como o sangramento também havia parado. Tudo graças as seringas na mão dela.

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