Sequelas

Suna

Quando ouviu o grito do guarda em cima da muralha anunciando que alguém se aproximava, Temari correu para a entrada da vila assim como Kakuro e outros shinobi, se colocando entre o vão das duas muralhas, eles estavam tensos, viam apenas um pequeno ponto preto no horizonte. Um dos ninjas olhou para a loira, confuso, temeroso, esperando alguma ordem de sua superior para agir. Ela por sinal, estava inerte, encarando o deserto, ou melhor, quem andava por ele. Tinha um olhar desolado, mas esperançoso, as mãos grudadas ao peito  apertando suas vestes era uma forma de acalmar a ansiedade que sentia, embora os outros shinobi não percebessem o quão desolada a ninja estava, Kankuro sabia.

Em seu intimo, a garota sentia que o que via não era bom sinal, seu peito apertou, os olhos lacrimejaram.

— Temari... — Seu irmão chamou. 

A Sabaku não respondeu, continuou olhando, até finalmente, poderem reconhecer quem se aproximava.

— É um dos guardas do Kazekage! — Um dos ninja gritou do alto.

Não foi preciso mais palavras, ela disparou em sua direção, sem se importar com Kankuro gritando seu nome, ou mesmo seus ninjas vendo a cena. Corria, por que sabia que algo estava errado. Por que ele voltou sozinho?

— Onde está Gaara?! — A mulher segurou o ninja pelo colete, estava parcialmente rasgado. Assim que encostou nele, sentiu o sangue escorrer por entre seus dedos.

— E-encapuzados... K-kazekage.... — Ele sussurrou sem forças, cuspindo sangue. Sugando ar com bastante dificuldade, o homem desfaleceu nos braços de Temari.

(...)

— Kage bushin no jutsu! — A voz alta e firme ecoou pelo campo de treinamento fazendo com que diversos clones aparecessem em explosões de fumaça.

Naruto estava sem camisa, mostrando as faixas que usava em volta de seu tórax e ombro. Em questão de segundos, cuspiu sangue e fumaça de seu ombro saiu. Caindo de joelhos, sentiu seu corpo ficar cansado, a faixa ficou molhada, sendo tingida de vermelho.

Ele grunhiu, socando o chão diversas vezes até à mão rasgar. Não se importava, queria apenas colocar pra fora toda a raiva e frustação que sentia.

— Naruto já chega! — Kurama rugiu preocupada.

O loiro não ouviu, sua mente vagava por outro caminho, um distante do que se conectava com a raposa. Aos poucos, tudo ao seu redor foi se tornando escuro, e quando ele finalmente percebeu onde estava, foi que voltou a realidade.

— Bem vindo de volta... — Aquela voz fina e rouca, ele reconheceu de imediato. Virando para encará-lo, Naruto ficou cara a cara com sua versão criança. — ...outro eu.

— Por que me trouxe aqui? — Perguntou subitamente.

O mais novo pareceu pensar por poucos segundos, mas ficou em silêncio. Encarando-o, Naruto se levantou. O sangue manchado dava um aspecto macabro para o tom laranja da roupa que o menor usava, Naruto, o atual, franziu o cenho ao ver o mais novo sorrir largo, qual era a graça?

— O que te faz pensar que fui eu quem trouxe você aqui? — Ele riu, perambulando em volta do outro mais velho. — Afinal, a mente é sua. Minha existência é fruto dela.

O mais velho pareceu entender, diferente da primeira vez. Não estava confuso ou com medo, mas curioso. "Isso" era um lugar existente dentro de sua mente, criado de forma inconsciente. O que essa escuridão podia esconder?

— Não venha com brincadeiras. — Agarrou-lhe pela gola do casaco, encarando-o no fundo de seus olhos escuros.

— O que vai fazer? — Ele provocou.