Capítulo 2 - Simão

28 2 0
                                    

David e Pedro acabaram indo sozinhos no salão da Marlene. Fiquei com Inês. Não quis deixá-la sozinha. Não sei que método aqueles dois usaram com as putinhas mas foi um método eficiente. Em menos de meia hora, David estava me ligando. Foi o tempo de lá chegar.

Elas confessaram tudo. A puta com quem David saíra várias vezes foi abordada por um homem jovem, de vinte e tal anos. Pagou uma grana preta para ela obter fotos de David. Prometeu pagar quantia igual quando ela lhe enviasse as fotos. Infelizmente ela não sabia o nome do cara. Apenas ficou com um número de celular para enviar as fotos. Se lamuriou que o cara acabou por não pagar mais nada e o número entretanto ficou desativado. Nunca mais o viu.

Pedro mostrou para ela a conta de instagram de Gisela, esperando que ela identificasse o gigolozinho mas a putinha não o reconheceu. Aliás, garantiu que não era ele. Fez uma breve descrição do cara que a contratou. Era igual a tantos outros.

A carreira das putinhas no salão da Marlene quase terminou ali. Marlene não esteve com cerimônias. Mal soube o que aconteceu, confiscou-lhes os celulares e as expulsou, furiosa por elas denegrirem a boa imagem e reputação do salão. Mas David decidiu o contrário. Quis que continuassem trabalhando lá. Se o sujeito aparecesse lá de novo, elas nos avisariam. Nos entretantos, exigiu que elas ficassem ao seu inteiro dispor, para fazer com elas o que quisesse, pelo tempo que quisesse, sem pagar pelos serviços delas. Marlene concordou. As putinhas não tiveram outro remédio senão aceitar.

Infelizmente não conseguimos desvendar o mistério naquela noite mas, pelo menos, eu estava ilibado das minhas alegadas safadezas adúlteras.

As fotos da bunda de David também foram apagadas do celular da putinha. Agora era preciso continuar procurando a bunda de meu irmão, desmascarar a miserável que assediava Inês e quase detonou meu casamento. Meu maior receio era se fosse uma mulher perigosa, contratando delinquentes ainda mais perigosos.

Tentei relembrar rostos do passado. Lembrar de alguma mulher mais apaixonada ou insistente. Alguma que tivesse ficado melindrada comigo. Por alguma razão, se sentido enganada ou iludida e agora buscasse vingança. Nada me ocorreu. Foram tantos os rostos e os corpos que conheci. Nenhum deixando uma marca, uma recordação mais especial. Acabei me sentando no sofá em frente de Inês.

Inês permanecia cabisbaixa, sentada quietinha, meio encolhida. Percebi seu nervoso e ansiedade, matutando na possibilidade da mãe estar por detrás de toda aquela sacanagem. Eu queria muito que não fosse ela. Seria um golpe muito duro para a diabinha. A própria mãe? Foda-se ... era mau demais.

Esqueci os rostos do passado e me foquei preocupado em Inês. Tentando serenar ela. Fazer ela esquecer tudo.

Do meu jeito.

- Vem cá ... - chamei baixinho, com um gesto de mão.

Obedeceu e ergueu-se do sofá, caminhando lentamente até mim. Puxei-a para meu colo, acomodando-a montada em mim, com uma perna para cada lado, segurando-a pela cinturinha fina.

Inês baixou os olhos pestanudos e mordeu nervosa o lábio inferior, evitando o contato visual, numa expressão culpada. Encabulada por ter desconfiado de mim, acreditado que eu a traía e, pior, não me ter contado o que se estava passando. Parecia uma garotinha, com ar de criancinha quando sabe que vai levar bronca depois de fazer besteira. Quase sorri. A minha eterna diabinha, menina-mulher.

De rosto sério, peguei em seu queixo, obrigando-a a me encarar. Olho no olho.

- Estamos em paz?

Assentiu, ainda meio sem jeito.

- Pensei que você me enganava ...

- Por que não me falou?

- Porque ... - hesitou envergonhada - Porque sou uma boba ...

Quer pagar pra ver? Volume IIOnde histórias criam vida. Descubra agora