Chamei David e Pedro, o irmão de Inês. Ninguém melhor que eles para identificar as mulheres nas fotografias. Em seguida liguei para Regina Moraes, nossa diretora de Recursos Humanos. Estava cismado com uma coisa, queria verificar. Não me atendeu. Deixei mensagem, pedindo para me enviar uma determinada informação por e-mail.
Inês permanecia quieta no sofá, em silêncio, abraçada nas pernas, com o queixo apoiado nos joelhos. Os dedos dos pés mexendo sem parar na beirada. Sem coragem para me perguntar nada. Consciente da sua borrada em não ter confiado em mim. Só os olhos me seguiam ansiosos enquanto eu caminhava para trás e para a frente na sala, enervado e furioso. O ódio pulsando nas veias, só de pensar em todo o perigo desconhecido rondando a minha família.
David ficou azul assim que viu as fotografias. Reconheci a raiva e a apreensão crescer no semblante sério de meu irmão. Furioso com ele próprio por não ter dado conta que o fotografavam enquanto estava entretido a foder. Ciente da gravidade da situação.
- Estão chantageando a gente? - perguntou furioso.
- Merda ... - Pedro fez uma careta.
- Não, nada disso ... - falei - É pior ainda.
Expliquei tudo e mostrei as mensagens. Os dois ficaram perplexos, muito preocupados também. Ambos ralharam com Inês, furibundos por ela não ter falado assim que recebeu os primeiros telefonemas. Inês nem protestou o raspanete que levou. Estava estranhamente quieta. Eu não sabia se era por eu me ter declarado a ela ou se por ela finalmente entender a gravidade daquela situação, e sentir medo do perigo.
- As mulheres? - questionei - Quem são?
- Meninas da Marlene. - David confirmou minhas suspeitas.
- Não entendo ... - Pedro mordia o lábio, todo cismado - Que deu na cabeça dessas putinhas?
- Não sei mas vou saber! - David rosnou puto e levantou-se do sofá, com o ódio saltando das órbitas - Vou lá agora mesmo no salão da Marlene tirar satisfação com elas.
- Calma! - pedi - Vamos os três depois do jantar.
- Vamos os quatro. - Inês abriu a boca pela primeira vez desde que ali estávamos todos juntos - Eu também quero ir.
- Você vai ficar é quietinha! - avisei zangado.
- Eu sou a mais interessada nessa história. - reclamou, já desperta da sua letargia - Quero dar umas bolachadas nessas fulaninhas.
- Não, não vai.
- Vou sim! - me encarou desafiante.
Puta merda, a diabinha já estava igual a ela mesma.
- Não me faça trancar você no quarto! - levantei a voz, ameaçando já sem paciência.
Ergueu-me o queixo para ripostar mas Pedro nem a deixou falar. Resmungou zangado, bravo com a irmã.
- Inês! - bradou - Para quieta duma vez, porra! Esta merda não é nenhuma brincadeira.
- Tá bom ... - bufou contrariada.
Pedro voltou-se para mim.
- Você terá estado com alguma dessas putas no passado e não se lembra? Ela ter ficado ligada em você ...
Abanei a cabeça, negando.
- Não ... não reconheço nenhuma mas ... também não se vê com nitidez o rosto delas nas fotos. Até pode ser, não sei ...
- Você não conhece. - David garantiu convicto - Elas são novas lá. Não são do tempo em que você frequentava o salão da Marlene.
- Então qual será a conexão, porra? - Pedro se questionou.
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Quer pagar pra ver? Volume II
ChickLitPara Inês, descobrir que Simão sempre a amou é um sonho tornado realidade. Para Simão, descobrir quem anda assediando Inês com as mensagens anônimas torna-se a grande prioridade. A verdade é desvendada e eles finalmente podem viver em paz. Mas nem t...