ESSE CAPÍTULO CONTÉM ALTERAÇÃO E INCLUSÃO DE CENA.
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Jisoo dirigia pelas ruas parcialmente vazias da cidade enquanto Rosé ocupava o banco do carona. O aparelho de som instalado no carro alternava entre música e notícias sobre o trânsito na rádio sintonizada.
Era quase fim de tarde e a escritora havia se oferecido para deixar Chaeyoung em casa antes de passar em seu próprio apartamento e só então ir para a boate que trabalharia naquela noite. Antes de aceitar, Rosé até pensou no fato de morar no extremo oposto do destino de Jisoo, mas guardou o comentário para si e apenas concordou com a carona porque ainda não estava pronta para se despedir.
- Mas você não pensa mesmo em lecionar? - Rosé perguntou, olhando o perfil bonito da púrpura. - Eu realmente tenho bons contatos. Posso te indicar para qualquer colégio que quiser.
- Eu nunca pensei em ser professora. - A mais velha sorriu fraquinho, encarando o sinal que havia acabado de fechar. - Eu tenho o meu diploma e amo o curso que escolhi, mas não é algo que me vejo fazendo. Não sei se faz muito sentido.
- Está sendo um pouco difícil encontrar sentido nisso.
- Eu gosto de escrever e minha licenciatura me ajudou muito nisso. E, não é querendo ser arrogante nem nada, mas eu não preciso exatamente exercer minha formação por enquanto. Minha avó me deixou alguns galpões alugados no Japão e eu ainda tenho o prédio aqui da cidade.
Jisoo pertencia à uma tradicional família sul-coreana que investia em imóveis tanto no país, como no exterior. À medida que a família crescia, seus avós se desfaziam de algum bem em prol dos filhos. Um prédio para um filho, um apartamento para um neto. Houveram vezes em que apenas venderam algum imóvel para dividir o dinheiro entre os herdeiros, uma vez que ninguém tinha real intenção de continuar com os negócios da família. Jisoo havia ficado com o prédio da cidade, bem como alguns imóveis no exterior, já que era filha única de seus pais e a que ficou com sua avó até o fim.
- Às vezes eu esqueço que você é rica. - Chaeyoung assoviou.
- Eu não sou rica. - A voz anasalada saiu um pouco rouca e Rosé rolou os olhos.
- Eu que não sou rica. - Rebateu. O carro já havia voltado a circular. - Mas eu estou jogando todos os dias na loteria. Um dia eu acerto e fico milionária. - Rosé falou com seriedade, mas a risada que Jisoo soltou acabou por desarmá-la. - Yah, não ria! Eu tô falando sério aqui! - Chaeyoung tentou brigar com a escritora, mas sua voz saiu risonha.
- Eu sei que está. - A púrpura olhou pelo espelho retrovisor e correu a língua pelos lábios de coração, tentando parar de rir. - E o que você fará quando ganhar na loteria?
- Primeiro irei quitar todas as minhas dívidas. - Rosé começou sonhadora. - Depois quero deixar o galpão totalmente pronto para as aulas comunitárias.
- E depois? - Instigou.
- Depois eu quero mochilar pelo mundo. Tirar um ano sabático para morar um pouquinho em cada lugar. - Concluiu com um suspiro. Estava com a cabeça deitada no encosto do banco e Jisoo a olhou quando parou em um novo semáforo vermelho.
- Esse é um bom plano. - Jisoo exibiu um meio sorriso. - Eu tenho vontade de mochilar. Na verdade, eu tenho esse plano de mochilar assim que for o momento certo.
- A gente pode mochilar juntas. - Rosé propôs com os olhinhos brilhando. - Podemos comprar um mapa e fazer um roteiro, ou então apenas ir sem planejar nada.
- Podemos juntar as duas coisas. - A escritora gesticulou já mergulhada no planejamento fantasioso. - Compramos um mapa, mas só marcamos depois de passar pelo lugar.
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[EM REVISÃO] Angel - Jenlisa | Chaesoo
RomanceNa tentativa de salvar Jennie de um final que não lhe pertencia, Lisa fica presa no mundo terreno e terá que aprender a viver entre os seres humanos. Ela só tinha uma tarefa: proteger Jennie. E mesmo deixando de ser um anjo, era isso o que ela iria...