A trégua

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Hey :)

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POV Narrador

Jennie abriu os olhos com certa relutância ao escutar o toque escandaloso de seu celular. Demorou um pouco pra entender onde estava deitada e mais ainda para aceitar que era seu celular mesmo que estava apitando como o inferno.

Suspirou aliviada quando o aparelho se calou, o que a permitiu agarrar ainda mais a cintura fina de Jisoo e aconchegar a cabeça de volta no peito da escritora. Entretanto, a paz não durou muito tempo, já que o celular voltou a tocar escandalosamente outra vez.

Sentindo-se vencida, Jennie se sentou sobre o colchão de sua cama, encontrando-se entre Lisa que dormia de bruços ao seu lado direito e Jisoo que dormia de barriga pra cima ao seu lado esquerdo. Esticou-se sobre o anjo, apenas para pescar o celular e suspirou ao ler o nome no visor do aparelho antes de silenciá-lo.

Levantou-se da cama com cuidado, desviou de Chaeyoung que dormia na cama improvisada que haviam arrumado no chão do quarto e rumou porta a fora. Apenas quando estava na sala foi que retornou a ligação, sendo atendida no primeiro toque.

Jennie?

Omma. – A estilista a respondeu entre um bocejo preguiçoso que não passou despercebido à mulher mais velha.

Oh minha filha, que horas são aí? Eu sempre me esqueço do fuso horário.

É cedo. Ainda está escuro lá fora. – Jennie sorriu pela confusão de sua mãe e abriu a porta de vidro que dava acesso ao terraço.

Fazia certo tempo que não escutava a voz de sua mãe em tempo real. Claro, estavam constantemente em contato por meio de mensagens instantâneas que se resumiam à perguntas corriqueiras e imagens engraçadas, mas nada tão profundo que lhes permitissem saber realmente sobre o dia a dia de cada uma.

O sorriso de Jennie era fácil ao ouvir as peripécias de sua mãe pelas ruas de Lisboa. Nunca pensou que a mulher fosse de fato se acostumar em ter uma vida tranquila fora da indústria da moda, mas tinha que admitir que estava adorando o quão radiante a mulher parecia do outro lado da linha. Ela tagarelava sobre as ruas românticas por onde andava, sobre o curso de costura que havia se comprometido em dar em um centro comunitário da cidade e sobre o namorado botânico que havia arrumado.

A conversa estava indo muito bem e o sol já começava a nascer no horizonte, tornando o céu levemente rosado, quando o real motivo da ligação surgiu.

Não vi seu nome confirmado para o aniversário da Chanel.

Jennie fechou os olhos bem apertados por alguns segundos, repreendendo-se por não ter desconfiado de imediato sobre a ligação repentina de sua mãe. Porém, não podia se cobrar tanta perspicácia naquele momento, tendo em vista que havia acordado há pouco tempo e ainda nem tinha tomado seu sagrado café matinal.

– Joohyun e eu decidimos que ela iria em meu lugar. Ela está precisando respirar novos ares fora da empresa e achei que seria um bom momento para ela tirar umas folgas antes de começarmos as preparações para a próxima estação.

Não me oponho à decisão de vocês. Joohyun é uma excelente representante nossa e realmente merece um descanso, mas você é minha filha, Jennie. O relacionamento que tenho com o presidente da Chanel vai além do profissional e você precisa manter esse vinculo.

Jennie suspirou derrotada porque sabia que sua mãe tinha razão. Nunca havia deixado de ir ao referido evento em Paris por justamente saber o quão importante era ter a marca mundial como aliada. Ser excelente no que fazia não bastava, era necessário ter os contatos certos para permanecer em evidência naquele ramo. Entretanto, naquela vez, algo a impedia. Algo com um par de asas reluzente e um lindo sorriso angelical.

[EM REVISÃO] Angel - Jenlisa | ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora