Garota Problema

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- Quem é você?- o homem vestido somente com uma cueca pergunta, como eles podem andar por aí assim?- lhe fiz uma pergunta, responda- me encolho dando alguns passos para trás, e se eles quiserem me fazer mal como todos os outros, não posso confiar em ninguém, a única que podia está morta.

- Está a assustando Joshua- a mulher repreende, o homem a encara e seu olhar suaviza.

- Só estou no modo alerta meu amor, aliás ninguém aparece por essa bandas- ele volta a me encara- é muda?- sua voz volta a ficar dura, sem racionar muito nego veemente, lágrimas escorrem dos meus olhos, estou com medo.

- Não me machuque, já estou indo- sem esperar por resposta dou meia volta e começo a correr, quero ficar sozinha, encontrar um lugar seguro e ficar quietinha, sem ninguém para me perturbar.

- Espere- escuto a voz da mulher, mas não paro.

Em minha cabeça o mantra não para de se repetir: "corra, não confie, fuja". Corri por longos segundos, digo segundos, pois não acredito que aquele mulher possa ser tão rápida para ter me alcançando facilmente, fazendo-me gritar e espernear quando sinto ela enlaçar a minha cintura, tirando-me do chão, o pânico é maior ao perceber quão forte ela é.

- Me solte...por favor... deixe-me ir...- eu continuava me sacudindo em uma tentativa falha de me soltar, me sinto um bichinho acanhado, totalmente em pânico, porque ela não me deixa ir.- por favor...eu...eu não queria per...tubar- falo entre soluços altos, parando de lutar, eu me sentia tão esgotada, meu psicológico estava abalado, e já estava afetando o meu físico, tinha até me recuperado e sentindo-me melhor, mas desde que sair daquele hospital minhas forças começaram a se esvair novamente- não...não me...ma...machuque.

- Shhh querida, está tudo bem, ninguém vai machuca-la- ela começa a ir para o chão junto comigo, quando nos sentamos no mesmo ela puxa-me para ela, acariciando meu cabelo, e dando leves beijos em minha cabeça, ainda estou acanhada, com medo de me entregar ao carinho, mas ao mesmo tempo, com medo de fugir- shh, vai ficar tudo bem, acalme-se, está segura- eu não queria confiar e mais uma vez perceber que foi em vão, não queria ceder, mas automaticamente meu corpo estava se aconchegando no dela, aos poucos meus soluços foram cessando, meus olhos pesando, e quando menos percebi, já estava adormecida nos braços da desconhecida.
(...)

Mais uma vez acordo em um local desconhecido por mim, mas dessa vez não se parece com um hospital, não tem máquinas, nem agulhas, só um quarto muito bonito, com parede verde acinzentada, a minha frente tinha um enorme guarda roupa, grudado a parede hà uma grande placa de madeira com uma televisão fina, nunca havia visto uma assim, do meu lado esquerdo a uma enorme janela com uma comprida prateleira cheia de plantinhas e objetos coloridos, já a direita há uma mesa, com cadeira e um caderno parecendo de metal em cima.

Mais uma vez deixei cair as minhas barreiras, posso ter me colocado em risco ao fazer isso, mas foi mais forte do que eu, sinto-me tão cansada como nunca antes, e essa cama onde estou é tão confortável, porém, não posso ficar aqui, tenho que saber aonde estou, se estou correndo perigo ou não, por esse motivo levanto-me da cama, gemo um pouco ao por os pés no chão, dando-me conta que meus curativos foram trocados, e já não estava mais com o vestido que consegui no hospital, mas sim um vestido soltinho e florido, era tão bonito.

Quando estava caminhando para a porta que provavelmente iria me levar a saída, pois a outra estava aberta revelando um banheiro, paro no meio do caminho observando-me no grande espelho. Estou mais magra, meus olhos estão fundos e negros embaixo deles, meus braços com leves arranhões, assim como minhas pernas, e meus pés envolto a panos brancos.

Desvio meus olhos do meu reflexo e volto a caminhar saindo do quarto, olho para os dois lados do corredor vendo uma porta no fim do meu lado esquerdo, por isso, tomo a direção contrária, desse modo encontro uma escada e desço pela mesma até chegar a uma sala muito bonita com tons de azul marinho e bege, antes que eu possa me concentrar escuto murmúrios ao lado esquerdo, e caminho até lá o mais silenciosamente possível.

Reclamada Por Um LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora