Uma Simples Boneca

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Melina

Enfim chegamos em frente a casa do Erick, após passar a tarde com o mesmo. Ele foi simpático, me tratou bem e teve muita paciência ao tentar me ensinar coisas que ainda não tinha conhecimento, me fazendo ri muito em alguns momentos, o que parecia ser um milagre pelas reações das pessoas que passavam por nós, já que o olhavam de forma surpresa. Não vou negar que me sinto maravilhada de ser uma das únicas pessoas a ter esse seu lado.

Adentramos a casa, encontrando as crianças assistindo desenho no tapete, Eloá jogada no chão ao lado deles e Eleanor no sofá com Eloy deitado com a cabeça no colo dela. Todas as cabeças dos mais velhos se viram com a nossa presença.

- Vocês chegaram- Eloá constata o óbvio.

- É o que parece- ela me encara espantada e logo fuzí-la o Erick, o mesmo sorri.

- Uma tarde com você e você já a corrompeu- Eloy fala indignado.

- O que posso fazer? Sou um ótimo professor- diz convencido.

- Ele passou a tarde me explicando alguns termos e figuras de linguagens, disse-me que para pergunta idiotas ou constatação óbvias, tolerância zero- olho para o mesmo depois que falo e o mesmo sorri orgulhoso.

- Eu nem vou comentar- Eloá se levanta contrariada, indo em direção a cozinha.

- E então, como foi a tarde? O que achou do vilarejo?- vou até Eleanor a quem me questionou e sento-me ao seu lado.

Fiquei completamente apaixonada pelo vilarejo, sabe aqueles filmes de fantasia, com casas aconchegantes, com plantas e flores de diversas espécies, o chão de tijolos, era assim e muito mais, me senti em um conto de fadas. Sem falar das pessoas, todas muito gentis, ou quase, já que teve a tal Michelle, não gostei dela, odiei a forma que ela falou comigo, e me incomodei muito pela forma que ela agiu com o Erick.

- Foi perfeita, tudo parecia encantador, me senti em um mundo mágico- começo empolgada, demonstrando meu ânimo.

Contei em detalhes tudo o que aconteceu, Eleanor me ouvia tudo atentamente, assim como Eloá que em pouco tempo voltou com um pacote de biscoitos. Erick já tinha sumido para o primeiro andar da casa.

As mesmas ficaram supresas quando disse que me defendi e chamei a ruiva lá de prostituta, não que eu tenha feito por mal, prostituição não é a melhor das opções, mas é uma forma de ganhar dinheiro de modo correto, melhor do que matar ou roubar para conseguir, assim Eloá me explicou.

- Espera, espera, espera, espera...- Eloy me interrompe do nada, o encaro- o mão de vaca, digo, Erick gastou dinheiro com você?- ele parecia surpreso, apenas assinto e tomo um susto quando o mesmo me puxou para um abraço, fico totalmente perdida- você é uma pessoa maravilhosa- me afasta e me encara com um sorriso enorme- fora nossa mãe e as crianças, Erick não gasta dinheiro com ninguém, nem se quer um empréstimo, você entende o milagre que você é? Estou amando tudo isso- ele me larga e volto a me sentar no sofá completamente perdida, absorvendo só uma única informação.

Os outros começam a discutir algo, mas só consigo pensar no quesito gastar dinheiro, não é a primeira vez que escuto essa palavra, nos filmes sempre que alguém vai em uma loja escuto a típica frase: "dinheiro ou cartão?", no momento em que Erick foi pegar os sorvetes, o mesmo deu um papel a atendente. Sinto uma grande curiosidade em relação a isso, preciso pesquisar sobre, algo me diz que é realmente importante.

- Você vai amar, Melina- volto para o mundo ao meu redor.

- O que?

- O festival, você vai amar, tem muita comida e brincadeira- Ayira é quem me responde enquanto saltita em cima do sofá.

Reclamada Por Um LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora