NARRADORA
Melina estava distraída treinando a nova técnica de desenho a qual aprendeu na faculdade, aproveitando que o movimento do café estava calmo. Sempre que aprendia algo novo, a mesma se empolgava, praticava por horas e horas até se sentir satisfeita consigo mesmo.
Essa era a sua maior distração para fugir dos seus pensamentos e da saudade que sentia da sua família. Apesar da alcatéia ser extremamente amarga e sem vida em comparação a qual ela vivia, Melina estava amando conhecer Meredith, Thomas e o pequeno Akin, filho adotivo do casal, que é a alegria da casa. Eles são pessoas doces e extremamente amorosas, mas nem isso aplacava a saudade de casa, ou a dor de coração partido que havia sentido, apesar de já ter se passado seis meses. Sua sorte é a faculdade, que a fazia sair do mundo real para o mundo artístico.
- Uau, você é boa- Melina ergue os olhos do seu desenho para poder encarar o dono da voz masculino, se deparando com um jovem de pele branca, cabelo castanho e olhos verdes, ele é bonito, tinha um rosto gentil, meio angelical.
- Obrigada- ela respondeu um pouco constrangida.
Desde que chegou no Reino Unido a mesma não havia feito nenhuma amizade ou teve muito contato com outras pessoas. A mesma ainda se sentia retraída em socializar, sem falar que a timidez não ajudava. Na faculdade e no trabalho ela sempre falava o necessário com seus colegas, seu jeito quieto não ajudava muito para que qualquer relação fosse para frente.
- Gustavo, prazer- o rapaz ofereceu-lhe a mão e um sorriso simpático, a qual ela aceitou.
Melina sabia o nome do rapaz, ela é bastante observadora e tinha uma ótima memória. Ele é um dos clientes mais regulares do local, ela acabou decorando seu nome do tanto que anotou o seu nome durante os pedidos. Não só dele como de outros clientes fiéis aquele local.
- Melina, o prazer é meu- ela solta a mão do Gustavo, pega o sua comanda e o lápis para anotar o pedido- o mesmo de sempre?- ela questiona, fazendo com que ele a olhe surpreso.
- Sim, por favor- Mel assente e escreve no papel antes de entregar o pedido ao barista- pelo visto você me conhece- o rapaz comenta quando Melina retorna ao seu posto.
- Na verdade conheço a maioria dos clientes regulares, é uma das vantagens de ter memória fotográfica- ela comenta tirando qualquer exclusividade a qual Gustavo sentiu, e Melina percebeu isso ao vê o sorriso dele decair um pouco, mas ele logo tomou a compostura.
- E eu aqui me sentindo especial por ser lembrado- ele faz uma cara de derrota o que arranca um sorriso da Melina, por um segundo ela lembrou do Erick e seus dramas, a menina sentia muito a falta do seu grande amigo- mas então, eu já venho a esse café a um tempo, você deve saber, mas você é nova aqui, ou sou um péssimo observador?- dessa vez quem ficou levemente surpresa foi Melina, ela se sentia uma garota invisível, não imaginou que seria percebida por qualquer pessoa ao ponto de perceber que ela é nova ali.
- Não, você não é um péssimo observador, eu sou nova na cidade, me mudei a poucos meses para fazer faculdade- ela informa, começando a se sentir mais a vontade na presença do rapaz.
- E nada mais, nada menos que arte- apontou para o caderno que continuava aberto sobre o balcão, e Melina concordou com a cabeça.- você como novata aqui já teve tempo para conhecer a cidade?- ele questionou e Melina negou com a cabeça.
Ela tinha uma grande vontade de explorar o local, conhecer os pontos turístico e quem sabe curtir um pouco a cidade, mas não havia tanto ânimo em se fazer isso sozinha. A alcatéia era um caos mesmo com a maldição, o que deixava Thomas e Meredith sobrecarregados, e Melina não gostava de incomodá-los, fazendo ela esquecer a ideia e se manter focada somente na faculdade, e a dois meses, no trabalho também.
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Reclamada Por Um Lobo
RomanceCriada em uma seita, Melina não conhece praticamente nada do mundo, desde cedo foi ensinada a servir ao seu mestre, para assim conseguir alcançar o seu plano astral. Agora aos dezoito anos, ela está pronta para se juntar a seu mestre e senhor em mat...