- Lorenzo narrando:
Ainda estou paralisado quando Mattia se vira apressado e deixa a minha porta, após soltar essa bomba em minha sala.
Quando finalmente processo suas palavras eu dou um pulo da cadeira e corro até a sala do Vicenzo, alcançando Mattia no meio do trajeto.
Não preciso bater quando chego a porta, ela está aberta e há no mínimo meia dúzia dos meus colegas de trabalho dentro da sala do nosso chefe.
- Onde ela está? – grito exasperado e me inclino sobre a mesa do Vicenzo, minhas palmas espalmadas na beirada da madeira. Seus olhos grandes e verdes me encaram entediados.
- Marina Grande, em Capri. – ele diz e eu desabo em uma das poltronas a frente da sua mesa.
Minha mente trabalha enquanto eu penso no porquê ela não me ligou e sim para a mãe, consigo ouvir a maldita engrenagem na minha cabeça. Será que está brava comigo? Será que está louca porque não a resgatei até agora? Foda-se! Isso realmente não importa! Depois de 6 dias no escuro e longe da minha mulher eu realmente não me importo com a sua escolha de contato. Tudo que me importa é resgatá-la, com vida.
- Onde está a minha filha?! – ouço a voz desesperada da minha sogra e me levanto, me virando lentamente em direção a porta. Diane se joga em meus braços quando termina de atravessar a sala e eu a seguro, enquanto ela chora copiosamente e soluça em meu peito. – O que aconteceu com a minha menina, Lorenzo?
Não sei respondê-la, sou um maldito covarde. Então me ocupo em segurar sua cabeça contra o meu peito e afagar seus cabelos, tentando confortá-la como posso, sem olhar em seus olhos.
Eu falhei de todas as formas com a Emma e consequentemente com a mãe dela. Não encontrei minha mulher ao ser sequestrada, apesar de ter vasculhado e sacudido cada maldito pedaço dessa maldita ilha e o pior, eu não a protegi do Francesco. Se eu tivesse cumprido minha promessa as duas, Emma estaria aqui comigo hoje e provavelmente estaríamos segurando o nosso filho.
- Sra. Giordano... – Vicenzo a chama e ela se solta do meu abraço. Eu o agradeço mentalmente por isso, não consigo lidar com isso agora. – Preciso saber exatamente o que a Emma te disse quando ligou.
Ela assente tentando, em vão, secar as lágrimas do seu rosto e se senta na poltrona que antes eu estava. Me sento ao seu lado e seguro sua mão, completamente atento ao que ela irá falar.
- Meu telefone tocou hoje pela manhã e era um número desconhecido... – Vicenzo a corta e eu o encaro, puto.
- Mas era um número italiano?
- Sim, sim, com o prefixo aqui da Sicília. – ela assente e me olha. – Ela estava tão assustada, Lorenzo. Com pressa. – seus olhos se arregalam e meu coração estilhaça dentro do peito. – Temo pelo que pode ter acontecido depois que ela desligou.
- O que aconteceu? – pergunto alarmado e ajeito minha postura, ficando tenso no mesmo minuto e me aproximando mais dela como se isso fosse nos confortar.
- Ela... ela... disse que eu precisava falar para você onde ela estava e que você precisava achá-la hoje. – sua voz soa trêmula e eu não a culpo. Meu corpo todo treme de medo e expectativa.
Emma disse que eu preciso encontrá-la hoje. Um pânico percorre o meu corpo ao lembrar do meu filho e da nossa última conversa ao telefone.
- Ela disse alguma coisa sobre o Luca? – me aproximo mais dela, como se fosse possível. Tenho certeza de que meu aperto eu sua mão é quase doloroso. Vicenzo e os outros policiais estão atentos, assistindo nosso diálogo.
- Não deu tempo. – ela diz triste e seus olhos caem para o seu colo. – Alguém a encontrou... – meus olhos se abrem até o limite quando suas palavras partem o meu coração como uma faca afiada, de novo.
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Nos teus braços - Livro 2.
RomanceEmma não consegue retomar sua vida normal quando deixa a Sicília e volta pra Nova York. Tudo que ela queria era se dedicar a sua revista e ao seu trabalho, mas além de conviver com o medo diário, pois a máfia ainda a persegue, ela tem que lidar com...